NOAH POV
Era assim mesmo. Às vezes tinha vontade de pegar Any e matar. Picar aquele corpinho delicioso em milhares de pedaços pra deixar de ser atrevida.
Mas confesso que vê-la vestida daquele jeito e ainda por cima armada era excitante demais.
Eu nem sei por que estava tão nervoso. Não era a primeira vez que Any participava de uma operação comigo. Era esquiva feito gato e mais... tão rápida quanto eu no gatilho.
Ainda me lembro com clareza da bala certeira no peito do vagabundo que tentou pegar Bailey pelas costas.
Somente por isso permiti que ela viesse.
Sabia que ela iria ter mais cuidado que o normal... sempre pensando em nossos filhos. Estava morto de saudades deles, mas foi preciso tirá-los do país, momentaneamente.
Mas isso acabaria logo. Hoje precisamente. Não consegui evitar meu sorriso torto e debochado ao ver aquele ser escroque se aproximando.
- Ande logo, Pietro. Não vejo a hora de colocar as mãos naquela vadia gostosa. Vai ser a glória ver a queda do maldito Urrea.
Ao ouvir isso tive vontade de pegar minha arma e descarregar na cabeça dele.
O simples fato de qualquer homem no mundo achar a minha mulher gostosa era o suficiente para eu desejar sua morte.
Mas eu não iria facilitar pra ele. Que graça teria estourar seus miolos sem que ele ao menos soubesse quem estava acabando com ele?
Confesso que estava meio dividido. Parte de mim queria se jogar sobre ele agora e acabar de vez com isso.
Juro que já me imaginava socando aquela cara nojenta até deixá-la deformada. Mas a outra parte, aquela mais perversa, queria brincar com ele.
Queria vê-lo sofrendo todo tipo de dor: as suportáveis e as humanamente insuportáveis. Queria ver sua humilhação, sua derrota... seu fim.
Acompanhei seus passos até entrar por uma porta de aço. Do lado oposto, oculta pelas sombras, Any ergueu a perna, o vestido sexy revelando a arma presa em sua coxa alva.
Estávamos prontos... e nosso alvo bem ali... um sorrisinho estúpido no rosto, sem ao menos desconfiar que em poucas horas ele daria seu último suspiro.
Sim... eu disse horas. Antes... Any e eu precisávamos nos divertir um pouco. E ele seria nosso brinquedinho.
Pouco tempo depois Any saiu do seu esconderijo caminhando em direção ao local onde Dom Matteo estava.
Acompanhei seu gingado com olhos gulosos, os quadris rebolando naquele vestido e imediatamente ressuscitando certas partes do meu corpo.
Porra... meu pau latejou com tanta força que instintivamente levei minha mão até ele, apertando-o com força. E isso era hora de pensar em meter naquela mulher?
Bom... em se tratando dela qualquer hora era propícia a se pensar isso.
Para tentar aliviar eu peguei meu charuto, o que não adiantou muito uma vez que imediatamente o rosto safado de Any me veio à mente.
Não sei bem porquê, mas ela tinha tara ao me ver fumando. Vai entender...
Acendi o charuto, dei uma longa tragada e deixei minha cabeça pender para trás.
De onde eu conseguia ver perfeitamente o céu. A noite estava clara, estrelada... linda. Há quanto tempo não parava para admirar o céu?
Creio que a última vez foi na varanda do meu quarto logo após ter feito amor com Any. Nós dois nos sentamos lá, ela em meu colo enquanto conversamos sobre tudo.
Precisávamos de mais momentos assim, principalmente com nossos filhos. Pensar neles me fez sentir um aperto no peito.
Odiava ter que ficar longe deles... mas ao mesmo tempo estava odiando a ideia de Joseph ter ficado.
Tudo bem que reforcei demais a segurança, mas nunca se pode bobear. No entanto, agora com o fim de Dom Matteo teríamos mais sossego.
Claro que sempre haveria brigas entre grupos da máfia, todos sedentos por espaço. Mas a maioria sabia que os Urreas eram mais fortes, sempre foram.
E nenhum deles foi tolo o suficiente para me afrontar dessa forma.
