Capítulo 3

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Lennon Silva📍

Cheguei na pracinha junto com a Aurora pra gente brincar, tinha muita gente por ser fim de tarde e ainda por cima ser sexta. Juntou uns garotos e começamos a jogar bolinha de gude.

— Tá bom já tô cansada de jogar isso, vamos jogar futebol— Aurora se levantou atraindo a atenção de todos os garotos que estavam com a gente, afinal só tinha ela de menina.

—Tu nem sabe jogar, vai brincar de boneca ali com as garotas—Daniel um dos garotos que estava com a gente falou.

Olhei pra Aurora e vi exatamente ela se irritar.

Quando ela se irrita ela faz um bico enorme e mexe aquele narizinho dela, acho mó graça.

—Que que foi hein Daniel, tá com medo de perder pra mim ?—ela tava chegando bem perto dele.

Conhecendo a esquentandinha não vai abaixar a cabeça pra ele e se possível até bater nele.

—Você é tão engraçada Aurora—riu— Você deveria estar ali com as outras meninas brincando de boneca ou essas coisas de menininha— na mesma hora vi ela indo pra cima dele dando um soco no seu nariz.

Porra...

Vi Daniel caindo que nem merda e ela com um sorriso.

— Desculpa o que você disse Daniel ?

— Você é maluca ?— Daniel gritou se levantou indo na direção dela.

Ele só pode tá maluco que eu vou deixar ele bater nela.

— Ou não encosta nela— entrei na frente dela.

— Saí da frente que vou acabar com essa garota.

— Vem então pra eu te dá um soco de novo otário.

— Para Aurora— puxei ela.

— Isso não vai ficar assim— gritou com o nariz escorrendo sangue.

Caralho não acredito que ela fez isso...

— É melhor você ir pra casa Danielzinho seu nariz tá sangrando— falou rindo.

— Isso não vai ficar assim Aurora— Daniel saiu chorando.

— Se tu encostar nela eu acabo contigo— gritei pra que ele pudesse ouvir.

Olhei impressionado pra ela.

— Desde quando você tá lutando ?— ri.

— Cala a boca tô irritada com você também.

— Qual foi o que eu fiz ?— perguntei sem entender.

— Não deixou eu terminar de bater nele.

Seu braço cruzado, um biquinho na cara e suas sobrancelhas juntas mostrando visivelmente irritada, nem brava ela consegue ficar feia.

— E seu te comprar seu sorvete preferido ainda vai ficar com raiva de mim ?

— Não sei— sorriu— Mas você pode tentar.

— Bora logo então pretinha.

Ficamos ali até de noite. Vi o momento exato que meu pai Coringa chegando com a arma nas costas junto com 3 homens do seu lado.

—Anda bora pra casa os dois— meu pai disse.

—Qual foi pai tá cedo ainda— saiu comigo e com a Aurora.

— Toque de recolher agora. Leva a Aurora pra casa e fica lá com a sua mãe, não é pra você sair de casa Lennon e nem deixa a sua mãe sair.

—O que tá rolando ? E hoje não ia ter baile ?

—Só faz o que eu tô pedindo moleque, fica dentro de casa—assenti e fui pra perto da Aurora— Lennon vem cá.

Fui correndo até ele.

— Escuta eu amo você garoto, não se esqueça que esse morro é seu, faça de tudo por ele e não abaixe a cabeça pra ninguém—me abraçou— fala pra sua mãe que amo ela.

—Por que tá falando isso ?— perguntei tentando entender esse discurso dele.

— Nada não, anda vai pra casa mais tarde eu vou pra casa—corri de volta pra Aurora—Tchau Aurora.

—Tchau Tio.

Levei ela até em casa e fui direto pra minha casa escutei o barulho de fogos e logo em seguida tiro, muitos tiro.

DESTINO (MORRO) - Degustação Onde as histórias ganham vida. Descobre agora