Dia 4- A caçadora solitária

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              O lago não era muito grande, e em poucos segundos cada centímetro já estava ocupado por aquelas criaturas, pessoas sem vida, com olhos brancos, sangrando e com o único desejo de nós matar, os gritos desesperadores deles atraiam cada vez mais e mais e já não tínhamos mais para onde fugir, aquele parecia ser o fim, aos montes os mortos se atiravam na água tentando nos pegar, mas, talvez por falta de consciência não sabiam nadar, e não estavam ocupados em aprender, queriam apenas nossa pele, nossa carne.
         Não havia fuga, então sentamos no pequeno barco, e esperamos pelo fim, como presas já abatidas, ciente de que nossas mortes nós espreitavam, não enlouquecemos gritamos ou nada do tipo, acolhemos ela de bom grado, no fim das contas a missão, se tivesse dado certo, teria válido a pena, nossa sede por encontrar Samantha nós alimentava, e se fosse preciso morrer por essa causa, bom, então que assim seja, ainda sentados eu e rik pegamos no sono, se fosse para morrer, que pelo menos não víssemos nada, Joab se manteve acordado, olhando o horizonte por cima dos carniceiros, mas de repente ele viu algo que não devia estar lá, um clarão, sem dúvidas era uma fogueira, e pouco tempo depois de ela ser acesa, um barulho ensurdecedor de dentro da floresta, ainda na direção da fogueira se ouviu, eu e rik acordamos na hora, parecia ser um monte de panelas e buzinas de carro e todo tipo de coisa barulhenta, suficiente para chamar nossa atenção, e também a dos carniceiros, pois, após horas parados ali e com a gente imóvel e a falta de consciência, um barulho altíssimo pareceu mais apetitoso que três jovens, e pouco a pouco a multidão foi se dissipando em busca daquele som incessante, até que finalmente o último adentrou a floresta, ficamos sem entender absolutamente nada, o caos invadiu nossas cabeças, talvez pelo fato de já termos aceitado a morte e depois ela simplesmente nos deixa ir? Os remos ficaram parados por 3 minutos ou mais, até que se escutou um som de algo batendo na água, ao inclinarmos um pouco a cabeça percebemos que havia uma corda flutuando, e na outra ponta da corda, as margens do lago, uma mulher, fazia gestos com os olhos, como se pedisse para que pegassemos a corda, e assim fizemos, amarrando ela no barco e quando ela nos puxava daquele mar de pesadelos, me lembro que enquanto ela nos puxava parei um pouco para reparar nela, cabelos lisos, olheiras como se não dormisse a um bom tempo, mas mesmo assim uma linda e jovem mulher, baixa e com duas pistolas, cada uma presa em uma coxa por meio de suportes, ela tinha um jeito independente, e quando finalmente chegamos as margens do rio, ela se levantou e disse com uma voz baixa, talvez para não atrair os carniceiros
"Prazer, me chamo Ana"

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⏰ Last updated: Sep 13, 2021 ⏰

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Diário De Uma Vida Sem A SamanthaWhere stories live. Discover now