22_ Gente, to duro.

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Emma Hills

... - É ele. - O Caden sussurrou.

O sentimento gostoso que preenchia o meu peito rapidamente evaporou e foi preenchido por medo.

- Merda. - Sussurrei vendo um homem suado correndo pela estrada e procurando alguém.

Rapidamente eles nos avistou e se aproximou.

- Vocês viram uma tartaruga gigante? - Ele perguntou assim que chegou perto.

Logo depois o seu olhar caiu sobre mim e permaneceu no meu corpo. Ele analisava os meus peitos e continuou descendo pelas as minhas pernas.

O Caden pareceu ter percebido isso também e ficou tenso do meu lado.

Como o Caden ainda segurava o meu braço, ele desceu a sua mão para a minha cintura, tocando a minha pele e apertando levemente a lateral da minha cintura.

- Ele me pediu pra te entregar isso. - O Caden falou calmante entregando o envelope para o homem.

- E esse corte aí na sua mandíbula, irmão? - O homem perguntou.

- Eu ganhei isso em uma briga com a pessoa mais perigosa da cidade. - O Caden soltou e eu arregalei os olhos.

- A Lagartixa roxa? - O homem questionou e eu notei um certo medo nos seus olhos quando ele mencionou o nome.

- Ela mesmo. - O Caden respondeu sem hesitar. - Teve outros cortes no corpo todo, 3 semanas inteiras pra eu conseguir mexer um dedo.

- Melhor do que na cova, não é? - O homem riu.

Tivemos um momento de silêncio e então o homem voltou a encarar o envelope e depois voou o seu olhar até mim.

- Quanto que tem nesse envelope? - O homem perguntou.

- Tem 7 mil reais. - O Caden respondeu.

Vi o homem sorrir e se aproximar ainda mais pra pegar o envelope, ele tocou o envelope mas depois parou e me encarou mais uma vez.

- A gente pode resolver isso de outro jeito. - Ele sugeriu dando de ombros.

- Não. - O Caden respondeu rápido. - Ou você aceita o envelope, ou você aceita o envelope.

- Talvez a garota deva falar. - O homem se aproximou ainda mais da gente.

- Você vai pegar o envelope ou não? - O Caden questionou analisando os movimentos do homem.

- Eu quero a garota, por alguns minutos. - O homem sorriu divertido. - E você pode ficar com os 7 mil se quiser, eu trapaceei na corrida de qualquer jeito.

O Caden sorriu de volta desacreditado e eu arregalei os olhos encarando os dois com medo.

- Não. - O Caden respondeu por fim.

- Só por alguns minutos, vai ser rápido e seria um negócio justo.

O Caden ficou ainda mais irritado e me puxou para trás, mas não foi tão rápido quanto o homem que conseguiu pegar na minha bunda.

Eu arregalei os olhos em choque e congelei.

- Seu arrombado do caralho, certeza que é primo do Bolsonaro. - Insultei.

O homem riu e o Caden acertou um soco nele.

A minha boca se abriu levemente pelo choque quando eu vi o homem cair no chão pelo soco que o Caden deu nele.

- Emma, volta pro carro, por favor. - O Caden pediu.

- Nem fudendo. - Respondi na hora e o Caden se virou pra me encarar.

O seu olhar estava mais escuro que o normal, intenso e irritado. A sua mandíbula estava travada, junto do seu nariz que parecia estar avermelhado pelo frio. O seu cabelo caia pela testa desajeitadamente e a sua boca estava em uma linha reta.

- Se eu precisar levar você no colo, esse cara nojento vai fugir. - O Caden abriu um pequeno sorriso para me incentivar.

Eu dei um passo para trás ainda processando o que podia acontecer e então eu simplesmente me virei e voltei para o carro.

Durante o caminho todo, o medo me sufocava.

Eu não sabia o que o Caden ia fazer, mas eu temia pelo pior.

Eu temia pelo que eu fui ensinada a odiar. Eu temia que ele se machucasse. Eu temia que ele machucasse alguém tão terrivelmente que não teria mais volta. Eu temia que o meu pai descobrisse. Eu temia por muita coisa.

Entrei no carro em choque, lentamente entrando em pânico e quando eu fechei a porta, o Khoy me encheu de perguntas que eu não fui capaz de entender.

- O Caden vai matar alguém. - Soltei assustada.

Coloquei o meu rosto no meio das minhas mãos e por longos minutos eu não ouvi nada além dos meus amigos conversando com medo, até que uma porta foi aberta e se fechou logo depois.

O perfume do Caden apareceu e um peso enorme saiu das minhas costas.

Mas eu ainda tinha medo do que ele pode ter feito.

Eu não quero pensar nisso...

Senti uma mão tocar o meu ombro com carinho, e eu instantaneamente sabia que era a dele, eu não precisei olhar pra saber que era ele, porque o meu corpo simplesmente sabia reconhecer o toque dele.

- Eu não sei esconder um corpo. - Soltei quase gritando em pânico.

O Caden me encarava com preocupação mas o seu rosto lentamente formou um sorriso fraco apenas para mim.

- E você não vai precisar aprender tão cedo. - Ele riu.

- Eu estava com tanto medo, eu não sabia o que pensar ou sentir... - Confessei sentindo as minhas mãos tremerem.

O Caden notou as minhas mãos tremendo e pegou as mesmas na dele.

A mão dele estava quente, apesar do frio absurdo que estava fazendo.

Ele passou os seus dedos suavemente pela minha pele em uma tentativa de me acalmar.

- Eu não vou deixar nada nem ninguém te machucar, ok? - Ele prometeu me encarando com intensidade. - Eu nunca me senti desse jeito por ninguém... - Deixou escapar.

Por alguns segundos, eu continuei encarando os olhos do Caden com a boca levemente aberta, e então deixei o meu olhar cair para a sua boca avermelhada.

Eu quero muito descobrir se ela é tão suave quanto parece...

- Gente, to duro. - O Khoy soltou com uma voz emocionada.

Eu arregalei os olhos e me virei pra encarar o Khoy em choque.

- E é por você, Genoveva. - Ele contou encarando a minha amiga.

continua...

O Vendedor De DrogasWhere stories live. Discover now