Apenas aquele maldito. Aquele homem asqueroso que a única coisa que fez de bom a mim, mesmo que inconscientemente foi trazer Joseph pra minha vida.
Voltei a tragar o charuto e estreitei meus olhos ao ver o segurança sair do galpão. Eu estava certo, claro. Agora ele iria atrás do segurança de Any.
Caminhou até o carro e eu ajeitei a metralhadora em minha mão e fui me esgueirando pela parede para que não fosse notado.
Já estava acostumado a andar feito um gato e raramente minha presença era percebida antes de estar cara a cara com meu alvo.
E não foi diferente dessa vez. Já perto do carro ele olhou em seu interior. Como combinado nosso segurança não estava mais lá. Através da escuta eu ouvia a conversa dentro do galpão.
-Veio sozinha?
-Obviamente não. Meu motorista ficou no carro.
-Ah... que alívio. Não é bom ficar andando sozinha por aí. Nunca se sabe com quem pode encontrar não é?
Idiota presunçoso... achando mesmo que eu daria esse mole. Aproximei-me mais do tal Pietro enquanto ele olhava dentro do carro, através do vidro entreaberto.
-Olá? Alguém?
Ele falou ainda de costas pra mim.
-Acho que somente eu.
Ele se virou e assim que o fez arregalou os olhos, arfando.
-No... Noah Urrea?
Dei um sorriso torto.
-Em carne, osso... e maldade.
Não prolonguei muito. Ergui o braço e bati o cotovelo com toda força em seu rosto, ouvindo o som de provavelmente seu nariz sendo quebrado.
Ele caiu ao chão e eu fui me afastando.
-Bailey e Josh... cuidem dele.
Fiz meia volta voltando a prestar a atenção na conversa entre Any e o velho.
-Claro... um bom serviço prestado por uma delicia dessa. Deveriam mesmo ficar satisfeitos não acha?
Apressei meu passo e logo já estava à porta do galpão esperando apenas o sinal de Any.
Já estávamos preparados para um ataque de Dom Matteo e combinamos passo a passo o que iríamos fazer.
-Eu acho que você deveria se conter antes que eu arrebente sua cara.
Ele riu alto.
-Arrebenta mesmo?
-Pode apostar que sim. Eu não sou esposa do poderoso por acaso.
Eu já estava pronto para agir quando ouvi o tiro.
-SUA VADIA!
Sorri pois sabia que a minha poderosa tinha acertado o maldito. Logo depois ouvi sua voz.
-Venha.
Entrei justamente quando uma arma, provavelmente chutada por Any, veio parar aos meus pés.
Meu sangue fervia, a fúria tomando conta de mim e eu tentava me controlar ou iria matá-lo ali mesmo, sem sequer fazer com ele tudo o que ele merecia.
Ergui um pouco meu chapéu e nesse momento eu vi o terror no rosto dele.
Era isso que eu gostava. Ver o medo no rosto daqueles que ousavam me desafiar.
E com Dom Matteo tinha um gostinho todo especial.
-Olá... há quanto tempo... DOM MATTEO.
Ele se encolheu contra a parede, olhando para os lados procurando fuga. Porra... como eu queria estar filmando esse momento.
Ver aquele rato tentando fugir, quase se borrando nas calças ao ficar cara a cara comigo.
Seu medo, seu desespero era pura e simplesmente por ver que ele não conseguia me enganar, mesmo com a aparência modificada.
-PIETRO! PIETRO!
-Quem é Pietro? Aquele que meus homens acabaram de jogar aos urubus?
Sinceramente eu estava mais puto por ver que ele era um fraco. Como alguém tão frouxo conseguiu escapar de mim por tanto tempo?
Coloquei o pé sobre a barriga dele, forçando levemente e apontando a metralhadora em sua cabeça.
-E então franguinha... pronto para brincar um pouco?
-Você é louco... maldito... não sei do que está falando. Não sou esse tal Dom Matteo.
Ele gritou de dor quando forcei ainda mais o pé em sua barriga e em seguida a minha poderosa passou por ele. Os saltos altos e fino esmagando a mão daquele verme.
