Capítulo 4.

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Entramos na quadra onde ficava o tal baile e comecei a analisar, o som era tão alto, tinha tanta gente que não dava nem para ver quem era quem.

Jaque logo apareceu com 2 copao de whisky com Redbull na mão. Eu nem vi quando foi que ela foi comprar isso.

-Prefiro Cerveja, respondi pegando o copo e virando na boca.

-Eu também, vamos lá comprar. Disse me puxando.

Quando chegamos onde se comprava as bebidas tinha uma pequena fila se formando. Jaque ficou na minha frente e eu atrás. Logo sinto uma pessoa esbarrando em mim e passando na nossa frente.

-Po paizão, a Cerveja tá quentona, parecendo até que está choca, não te entendi. Bailão desse o povo vai tomar essa merda? Perguntou uma voz rouca.
Eu conhecia aquela voz.

Quando me virei pra olhar pra ele nossos olhares se cruzaram. Nem eu, nem ele conseguíamos parar de nos encarar.

- Po chefe, foi mal. Muita gente aqui hoje, a procura é grande, mas estamos botando mais pra gelar aqui. Leva esse balde aqui pra tu ir bebendo enquanto o resto gela irmão.

-AHHHH NÃO! ESTÁVAMOS AQUI PRIMEIRO, ELE FUROU FILA. disse jaque pronta para fazer um barraco.

-Po mas ele é o chefe né, vai entrar nessa novinha? Disse o dono da barraca.

Assim que Jaque se virou ficou boquiaberta, não sabia aonde enfiar a cara. -desculpa, respondeu. Não tinha visto que era você.

- Tá tranquilo. Pega esse balde aqui pra vocês, pode ficar. Aliás, o que elas quiser pode dar, bota na minha conta valeu? Falou  encarando o dono da barraca.

-Ta suave meu mano e pode deixar que já já saí a gelada Digo.

Eu ainda não tinha conseguido parar de encara-lo. Ele estava todo trajado de preto, cabelo e barba loira e um boné. Não sei como não babei.

- Jaque estava na maior intimidade com ele enquanto eu não dizia uma palavra.

-Querem subir para o camarote?- Perguntou Diego.

-Queremos sim, obvio! -Disse Jaque empolgada.

-Eu não vou não. Aliás, já estou indo embora. Mas você pode ir jaque, nos falamos amanhã.

Me despedi da Jaque e apertei o passo até a saída.
Como era dia de baile não passava carro e tinha muito pouco moto-taxi. O único jeito era subir a pé.

Estava subindo já morrendo de cansaço com meu salto na mão, quando escuto um barulho de buzina e uma luz forte atrás de mim.

-Sobe aí pretinha, eu te levo.
Quando olhei para atrás para encarar era o tal do Diego, ou Digo sei lá como chama.

-Não precisa não. -Respondi.

-Claro que precisa, tu mora na rua 3 né? Longe pra caramba po, sobe ai. É perigoso andar sozinha á essa hora em dia de baile, ninguém na rua.

- Eu sei andar sozinha, sempre soube. Não tenho medo.

Continuei andando sem olhar para atrás quando de repente escuto passos atrás de mim.

-Po, tu é teimosona né. Já que não quer subir na minha moto, vamos a pé mesmo. Mas não vou te deixar subir sozinha.

E assim fizemos, seguimos o caminho todo em silêncio, as vezes eu sentia que ele me encarava e as vezes também fazia o mesmo.

-Chegamos, muito obrigada. Tchau.

- Po pretinha, não vai nem me convidar para entrar? Tomar uma água? Pensei de tu ser mais educada, tô morrendo aqui.

Abri o portão e o chamei. -vamos, mas tem que ser rápido, quero dormir.
Entramos e ele já foi logo se sentando no sofá. Abusado.

- Tu mora sozinha mina?
-Acenei com a cabeça que sim e lhe entreguei um copo com água.
Ele não parava de me encarar.
- o que foi? Perguntei cruzando os braços.
- Tu é lindona, nunca tinha te visto no baile. -Respondeu me encarando.
- É porque não curto baile, só fui pois minha amiga insistiu. -Respondi pegando o copo da mão dele.
- Tá certo.Vou nessa, valeu aí pela água.
- Valeu por ter me acompanhado.

Abri a porta e ele saiu saindo sem nem olhar para atrás. Estranhei. Será que eu tinha feito algo errado?

Amores, vícios e obsessões Where stories live. Discover now