Continuo mexendo minha poção, como meus pais me ensinaram.
"Isso é entediante"
Claro, sendo esse meu primeiro ano, eu não esperava que eles fossem passar uma poção extremamente complicada, mas eu já fiz a receita para curar furúnculos tantas vezes que já está chato. Meu método de preparo é um tanto diferente dos demais, minha mãe me ensinou técnicas para acelerar o preparo, além de facilitar muito também.
Suspiro fundo. Faz uma semana que eu estou estudando em castelo bruxo, e eu já estou morrendo de saudades de casa. Os animais fazem falta, assim como meus pais. Eu estou adorando a escola, mas a chácara é meu lugar favorito no mundo.
Fora que eu ainda não conheço ninguém, nem mesmo minha colega de quarto. Eu acordo muito cedo, e vou dormir muito cedo, para ter certeza que vou chegar nas aulas a tempo. A escola é enorme e preciso ter cuidado com isso.
Um caldeirão explode muito perto de mim, me assustando e me afastando dos meus pensamentos. Olho na direção da explosão e percebo que quem explodiu o caldeirão foi uma garota ao meu lado, que agora está saindo de debaixo da bancada. Qual era o nome dela? Josefina? Maria? Valentina?
O rosto dela me é familiar, se eu não me engano ela é minha colega de quarto. Mas, por eu não ter me apresentado para ela ainda eu não consigo lembrar o nome dela de jeito nenhum.
- Srta. Gonzales! - Nossa professora exclama. - Mais cuidado!
- Me desculpe professora...
- Você está bem?
- E-estou, professora. Eu percebi que estava fazendo um barulho estranho e me escondi debaixo da mesa.
Sinto uma queimação estranha em meu braço e solto um grunhido, olho na direção da dor e dou um berro.
A poção mal-feita da garota pegou no meu braço, para variar um pouco, e corroeu a manga da minha blusa, e agora está queimando minha pele.
- Céus! Srta. Wright! - A professora grita. - Srta. Gonzales, leve-a para a enfermaria nesse instante!
Ela não precisava falar novamente, pois a professora nem terminou a frase e eu já estava no corredor. Escuto passos apressados, e percebo que a menina me seguiu e está andando ao meu lado. Alcançamos a enfermaria e, depois de poucos minutos, a enfermeira conseguiu limpar a poção e cuidar do meu braço, que agora está enfaixado e se recuperando.
- Desculpe... - A garota murmura, envergonhada, enquanto saímos da enfermaria.
- Pelo menos agora eu tenho uma desculpa para não fazer minha lição de casa, ainda bem que você queimou meu braço esquerdo e não o direito.
Isso faz ela rir um pouco e perder a expressão de cachorro sem dono que estava presente desde que saímos da sala de aula.
- Eu me chamo Alice, Alice Wright! - Falo, estendendo a mão direita para ela.
- Eu sei! - Ela responde, apertando a minha mão. - Ah, não, isso soou assustador... Eu quero dizer que eu sei quem você é pois temos todas as nossas aulas juntas. E dividimos o dormitório.
- Espera, nós temos todas as aulas juntas? Sério?
- Você é realmente desligada! - Ela ri. - Temos. Vai fazer uma semana. E, por ter perguntado isso, eu julgo que não deve saber meu nome...
Nego com a cabeça, me sentindo um tanto envergonhada.
- Eu me chamo Agustina. Agustina Gonzalez. - Ela fala, apertando minha mão.
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Alice Wright, a sobrinha de Snape
FantasiaAlice Wright, uma bruxa brasileira. Filha de uma mestre em poções exepcional e um magizoologista muito prestigiado. Tem uma ótima vida em Castelo Bruxo, cercada de amigos, animais e plantas mágicos e, principalmente, com sua namorada. Porém uma notí...