Com um gancho de braço eu o ergui do chão jogando-o contra a cadeira. Era hora de ele começar a sofrer um pouco mais.
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Mesmo com um sentimento quase doentio de vingança eu não conseguia desligar minha mente de outras coisas. Uma delas era Any.
Apesar de ter provado infinitas vezes que essa era a vida dela, Any nunca participou de uma sessão de tortura como essa.
Sei que ela é forte e atrevida como ninguém, além de nutrir um sentimento de vingança tão forte quanto o meu.
Mas eu me perguntava até quando ela iria suportar?
Sem que ela percebesse eu analisava suas ações esperando uma mostra de que estaria demais pra ela como espectadora.
Ela não me pareceu abalada quando Dom Matteo foi levado à barra de aço, onde teve seu corpo molhado e depois ligado a fios numa máquina de choque.
Pelo contrário, ela estava divinamente sentada numa das poltronas, a arma em punho e as pernas cruzadas.
Aquela imagem tentadoramente sexy me fazia ter pensamentos nada apropriados para o momento.
Se não estivéssemos cercados por tantos homens eu fatalmente deixaria Dom Matteo na geladeira enquanto me divertia com minha esposa.
Mas agora não era hora de pensar nisso, merda. Any sempre conseguia me fazer perder o foco.
Entretanto, quando Josh ligou novamente a máquina, e dessa vez as ondas de choque foram ainda mais fortes, Any virou o rosto e fechou os olhos como se quisesse tirar a visão e o som dos gritos a força de sua mente.
-Deixem-no aí por enquanto.
Sentei-me no chão, entre as pernas de Any, acendi o charuto e deitei minha cabeça em seu colo, buscando seu olhar. Apesar de tudo eu não estava feliz.
De certa forma eu me igualava a Dom Matteo ao infligir esse castigo a ele. Mas era assim que deveria ser.
Algumas pessoas não entendiam outra linguagem, portanto... o mal deveria ser pago com o mal.
Além disso, outro problema perturbava minha mente: Lorenzo. Sei que ele "investiu" muito dinheiro nos negócios de Dom Matteo e obviamente não iria ficar satisfeito com a derrocada dele.
Sinceramente eu não acreditava que ele estivesse em Roma. Assim como aconteceu com o farabuto, ele deveria estar bem mais perto do que pensávamos.
Mas Josh já sabia com quem ele deveria entrar em contato para averiguar esse fato. Lorenzo seria mais um pra minha lista. Sei que acabaria ali.
Dom Matteo não era bem quisto nem mesmo entre outros mafiosos. Ele tentava avacalhar os negócios de todos, mesmo não tendo cacife pra isso.
Talvez Sabina fosse uma ajuda. Da última vez em que falei com ela estava em Roma, embora estivesse morando agora em Genebra.
Estava muito bem amparada por seguranças, afinal não era de todo uma cabeça de vento feito Priscila.
Any percebeu que algo me incomodava. Éramos tão unidos que daqui a pouco um estaria adivinhando os pensamentos do outro.
Sabíamos muito bem quando o companheiro não estava bem, mesmo que dissesse o contrário. Mas eu não estava apenas chateado por agir dessa forma.
No fundo ainda havia a preocupação com nossa família. Lógico que eu jamais diria ou deixaria que Any percebesse isso.
Acabei inventando que estava entediado, embora não fosse totalmente mentira. Eu vim preparado para uma luta difícil e o que encontro?
Um dos seres mais fracos que já tive o desprazer de capturar. Meu lado malvado gostava de uma boa luta e infelizmente dessa vez isso não aconteceu.
Fraco... frouxo... abutre dos infernos que nem sabia lutar com dignidade. Era nisso que pensava enquanto observava aquele traste deitado no chão em posição fetal.
Agora seria uma das piores partes. Sei que Any não aguentaria presenciar isso então dei a desculpa de que não queria que ela o visse nu. Os rapazes tiraram a cueca dele e o corpo medonho ficou exposto.
-Está na hora da salada de fruta chefe?
-Isso aí Krystian. Se bem que pra ele não será uma salada completa, já que ele irá receber apenas a pera.
