Capítulo XII (say hi)

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NESTA

A viagem de carro não foi longa. Pelo contrário, foi mais rápida do que eu esperava. Embora o motorista fizesse pequenas paradas ao longo do caminho.
Evan, o motorista de Feyre é um homem muito educado e gentil. Foi muito solicito com Emerie mostrando os lugares por onde passamos, explicou o que era o arco íris, e que Feyre, passava a maior parte do tempo lá, na galeria dos artistas.

Mostrou a ponte do Sidra, onde eles penduram cadeados com seus desejos. Onde fazem juras de amor eterno e, onde é o palco de muitos pedidos de casamento. Um dos lugares mais bonitos de Velaris pelos meus olhos.

Eu desvio o olhar sempre que ele diz algo sobre casais. É tão... estranha, essa sensação. Uma parte de você diz que tudo valeu a pena, e que erros acontecem. E outra diz que não, não valeu a pena. Que tudo havia sido estragado. Tudo.

(...)

” — Eu não deveria ter vindo aqui, você sabe que eu não quero que meu pai...

Não, ninguém vai ver a gente aqui. — Cassian disse enquanto beijava a ponta do meu nariz.

Reviro os olhos. Um gesto que ele já conhecia bem. Cassian sabia sobre meu pai. Se ele soubesse que eu estava ali, eu não saberia o que fazer...

Ainda não sei o que você quer aqui nessa ponte. Isso é tão brega. — disse baixo, desviando meu olhar para o Sidra logo abaixo.

O rio se estendia por toda Velaris e se perdia no horizonte. Uma parte era a zona portuária, a outra cheia de casas que dividia o rio em dois lados.
E, nessa ponte especial se encontrava o denominado  'Love Way'. Onde os casais vinham fazer suas juras de amor. Onde prometiam ficar juntos por toda vida e até a eternidade.

O que me dava medo. A minha eternidade seria limitada ao momento que meu pai visse Cassian comigo. Eu não precisava disso. Não queria mais problemas.

Acho que a gente já pode ir Cass... — me virei pra ele e ele estava abaixado no chão. Meu coração errou uma batida.

A lua era nossa testemunha e brilhava forte no céu. Como se quisesse nos mostrar que ali, naquele estante ela nos olhava e sorria pra nós.

Ele se sentou no chão e eu me aliviei em um suspiro.

Eu trouxe isso. — ele virou um cadeado pra mim. Um estranho. Estreito e prateado.

Pra que isso? — me viro para o lado onde os outros cadeados estão pendurados. Com nomes, frases, juras de amor. Pessoas que acharam que objetos poderiam eternizar algum sentimento.

Ele se agacha e procura um espaço com o olhar.

Vamos colocar. — ele disse e eu fiquei estática.

O vento vindo do rio gela minhas pernas descobertas. O short curto demais e a blusa justa demais não protegem do frio.

Ele nota o tremor e os pelos do meu braço se eriçarem e tira sua blusa xadrez.

Veste e senta aqui do meu lado Nessie, não tem nada demais. — ele me olha com um sorriso, estende a jaqueta e eu coloco. Ainda receosa, me sentei com as penas dobradas.

Ele vira o cadeado pra mim com um sorriso leve. Ele sorri em qualquer momento e sob qualquer circunstância. E eu nunca quero vê-lo chorar. Meu peito se aperta só com a possibilidade de algo acontecer e nos separar.

Eu comprei esse cadeado especial. — ele me olha. — Tem um compartimento dentro. E lá eu escrevi umas coisas que eu quero que aconteça no nosso futuro. — seus olhos brilham. — Não tem nosso nome aqui fora, mas é nosso. Tá vendo? — ele gira na palma da mão.

Nobody Knows | NESSIAN | AU (HIATUS)Where stories live. Discover now