Capítulo 17

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Esta é uma obra de Zoe Reed e estou apenas a adepta-la. Todos os créditos são do autor original da obra.

*

Eu acordei antes de Louis. Era a terceira noite que ele vinha ao meu quarto e ontem à noite ele finalmente dormiu mais do que chorou. Ele chorava menos a cada noite, mas ainda não falava comigo. Não quando ele vinha aqui, não durante o resto do dia. Charlotte me disse que Louis perguntou especificamente onde ficava o meu quarto, mas quando perguntei o porquê, ela não soube responder. Ela pensou que talvez Louis simplesmente precisasse estar em algum lugar que ele se sentisse seguro. Ou que, mesmo que Louis mal pudesse olhar para mim, isso não mudava o fato de que ele ainda me amava. Que eu era a única pessoa com quem ele sentia que poderia chorar em segurança. Eu não tinha certeza se acreditava que Louis ainda me amava, mas se isso o ajudava, que assim seja.

Nas duas primeiras vezes, ele conseguiu escapar de manhã antes que eu acordasse, mas desta vez eu estava tão ansioso para saber quando ele sairia, que eu fiquei com sono leve. Acordei constantemente e agora já era de manhã cedo, o suficiente para que eu não conseguisse voltar a dormir. Ele estava enrolado em mim, mas eu não tinha um braço em volta dele, porque ele estava abraçando minhas mãos em seu peito. Era um ângulo desconfortável para que seus dedos pudessem ficar cruzados com os meus, mas eu não me importei. Eu apreciei demais estar perto dele para me preocupar com as dores nos pulsos. Meus olhos estavam fechados, embora eu já estivesse acordado, e depois de ficar ali por alguns minutos, senti os dedos de Louis se moverem. Ele se mexeu um pouco e começou a tirar as mãos das minhas e eu sabia que ele estava se preparando para sair.

Apesar disso, não consegui abrir os olhos e deixá-lo saber que eu estava acordado. Ele não falava comigo e claramente não queria que eu tentasse falar com ele sobre o motivo de continuar aqui à noite. Eu me senti... estranho. E com medo. Eu queria que ele fizesse as coisas no seu próprio tempo, me perdoasse ou falasse comigo apenas se e quando ele sentisse que pudesse. Mas eu também queria que ele soubesse o quanto eu estava arrependido. Queria que ele soubesse o quanto os últimos seis meses me torturaram, o quanto eu me preocupei com ele e o quanto eu estava tentando encontrá-lo.

Fazendo o possível para não balançar a cama, ele saiu debaixo das cobertas e quando eu pude ouvir seus pés descalços se afastando em direção à porta, eu finalmente abri meus olhos. Eu o observei chegar no meio do caminho e depois o vi parar. Ele apenas ficou lá no meio do meu quarto, como se hesitasse em ir embora ou como se não fosse fácil para ele escapar sem dizer nada. Eu queria que ele pensasse que deveria voltar. Que ele deveria voltar para debaixo das cobertas e voltar a dormir ou que ele deveria me acordar para dizer algo. A hesitação não durou para sempre. Depois de alguns segundos, ele continuou até a porta.

— Lou... — Eu falei quando ele alcançou a maçaneta, incapaz de mascarar a tristeza na minha voz. Ele congelou e, embora não tenha soltado o aperto, não foi embora. Mas ele também não se virou para mim. — Você não precisa dizer nada — Eu disse a ele, sentando-me para poder falar com as suas costas. — Nem vou forçá-lo a ouvir minhas desculpas. — Não sei se foi a tristeza no meu tom, mas sua expressão mudou quando ele encostou a testa contra a porta. — Mas eu tenho uma. Você nunca precisa me perdoar pelo que fiz. — E eu queria dizer isso, mas apenas pensar que ele nunca poderia me perdoar trazia lágrimas aos meus olhos. —Tudo o que peço é que, quando estiver pronto, deixe-me dizer... que deixe que eu lhe diga o quanto eu sinto muito.

Mesmo daqui, eu podia ver seus ombros subirem e descerem com uma respiração profunda e pesada. Sem se virar para olhar para mim ou dizer qualquer coisa, ele assentiu e depois saiu correndo pela porta. Essa coisa toda era dolorosa e confusa, mas eu podia aceitar esse aceno como nada além de concordância com o meu pedido e isso já era alguma coisa.

Breaking Legacies | a larry version • ptWhere stories live. Discover now