Ao ouvir isso ele gritou, berrou... e implorou. Sim... o maldito estava implorando.
Justo ele que nunca se importou com o protesto daquelas crianças, destruindo a dignidade delas, acabando com a infância e torturando a mente delas com atos tão grotescos, para dizer o mínimo.
Eu não iria me arrepender disso. Ele precisava sentir na pele tudo o que elas sentiram.
Novamente o corpo nojento daquele velho foi esticado ao máximo enquanto ele berrava de dor. Braços e pernas abertos, amarrados... completamente nu.
Any permaneceu de costas. Ver aquele traste nu a faria ter pesadelos com certeza.
-Podemos ir Chefe?
-Deve ir Krystian. Ele já deve estar excitado.
-Ah... e como está.
Krystian foi se aproximando dele, enquanto Dom Matteo se debatia inutilmente, olhando para a pera nas mãos dele.
-Tá com medinho? Mas você fez isso com tanta garotinha...
Aproximei-me dele, a fúria assassina estampada em meu rosto.
-E com MEU filho, seu desgraçado. Vai Krystian... ele não vê a hora de se tornar uma mocinha.
Krystian era perverso... sempre foi. Só ouvi o berro de dor do velho que agora sentia na pele, o que era uma violência sexual.
Olhei pra Any que estava com a mão sobre a testa como se estivesse prestes a ter um colapso. Ela não viu, mas sabia perfeitamente o que aquele instrumento faria.
Dom Matteo gritava, berrava enlouquecidamente. E o pior ainda nem tinha vindo. Krystian continuava sorrindo e me olhou esperando aprovação.
Apenas afirmei com a cabeça e então ele girou a ponta da pera. O grito que se ouviu foi o mais agonizante que já ouvi em toda minha vida.
-MALDITO... ESTÁ... ME ARREBENTANDO!
Os rapazes riram e debocharam.
-Vai ficar arrombadinha putinha. Nenhum homem vai querer você de novo.
Pelo canto do olho eu vi que Any respirava com dificuldade. Corri até ela e a abracei, prensando meus lábios em seus cabelos.
-Você não precisa presenciar isso para me provar que é forte. Você já me provou de várias formas.
-Eu sei. Só que... eu fico imaginando as crianças e... preciso estar aqui para ver o sofrimento dele. Às vezes fico me perguntando se isso não é muito sádico ou...
-Eu sei o que você quer dizer.
O cheiro desagradável tomou conta do ambiente ao mesmo tempo em que cessaram os gritos. Dom Matteo desmaiou... de dor.
-Ele não aguentou chefe.
-Podem tirá-lo , mas deixem amarrado de bruços naquela mesa. Quero que ele recupere a consciência logo e nessa posição será mais demorado.
Voltei novamente minha atenção pra Any deslizando meu dedo pelo seu rosto.
-Vamos lá pra fora um pouco. É bom que vou tentar falar com o Noah ou Sabina. O sinal aqui é muito ruim.
-Sabina? O que tem ela?
-Ela estava em Roma há uns dias, não se lembra?
Falei enquanto a conduzia para fora do galpão.
-Sim, mas em que ela poderia ser útil? Acha que se Lorenzo estiver mesmo lá eles iriam se encontrar assim por acaso? Lógico que ele não ficará dando sopa por aí.
-Eu sei que não Any. Mas acima de tudo eu a quero em segurança, assim como Narruel. E se ela estiver em Roma ainda eu a quero fora de lá.
-Entendi. E o Josh?
-Ele saiu pouco depois que tiramos o velho da máquina de choque. Ele precisava entrar em contato com algumas pessoas em Roma.
Tirei o chapéu, encostei-me no carro e joguei o chapéu lá dentro. Passei a mão pelo cabelo e puxei Any de encontro a mim.
-E o que você acha Noah?
-Não sei Any. Mas é aquela mesma sensação que tive com Dom Matteo. Algo me diz que ele não está em Roma. Talvez não esteja aqui, mas lá ele não está. Tenho quase certeza.
Nesse instante meu celular tocou e atendi imediatamente ao ver que era o Josh.
-E então Josh?
