IX

110 7 6
                                    

Continuo mexendo minha poção, como meus pais me ensinaram.

"Isso é entediante"

Claro, sendo esse meu primeiro ano, eu não esperava que eles fossem passar uma poção extremamente complicada, mas eu já fiz a receita para curar furúnculos tantas vezes que já está chato. Meu método de preparo é um tanto diferente dos demais, minha mãe me ensinou técnicas para acelerar o preparo, além de facilitar muito também.

Suspiro fundo. Faz uma semana que eu estou estudando em castelo bruxo, e eu já estou morrendo de saudades de casa. Os animais fazem falta, assim como meus pais. Eu estou adorando a escola, mas a chácara é meu lugar favorito no mundo.

Fora que eu ainda não conheço ninguém, nem mesmo minha colega de quarto. Eu acordo muito cedo, e vou dormir muito cedo, para ter certeza que vou chegar nas aulas a tempo. A escola é enorme e preciso ter cuidado com isso.

Um caldeirão explode muito perto de mim, me assustando e me afastando dos meus pensamentos. Olho na direção da explosão e percebo que quem explodiu o caldeirão foi uma garota ao meu lado, que agora está saindo de debaixo da bancada. Qual era o nome dela? Josefina? Maria? Valentina?

O rosto dela me é familiar, se eu não me engano ela é minha colega de quarto. Mas, por eu não ter me apresentado para ela ainda eu não consigo lembrar o nome dela de jeito nenhum.

- Srta. Gonzales! - Nossa professora exclama. - Mais cuidado!

- Me desculpe professora...

- Você está bem?

- E-estou, professora. Eu percebi que estava fazendo um barulho estranho e me escondi debaixo da mesa.

Sinto uma queimação estranha em meu braço e solto um grunhido, olho na direção da dor e dou um berro.

A poção mal-feita da garota pegou no meu braço, para variar um pouco, e corroeu a manga da minha blusa, e agora está queimando minha pele.

- Céus! Srta. Wright! - A professora grita. - Srta. Gonzales, leve-a para a enfermaria nesse instante!

Ela não precisava falar novamente, pois a professora nem terminou a frase e eu já estava no corredor. Escuto passos apressados, e percebo que a menina me seguiu e está andando ao meu lado. Alcançamos a enfermaria e, depois de poucos minutos, a enfermeira conseguiu limpar a poção e cuidar do meu braço, que agora está enfaixado e se recuperando.

- Desculpe... - A garota murmura, envergonhada, enquanto saímos da enfermaria.

- Pelo menos agora eu tenho uma desculpa para não fazer minha lição de casa, ainda bem que você queimou meu braço esquerdo e não o direito.

Isso faz ela rir um pouco e perder a expressão de cachorro sem dono que estava presente desde que saímos da sala de aula.

- Eu me chamo Alice, Alice Wright! - Falo, estendendo a mão direita para ela.

- Eu sei! - Ela responde, apertando a minha mão. - Ah, não, isso soou assustador... Eu quero dizer que eu sei quem você é pois temos todas as nossas aulas juntas. E dividimos o dormitório.

- Espera, nós temos todas as aulas juntas? Sério?

- Você é realmente desligada! - Ela ri. - Temos. Vai fazer uma semana. E, por ter perguntado isso, eu julgo que não deve saber meu nome...

Nego com a cabeça, me sentindo um tanto envergonhada.

- Eu me chamo Agustina. Agustina Gonzalez. - Ela fala, apertando minha mão.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 07, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Alice Wright, a sobrinha de SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora