capítulo 7📒

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— Como foi o colégio hoje? — Pergunta Ellen, quando entro no carro.
— Um saco. — Respondo irritada. — O que me alivia um pouco, é saber que hoje é sexta. — Ellen sai do estacionamento.
— É só o primeiro mês, tudo é mais difícil. — Fito a janela. — Irei te deixar em casa e de lá vou trabalhar. — Olho para Ellen.
— Deixa-me ir com você. — Peço.

Quando Ellen fala em trabalhar, significa duas coisas: uma, ela irá fazer rotas, porque é uma policial. E a segunda é a que eu mais gosto, Ellen irá refazer a cena de um crime.
— Vai ser legal para nós duas. — Endireito minhas costas no banco tentando convencê-la. — V ocê quase não ficou em casa essa semana, estou entediada e não conheço ninguém para me distrair.
— Ela me olha de soslaio e respira fundo.
— V ocê não fez amizades? — Pergunta intrigada.

— Não, as pessoas com quem eu ando não são basicamente amigos.
— Hum... — Fico encarando Ellen com esperança. — Ok... — Comemoro com um sorriso, amo a sua profissão.
Minutos depois, Ellen estaciona perto de uma casa um pouco simples, têm vários policiais ao redor e uma faixa amarela de isolamento. Sigo ela ansiosa para saber o que vai fazer.

— Senhorita Collins — cumprimenta um homem alto e forte. — Está tudo pronto. — Ele entrega uma caderneta com anotações.
— Obrigada Bryan. — Ellen analisa as anotações e ele aguarda me lançando um sorriso confortante. — Certo, vamos tentar refazer. — Ela devolve a caderneta e Bryan se afasta.

— O que é? — Pergunto curiosa, pegando o par de luvas de silicone que ela me entrega.
— O depoimento do assassino — Ellen me entrega também uma luva para meus pés — falando como fez para matar sua mulher. — Estremeço sentindo o látex nas minhas mãos. — Vamos ver se ele está falando a verdade. — Concordo e acompanho Ellen.
Paramos em frente ao lance de escadas que dá na pequena varanda da casa. Ellen sobe devagar, analisando cada pedacinho. Ela para em frente a porta fechada com Bryan ao seu lado esquerdo com uma câmera.

— O melhor de ser perita criminal — começa agachando para analisar a porta — é que você tem que pensar como o criminoso, como se você mesma tivesse cometido o crime. — Olho para ela intrigada.

— Eles falam a verdade? — Ellen nega com a cabeça.
— Nem todos, por isso que a reconstrução do crime é essencial, nenhum crime é perfeito. — Ela alisa a porta. — Ele disse no seu depoimento que a porta estava aberta, que Ashley a abriu para que pudesse entrar, mas...

Agacho ao seu lado e olho para suas mãos, Bryan tira uma foto já sabendo o que Ellen descobriu.

— Mas... — Incentivo para que continue.
— Tem uma elevação na porta. — Ellen levanta e imita um chute. — Ele a chutou para arrombá-la, Ashley nunca abriu para ele.

Ellen abre a porta e entra cautelosa. O cheiro de sangue nos recepciona e meu estômago embrulha na hora, não pelo cheiro do sangue, e sim pela morte que está impregnada nessa casa.
No meio da sala tem um desenho do corpo de Ashley feito com giz branco, e dentro desse mesmo desenho, tem manchas de sangue. Meu coração aperta, desvio meus olhos daquela parte e foco no que Ellen está fazendo.

— Ele a matou com dez facadas. — Ela caminha em direção à cozinha. — Ele chegou, bateu nela por ter pedido o divórcio a jogando contra a parede. Aproveitando que Ashley ficou tonta com a batida, ele veio na cozinha e procurou por uma faca para matá-la.

Ellen analisa cada canto e para em frente ao amolador de facas. Bryan tira algumas fotos e encara Ellen, um pouco enojado.
— Ele afiou a faca antes de enfiá-la em Ashley. — Fala quando chego mais perto. A cozinha está intacta, apenas uma gaveta do armário aberta.

— Como você sabe? — Pergunto olhando o amolador.
— A faca que encontramos estava muito bem afiada para ter afundado no corpo de Ashley tão facilmente, enquanto ele a observava desmaiada no chão da sala, ele afiava a arma. — Ellen aponta para a bancada com uma carne dentro de uma panela. — Ele chegou na hora do jantar de Ashley.

Apaixonada por um nerd (BABICTOR)💛🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora