Dia 3- A ressaca dos Navegantes

0 0 0
                                    


                Mesmo saindo no domingo perto do anoitecer ainda conseguimos andar bastante, chegamos a uma área deserta, não havia ninguém nas ruas, nas casas, ou nos poucos prédios que tinham na região, era mais perigoso caminhar durante a noite, então nós instalamos em uma casinha simples á beira de um lago, parecia que havia sido de uma costureira tempos atrás, a escolha teve um motivo, a casa tinha apenas 2 portas onde poderíamos fugir se algo acontecesse, como estávamos bem afastados achamos seguro fazer uma fogueira, e ficamos lá, apenas lembrando das épocas das boas risadas, mas um pouco mais tarde começamos a escutar ruídos bem distantes, gritos e sons horríveis até mesmo para descrever, rik viu o medo no meu semblante e no do joab também, então sem pensar muito mais ele abriu sua mochila e retirou lá de dentro uma gaita, ela parecia ser bem antiga, e sem dizer uma palavra, ele levou a gaita até seus lábios e começou a tocar, eu e joab ficamos escutando, foi suficiente para nos acalmar dos gritos e muitos, e por um momento juro que vi uma lágrima escorrer rapidamente pelo olho dele, acho que ele pensava nela enquanto tocava, acabamos pegando no sono, era nossa primeira noite fora, então sem prestar atenção os 3 acabaram dormindo, um erro fatal em tempos difíceis, acredito que passava das 4:30 da manhã quando acordamos com o barulho de panelas caindo no chão, vinha da cozinha, depois de pegar nossas coisas em silêncio descemos as escadas da casa velha, bem de vagar, Joab segurava a lanterna para nós guiar a escada levava para um corredor que cruzava a casa, e levava para as duas portas de saída, uma de cada lado, e quando finalmente chegamos ao último degrau, joab apontou a lanterna para o lado esquerdo do corredor e lá estava, um senhor, sua pele completamente pálida e enrugada, e meio molhado, como se tivesse sido afogado, seus olhos eram brancos, já não havia vida real naquele corpo, ele estava olhando para a parede e fazendo alguns sons esquisitos, grunhidos medonhos, quase gritei, mas rik fechou minha boca á tempo, ele não tinha percebido nossa presença, então seguimos caminhando na ponta dos pés em direção a outra porta, lembro que cada passo era como se a morte estivesse me empurrando para o lado contrário, o frio que passava por aquele corredor era diferente de qualquer outro frio que eu já havia sentido, era o frio da própria morte, após alguns minutos finalmente chegamos na porta, e rik começava a abrir enquanto joab ainda mirava sua lanterna no senhor medonho, mas antes que a porta estivesse completamente aberta, ela soltou um rangido, e lentamente o senhor virou seu rosto pra gente, houve um segundo, apenas um segundo de exitação, então ele saiu correndo em nossa direção, com gritos horríveis, como se estivesse sendo torturado ou algo assim, tão rápido como a criatura, peguei meu arco, saquei uma flecha e atingi ele no meio dos olhos, mas antes que o medo e a adrenalina pudesse se tornar felicidade, escutamos mais grunhidos, muitos gritos como o dá última criatura, que talvez por esse grito chamou suas semelhantes, saímos correndo daquele lugar, enquanto uma onda de mortos invadia pela outra porta, ainda não havia amanhecido, mas conseguimos enxergar um barco perto daquele lago antes mencionado, sem pensar muito, colocamos ele na água, e entramos no lago.

Diário De Uma Vida Sem A SamanthaWhere stories live. Discover now