Capítulo 25

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Funcionou. Helena deu uma — curta e não tão volumosa quanto de costume — gargalhada. Era um bom começo, a expressão magoada e apática não combina com ela.

— O que?! Você se lembra disto? — deu um leve empurrão em Agnes.

— É claro, como eu esqueceria?

— Céus, você me pediu em casamento com dez anos de idade!

— E você aceitou.

Riram mais um pouco. Agnes tinha razão, nostalgia trazia um sentimento positivo às pessoas.

Helena entrou na "brincadeira".

— Bom, vamos embora então, esposa? — estendeu o braço para Agnes, para que ela entrelaçasse o seu.

Estava ficando cada vez mais comum para Agnes sentir o formigamento ansioso em seu corpo, cada vez que Helena a surpreendia.

Entrelaçou o braço e saíram do quarto, rindo.

Helena se despediu das pessoas que ainda moravam ali, alegando que seria temporário. Precisava de um tempo para si e fez questão de deixar todos à vontade na casa. Deu um abraço apertado em Malli e se foi.

— Eu vim até aqui à cavalo...

— Não há problema algum. Minha mala não está pesada, espero que seu cavalo não se importe com dois pesos à mais.

A viajem de volta foi feita mais lentamente, porém Agnes não se importou, sentia os braços de Helena ao redor de sua cintura, então, demoraria o tempo que fosse para chegar até sua casa.

Helena escorava a lateral de seu rosto nas costas de Agnes, sentindo o vento e o sol em sua pele, após uma semana enfurnada num cômodo escuro. Um pouco de ar puro e a presença da mulher lhe fazia bem em apenas algumas horas.

Chegaram ao povoado quando o céu começava a mudar de cor, para o pôr do sol.

Agnes deixou o cavalo no estábulo da vila, segundo à pé para casa, com a mala de Helena em mãos, sendo seguida por ela, que observava tudo, curiosa.

Chegaram até a residência de Agnes. Ela mostrou a casa para Helena, acomodando-a no quarto à mais que tinha para quando Pietro fosse visitá-la.

Após se banharem, Helena insistiu para Agnes que queria cozinhar, afinal, a mulher não aprendeu nada na academia militar além de combate corpo à corpo, armas e afins. Para resumir, Agnes era péssima em cozinhar.

Enquanto jantavam, Helena já parecia muito mais disposta. Agnes se esforçava para conversar, sem deixar que a mulher caísse num monólogo. Também preenchia as conversas com todo tipo de assunto que podia pensar, para que ela não pensasse no luto.

— Eu não bebo, então me perdoe por não ter vinho ou algo do tipo.

— Não se preocupe. Já está tarde, não quero tomar seu tempo, sei que deve levantar cedo amanhã. — sorriu para Agnes, ambas subindo as escadas, em direção aos quartos.

— Eu não demoro à voltar. Desde a execução, estamos nos realocando ainda, então não há muito para fazer.

— Ainda bem, não é? — abraçou Agnes, enlaçando sua cintura, onde alcançava com facilidade — Boa noite. Obrigada.

— Não há de quê. — acariciou com delicadeza suas costas — Durma bem.

E foram para seus respectivos aposentos. Agnes dormiu feito pedra, como sempre, apagou assim que deitou na cama.

Algo muito diferente do que acontecia com Helena. Está se revirava na cama, desconfortável.

Numa batalha interna infernal, decidiu que era amiga o bastante para contar com Agnes.

Mas a incomodaria tão tarde da noite?

Contanto que não a acordasse, estava tudo bem, não é? Só não queria ficar ali.

Então, na ponta dos pés, cruzou o corredor. Abriu a porta do quarto de Agnes, a encontrando completamente estirada na cama.

"Algumas coisas nunca mudam, certo?", pensou, dando um sorriso.

Respirou fundo e tentou se encaixar em algum canto da cama, com aquela mulher enorme.

Apoiou a cabeça em um dos braços abertos dela, que acordou assustada, completamente alerta.

— Agnes, Agnes! — usou uma das mãos para trocá-la no abdômen, acalmando-a — Sou eu.

— O que...?

— Me desculpe. Eu não consegui dormir.

— Não tem problema. Quer conversar?

— Não, eu só... Não queria ficar sozinha num quarto escuro de novo. Posso dormir aqui?

Se podia? Agnes não sabia como voltaria a fechar os olhos novamente, tendo Helena tão próxima de si.

— É claro. — deitou-se com a barriga para cima, ambas se esforçando para caber na cama. Helena não tinha timidez alguma, então, deliberadamente abraçou o corpo esguio de Agnes, que esperava que o coração não estivesse batendo tão rápido e alto.

— Boa noite, Agnes.

— Boa noite...



N/A: Boa noite! Sabadão da att dupla parte 2 nos trinques! Bom domingo, família, até segunda 🖤

N/A: Boa noite! Sabadão da att dupla parte 2 nos trinques! Bom domingo, família, até segunda 🖤

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Prometa-me / [versão não revisada]Where stories live. Discover now