-Lorenzo não está em Roma Noah... ele está aqui.
-Merda.
Eu me virei dando um soco no teto do carro.
-Estamos de tocaia perto da casa dele. Há movimentação lá e acreditamos que ele está em casa.
-Ótimo. Quantos estão aí com você?
-Eu e mais quatro.
- É pouco. Reforce isso. Eu irei acabar por aqui e já estou indo.
-Sim. Eu ligo se tiver qualquer novidade.
Desliguei o celular e liguei para casa.
-O que foi Noah?
-É como falei Any... Lorenzo está aqui e não em Roma.
Fiz um sinal com a mão para que ela esperasse enquanto eu falava ao celular.
-Joalin? Como estão as coisas por aí?
-Está tudo bem Noah. Estamos jogando cartas na sala de jogos.
-E Joseph?
-Está conosco, é claro. Está havendo alguma coisa?
-Nada demais. Não coloquem nem o nariz pela janela ou arrebento com você quando chegar aí.
-O que deu errado? Alguma coisa não está certa e..
-Joalin cale a merda da boca e apenas faça o que estou mandando. Nada de sair daí. Nem uma voltinha no jardim acompanhada de trinta seguranças, está me ouvindo?
-Perfeitamente seu grosso.
-Ótimo. E peça ao Joseph para tomar conta de você. Sei que não tem juízo.
-Ora seu filho da...
Nem esperei que ela terminasse e desliguei.
-E aí?
-Está tudo bem, mas eu não confio. Vou acabar com a brincadeira e ir atrás de Lorenzo agora.
Puxei Any pela mão e voltei ao galpão. Dom Matteo já estava consciente e ainda gemia de dor. Fui até ele e me abaixei a sua frente, meus olhos na altura dos dele.
-Foi bom pra você?
-Mal... maldito.
-Imagino como deve estar doendo não é? Agora olhe só... eu posso acabar com isso rapidamente... ou posso prolongar sua agonia por horas. Tudo depende de você. Onde está Lorenzo?
Ele não respondeu. Engasgou com a saliva e também com sangue que escorria de sua boca.
Provavelmente Krystian andou lhe dando umas porradas assim que saí.
Eu sabia que ele não respondia porque não estava conseguindo, mas não me permiti ser solidário nessa hora.
-Krystian...
Krystian puxou as cordas de um lado e Lamar do outro, esticando os músculos de Dom Matteo até um limite quase insuportável.
-Chega!
Ordenei antes que Krystian arrancasse um dos braços ou pernas dele.
-Pela última vez... onde está Lorenzo?
Vi o desgraçado desmaiar mais uma vez. E nem era de se espantar. Ele sangrava muito, afinal a pera ainda estava lá... naquele lugar.
-Krystian... retire isso e depois coloque-o na dama de ferro.
-Com todo prazer chefe.
Fui até a poltrona onde Any estava sentada, olhando atentamente pra mim. Assim como eu, ela deveria estar pensando que chegamos na reta final.
Chega de castigo, chega de tortura. Tudo o que precisávamos agora era acabar com a vida dele, encontrar Lorenzo e assim poder juntar nossos filhos novamente.
-Pronta para passarmos essa página?
-Estou pronta há horas.
Sorri, subindo meu olhar pelas pernas bem torneadas, coxas, cintura, seios... até chegar a sua boca carnuda, os lábios presos entre seus dentes. Mulher de endoidecer qualquer um.
-Pronto chefe.
Krystian me tirou daqueles pensamentos libidinosos.
Apenas pisquei pra Any e fiz um sinal para que ela me acompanhasse. Paramos em frente ao velho, preso dentro da famosa dama de ferro.
O rosto e o dorso molhados denunciavam que Krystian andou jogando água nele, talvez como forma de acordá-lo.
- Você ainda tem a chance de não sofrer muito aqui velho. Estou começando a ficar irritado. Onde. Está. Lorenzo? Ele não está em Roma não é?
Ele ainda deu um sorriso cínico.
-Não. Está... bem aqui. Eu...
Meu celular tocou e eu ignorei dando dois passos à frente.
-Diga.
