Capítulo 8

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Helena chegava em casa, depois de mais um dia exaustivo trabalhando. Trazia consigo uma garrafa de vinho, presente de Alba pelo seu esforço e trabalho duro, nos últimos dias.

Joana estava sentada à mesa, com os cotovelos sobre a superfície e madeira e as mãos segurando a cabeça. Olhava para baixo.

— Mamãe?

— Olá, meu amor. — ao erguer o rosto, Helena pôde ver a expressão de choro que sua mãe possuía.

— O quê houve? Está ferida?

— Não, minha filha, eu... — a mulher usa um de seus punhos para socar a superfície plana abaixo de seus braços — maldição!

— Ei! Mamãe, acalme-se. — a adolescente se senta ao lado de sua mãe, segurando uma de suas mãos — Respire fundo, sim? E então, me conte, com calma, o que houve.

— Seu pai, Helena! Nem do além túmulo, aquele crápula deixa de arrumar-nos problemas!

Não era surpresa que sua mãe tivesse uma relação conturbada com seu pai, mas era a primeira vez que a ouvia se referindo assim à ele.

— Não há outro jeito de lhe contar, meu amor. Leia por si mesma. — e entregou o pedaço de papel envelhecido para seu filha.

Um calafrio horripilante passeava livremente pelo corpo da jovem, ao ler as palavras descritas ali.

Para consubstanciar, seu pai almejava com tamanha força um futuro decente para sua esposa e prole, que vendera a própria filha ao Conde Hawise.

Naquela carta, haviam instruções para que sua esposa encontrasse, numa pequena caixa, um tipo de contrato de vazão.

Naquela época, era comum que os acordos fossem selados por apenas um cumprimento de mãos, dado por dois homens. Mas, havia um contrato escrito e assinado, com o brasão do Conde logo ao final da página.

Voltou até sua mãe, em passos vagarosos.

— Mãe — tinha seus belos olhos úmidos, tal como Joana — Como foi que encontrou isto?

— Eu recebi uma notificação. — Então, lhe estendeu outro papel. — Não estava entendendo nada! Um criado que veio até mim mal conseguiu me explicar, apenas disse o nome de seu pai e partiu. Então achei a caixa de documentos no armário e só então vi...

— Isso não pode estar acontecendo! — Helena ria, incrédula.

— Aquele estúpido achava que te daria uma vida mais abastada, se te casasse com alguém de posses.

— Ele só esqueceu de levar em consideração a minha — usou as mãos para apontar para si mesma — vontade!

— Meu amor, se eu soubesse, teria dado um jeito de impedir!

— E para quê? Para que ele te colocasse no meu lugar e te vendesse, como uma maldita cabeça de gado?! — neste ponto, ambas choravam. Joana abraçou a filha, que agarrou o vestido da mãe, sentindo vontade de gritar.

Quase podia vizualizar diante de si, sua vida indo embora. Seus sonhos sendo esquecidos e o tempo que ainda tem neste mundo, sendo dedicado à ser uma dona de casa. Por Deus! Não tinha vocação para ser submissa de homem algum!

— Não, não... Não! — A garota murmurava, descrente.

Joana, que se sentara ao chão, com sua filha em seus braços, não conseguia pensar muito no que podia fazer para que não tomassem a vida de sua filha.

— Você precisa fugir, Helena. — segurou o rosto molhado da adolescente, encarando os olhos assustados — Pegue suas moedas e vá para bem longe daqui.

— Então, vamos!  Vamos arrumar algumas bolsas e...— ela levantou, esperando que sua mãe fizesse o mesmo, mas a mulher moveu a cabeça para os lados.

— Não posso ir com você. Eu não sobreviveria fugindo.  Estou velha e... não posso, terá que ir sozinha, meu bem.

Então, Helena se viu em meio à um dilema. Escolheria a liberdade ou sua família?

Não a deixaria sozinha, oras!

— Este Conde... Você o conhece? De onde?

— Não, imagine! Seu pai o conheceu quando foi convocado ao palácio para...

— Que seja! Deus, eu... — respirou fundo — Eu vou fazer isto.

— Helena, não.

— Mãe, não seja como o meu pai, respeite minhas escolhas. Por favor, eu só... — fechou os olhos por alguns segundos — Preciso de um tempo para pensar.

Joana encarava sua filha, com tristeza.

— O que vai acontecer, e quando? — a garota questionou.

— Ele vem te ver em três dias. Não sei se vai te levar com ele ou sabe-se lá o quê. 

— Se ele for me levar, você vai junto, mãe. E a gente vai aproveitar a vida boa daquele... velho nojento. — Helena abraçou sua mãe, tentando passar segurança.

Mas a verdade é que estava morrendo de medo.

Sendo bem sincera, não estava em seus planos se casar tão cedo. Tinha suas próprias metas e, por mais que soubesse que era de costume que alguém de sua idade já deveria estar devidamente desposada, não era de se importar com trivialidades como ser a escrava de um marido.

Pois bem, agora, tudo mudaria. E não tinha nada que Helena pudesse fazer à respeito, senão adaptar-se.

N/A: Boa noite família, separa a roupinha social que vai ter cartório KKKKKKKKK (cada k é um tipo diferente de depressão)
Até amanhã pitiquinhos 🖤

N/A: Boa noite família, separa a roupinha social que vai ter cartório KKKKKKKKK (cada k é um tipo diferente de depressão)Até amanhã pitiquinhos 🖤

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Prometa-me / [versão não revisada]Onde histórias criam vida. Descubra agora