Sangue puro-Parte 7

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O amor é um marco eterno, dominante
Que encara a tempestade com bravura
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade
Amor não se transforma de hora em hora, antes se afirma,
para a eternidade.
   

                                                                                                     -William Shakespeare

Depois do conflito Eren foi para o melhor hospital da região e foi atendido por Nanaba e Mike, seu amigo, o local era brilhante de tão limpo, não havia se quer um ruído perto do quarto dos pacientes, as melhores refeições eram servidas e dependendo da condição do paciente eles tinham direito a escolher oque comer, haviam ar condicionados e televisões com todos os filmes e séries possíveis, um verdadeiro palácio.

O local era um prédio e os pacientes ficavam em andares superiores. Onde Eren estava era o topo, o mais caro e refinado, ele era tratado como um Rei, só entrava ali quem Nanaba e Mike deixassem.

Uma maravilha, Eren estava ali a três meses, em coma.

Alguns de seus machucados físicos já haviam sido curados, as toxinas, pelo menos a maioria, foi retirado de seu corpo, os pequenos cortes abandonaram a pele morena, entretanto ele não apresentava nem melhora, nem piora no seu estado cerebral.

Levi ia todos os dias vê-lo, ninguém ousava permanecer no recinto quando ele chegava. O vampiro pegava sempre delicadamente na mão de Eren e juntava a seu corpo, mas não sentia o calor antigo da pele morena, apenas o frio de alguém que estava entre a vida e a morte. Pedia mil e uma desculpas, contava as novidades, fazia carinho no cabelo bagunçado como Eren gostava, todo dia ele dizia que quando Eren acorda-se, ele iria levá-lo a um determinado lugar e mostrar-lhe determinadas coisas.

A questão é que a família Ackerman era poderosíssima, e rica. Kenny e seus influentes roubavam de ricos que, na maioria das vezes nem notavam, e quando notavam, eram mortos. Simples assim.

Eren nunca pediu nada a Levi, talvez quisesse provar que não tinha interesse em seu dinheiro, talvez se sentisse insuficiente e achasse que não merecesse, talvez...era isso que Levi tinha, um talvez.

Talvez Eren acordasse, talvez não, talvez ele vivesse, talvez não, talvez ele perderia a memória e o dano causado por Gaston seria irreparável, talvez não. A vida de Levi nunca foi confusa é incerta, ele sempre soube oque aconteceria e como aconteceria, mas quando o assunto é Eren, ele perde o rumo, a mente, a consciência, a vida.

Eren trouxe vida a ele, e á seus amigos, quando Eren chegou as "crianças" tinham poucos anos de vampiros e desistiram do colégio, sentiam nojo de si mesmos, se achavam monstros. Mas Eren os convenceu a mudar, trouxe vida aos corações que já não batiam. Eren era assim, emanava vida, até mesmo perto da morte.

Era gentil até com as formigas que andavam na quente calçada, e com as flores que nasciam em meio a industrialização. Ele tinha seus defeitos, mas nasceu pra ser puro, sua determinação estava escrita nos olhos junto a pureza, que agora, não viam vá a luz do Sol que escapava da janela, quanto mas, os olhos do vampiro que mais um vez se enchiam de lágrimas.

—Desculpe..—Murmurou Levi, se acabando ao pé da cama, já nem descansava mais, tão pouco cuidava de si mesmo, as fundas olheiras de seus olhos e nem a fome por sangue o incomodava. Ele dormia de mão dada com Eren praticamente todos os dias, e sempre que podia trazia flores e mimos para o moreno.

Ele lembrava de tudo, de como cuidou de Eren quando ele ficou doente, do aniversário de dezoito, das risadas, dos olhos que brilhavam ao mínimo gesto..e se ele nunca mais visse aquilo? E se o riso de Eren ficasse só em sua mente? O medo o consumia e suas emoções cada vez estavam mais raivosas e depressivas, estava se fechando novamente na maldita muralha que Eren estraçalhou.

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