-Ele... ele tem ordens... pra pegar a pequena... e a vadia gostosa.
Deu uma risada fraca. Senti algo ferver dentro de mim. Era como se meu sangue subisse pelas minhas pernas até chegar em meu cérebro com uma velocidade impressionante, queimando tudo.
Falar da minha Demetria já me tirava completamente o juízo e ainda por cima Any também? Isso não... homem nenhum nesse mundo tocaria em minhas mulheres.
Cego de ódio eu avancei até ele pegando o punhal na mesa ao lado e cravando-o em sua barriga, o sangue quente rapidamente encharcando minha mão.
Seus olhos ficaram arregalados e ele tossiu, quase engasgando. Fora isso nenhum som se ouvia ali dentro, exceto meu celular que continuava tocando sem parar.
-Ele...
Novamente ele tossiu e mais sangue saiu pela sua boca. Puxei o punhal, afinal eu ainda estava ali, segurando-o em sua barriga.
Minha fúria agora exigia que eu o perdurasse por inteiro, mas um alerta piscou em meu cérebro e com a mão limpa eu peguei meu celular.
-Fale Josh...
-Noah... é melhor você vir pra casa.
Senti um aperto, algo esmagando dentro de mim e a certeza de que algo ruim estava acontecendo... em minha casa... com minha família.
-O que está acontecendo? Josh?
Ouvi um estrondo e a linha emudeceu. Meu celular quase foi esmagado em minhas mãos enquanto eu olhava o abutre quase morto à minha frente.
-Krystian... ele não vai viver muito tempo, mas ainda assim... mude as lanças de lugar e feche a dama. Quero que o atinja nos órgãos vitais... e o deixe sangrando até a morte.
Eu me virei e peguei Any pela mão. Seu rosto estava pálido e ela tremia.
- O que... o que....
-Vamos pra casa.
-E vocês quando terminarem venham também.
-Noah... me diga o que está havendo.
-EU NÃO SEI.
Acabei berrando desesperado enquanto entrava no carro dando a partida imediatamente. Peguei o celular e liguei pra Joalin. Tocava até desligar. Liguei de novo e soquei o volante.
-Atende... atende... porra...
Enfiei o pé no acelerador e Any arrancou o celular da minha mão, tentando ligar novamente. Nada. Ligou para o Josh e nada de atender também.
Em quinze minutos eu estacionava de qualquer jeito, saltando do carro e correndo pelo jardim com Any em meu encalço.
Pude ver algumas das esculturas do jardim tombadas, como se tivesse tido um bombardeio ali.
Alguns seguranças corriam de um lado a outro, o que só aumentou o meu desespero.
Nunca me senti tão pequeno... tão impotente... tão nada.
Parei de supetão ao ver Josh parado, a camisa encharcada de sangue.
Any que vinha correndo logo atrás de mim, bateu o peito em minhas costas e se eu não girasse rapidamente ela teria ido ao chão.
-Oh meu Deus... Josh...
-Você está ferido?
-Nada demais, mas...
-O que houve aqui?
-Ele atacou Noah. Ele não estava na casa dele como pensávamos.
Olhei ao redor, o coração quase saltando pela boca. As escadas que levavam até a outra ala da propriedade estavam destruídas.
-Mas ele não contava com tantos seguranças e...
-Joseph? Onde está o Joseph? E Joalin?
Puxei Any pela mão sem esperar resposta e entrei na casa correndo, chamando Josh para entrar também.
O meu desespero era tanto que fiz uma coisa que há algum tempo eu não fazia: rezar.
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𝐎 𝐏𝐎𝐃𝐄𝐑𝐎𝐒𝐎 𝐔𝐑𝐑𝐄𝐀↯ ησαηч
FanfictionGraças a falta de juízo de seu irmão, Any se vê cara a cara com o chefão da máfia Siciliana. Petulante, ela o enfrenta, sem ao menos imaginar que tem a sua vida inteiramente nas mãos dele. !¡ 𝗮𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝘁𝗶𝗼𝗻 𝗯𝘆: espervnce !¡ 𝗼𝗿𝗶𝗴𝗶𝗻𝗮𝗹...