𝐗𝐕𝐈𝐈 - 𝐕𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨

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"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar, será sempre,
você mesmo."

       Existem muitos significados atribuídos a cor vermelha; Amor, sangue, risco, paixão, coração, sedução e algumas outras que posso não lembrar agora

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       Existem muitos significados atribuídos a cor vermelha; Amor, sangue, risco, paixão, coração, sedução e algumas outras que posso não lembrar agora.

   Nunca foi por um acaso que a porta de Izuku fosse vermelha, e vermelho em um hospital só significa uma coisa; risco.

   Seu coração batia lento, admirar todas os mínimos detalhes da vida não era o tipo de coisa que Izuku faria apenas por tédio, ele o fazia por medo. Medo de que tudo acabasse cedo demais, antes que ele pudesse observar todas as belezas naturais do mundo e abraçar alguém novamente.

   Já se passaram 12 anos, 9 naquele hospital, sempre a um metro sôfrego.

   Mas Izuku sabia que não havia muito mais tempo a ser aproveitado. Estava ansioso constantemente, fraco e frágil.

   Seu tempo estava chegando ao fim, seu cronômetro tocava os últimos tic tac's num cômodo vazio e desesperador, e Tomura estava lá para tornar tudo ainda mais difícil.

   Por que ele não apareceu antes? Só mais alguns anos teriam sido suficiente, mais algumas conversas, mais algumas experiências, só mais um pouco de tudo. Tomura o deixava egoísta, ele sabia disso.

   Dor e paz eram uma mistura intrigante que ficava remoendo em seu estômago desde o dia em que pôde o abraçar à uma semana atrás, e vinha aproveitando cada mísero segundo para não desgrudar do platinado.

   Conversas, beijos, abraços e toques eram usados e abusados por Midoriya, ele queria tudo e mais, sempre mais, e isso sempre doía quando a noite chegava. Quando Tomura dormia em seus braços e ele ainda estav acordado tinha de sentir todos seus poros ardendo e seu peito apertando.

   Felicidade é uma ilusão

   Ele nunca iria aceitar isso, Tomura é muito real, a forma como ele o salvou daquele poço escuro e frio, completamente vazio, e o trouxesse calor, alegria, tudo que buscou por anos e fez ser mil vezes melhor do que já imaginou.

  Mas muitas vezes a incerteza e pensamentos como esse arrastavam pelo chão como uma sombra negra sorrateira, sussurando pelos cantos, tramando por suas costas e derrepente ele já estava se perguntando, será?

   Será que não é apenas um agrado antes de terríveis catástrofes, o tempero para uma infelicidade ainda maior, a subida para a pior das descidas, uma forma de proporcionar esperança apenas para que você não queira desistir.

   Mas nós sempre queremos.

   O erro está em qualquer um de nós, fadados à um destino de dor onde nem sempre encontraremos pequenos momentos de paz, talvez eles nem existam, talvez tudo esteja aguardando do outro lado.

   Izuku, não adianta pensar, você sabe que não existem saídas, melhor do que ninguém.

   A porta foi aberta, mas ele não se movimentou, apenas apertando Tomura no abraço com medo de que ele pudesse sumir derrepente, ele continuou com os olhos fechados, segurando a angústia no peito até que a esquecesse.

   Sandy entrou com um enorme sorriso arrastando o carrinho com o café da manhã dos dois para dentro do quarto, ela se permitiu apreciar a imagem dos dois juntos e abraçados na mesma cama, sem nenhuma distância. Pareciam anjos que encontraram o caminho para casa ao serem acolhidos pela luz do sol que entrava pela janela aberta.

   logo atrás Inko surgiu em passos lentos, e observando a cena seus olhos cresceram antes de brilharem com as lágrimas de felicidade e seu sorriso aberto, que em seguida deu passagem a um choro livre repleto de gargalhadas gostosas e alegres. Ela se jogou em Sandy abraçado a morena que retribui o gesto um tanto surpresa e logo começou a sorrir junto dela, comemorando silenciosamente pela batalha vencida. Izuku estava próximo de alguém.

   Aquilo era tão gratificante para as duas, como ver seu filho crescer saudável e feliz, sem traumas e com um futuro brilhante a frente. Claro, Izuku não poderia ser nenhuma destas coisas, elas sabiam, a vida ainda era cruel.

   A morena acariciou os cabelos de Inko que chorava em seu abraço, esbanjando uma felicidade contagiante.

   — Ele conseguiu Inko-san. —

   Falou Sandy com maciez, estava admirando os dois dali, como uma das obras de arte mais raras e lindas já feitas, como se tivessem sido esculpidos pelas mãos de Kami-sama em pessoa.

   A mulher concordou com a cabeça, ainda emocionada, antes de se distanciar minimamente. Estava tão feliz que não conseguia regular sua respiração, e suas mãos tremiam levemente com toda euforia que atacava seu corpo.

   — Sim, você também Sandy. Obrigada, obrigada, obrigada. —

   Agradeceu várias vezes. Ver Izuku finalmente conseguir estar próximo a alguém a enchia de esperanças, talvez ela não precisasse temer, só....talvez.

   Talvez tudo pudesse ficar bem, certo?

Contínua

Cap revisado pelo amorzin fujoshifooda_

Obrigada pela leitura

  

   

𝙲𝚛𝚘𝚗ô𝚖𝚎𝚝𝚛𝚊𝚐𝚎𝚖 𝚎𝚗𝚝𝚛𝚎 𝙰𝚕𝚖𝚊𝚜 |BNHAWhere stories live. Discover now