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Depois de conferir mais uma vez com Gaara que estava realmente tudo bem, e Kankuro me prometer que iria me enviar relatórios regulares toda semana, eu finalmente saí de Sunagakure.

Eu estava morando na Aldeia da Areia há três anos, e agora era a diretora geral do hospital.

Kakashi-sensei quase teve um piripaque quando eu pedi para ir embora de Konohagakure. Ele e Naruto imploraram durante dias, mas para o azar deles, eu era mais teimosa.

Sim, eu fui embora de casa para me afastar de todas as lembranças e toda a dor que eu sentia morando ali.

Eu fui abandonada duas vezes.

Pela minha mãe e pelo meu amor, Sasuke.

Agora, pelo que Ino havia me contado, ele estava "casado", com uma colega de time. Karin Uzumaki, que por coincidência, também é prima do meu melhor amigo.

Uma pontada no meu coração me lembrou de tudo o que vivemos juntos naquela última noite antes de sua partida. E logo depois, o que aconteceu...

Não, não vou pensar nisso agora!.

Eu não posso pensar.

Me repreendi assim que lembranças horríveis tomavam conta da minha cabeça.

Pensar em Sasuke me fazia muito, muito mal. E eu realmente tentei esquecê-lo durante todos esse anos.

Mas não foi nem um pouco fácil.

Quando provamos do mais doce mel, da mais completa felicidade, não há absolutamente nada que se compare.

E foi o que eu provei, naquela noite.

Na noite em que finalmente eu havia me entregado ao Sasuke em um ultimato. O ato desesperado de uma garota apaixonada. Eu ofereci o meu coração, o meu corpo e a minha alma.

Mas ele recusou.

Eu já criava milhões de oportunidades e o futuro mais lindo e brilhante para nós dois. E óbvio, isso não aconteceu.

É estranho a maneira como nos apegamos naquilo que ainda não vivemos.

Por isso, eu sempre me pergunto: será que realmente existe vida após o Sasuke? Porque eu realmente quero acreditar que sim.

O barulho do motor do trem parando na estação de Konoha me fez despertar dos meus pensamentos.

Eu estava me torturando há meses, e havia me preparado para esse reencontro há três anos. Agora sim, dessa vez era o confronto final, e eu não poderia perder.

Me levantei do assento, puxando a alça da minha mala vermelha pequena, e andei com passos firmes e decididos até o desembarque.

- Uau! - Não pude deixar de exclamar ao ver a minha vila tão "modernizada". Tinham muitas pessoas andando de um lado para o outro da estação.

Vi um pequeno grupo de crianças e moças animadas e não pude deixar de me surpreender com o motivo de tanta euforia.

- Naruto?. - Chamei o homem alto e loiro que estava de costas para mim. Ele estava ainda maior do que quando eu o vi, há três anos atrás.

Ouvi alguns sussuros de "É ela!" e "A kunoichi médica". Tentei ignorar e focar no meu amigo que se virava surpreso em minha direção. Um sorriso gigantesco cruzando seu rosto.

- SAKURA-CHAN! - Escandaloso como sempre: confere. - Até que enfim você voltou. - Ele falou me puxando para um abraço apertado, que eu retribui feliz.

Não tinha percebido que havia sentido tanta falta dele.

- Oi Naruto. - Falei rindo e me soltando de seu abraço. - Como você está?.

- Bem melhor agora que você está aqui! - Naruto passou mais uma vez seu braço enfaixado pelos meus ombros e pegou a minha mala com a outra mão. - Obrigado pelo carinho, moças. E crianças, obedeçam a mãe de vocês, ela sabe o que fala.

Olhei para ele com a testa franzida.

- O que você é? Um astro do rock?. - Perguntei irônica.

- Eu sou um herói de guerra. Bem melhor que um astro do rock, não acha?.

Não pude deixar de rir.

Saí de debaixo de seu braço e começamos a caminhar juntos. O tempo todo éramos parados por crianças barulhentas que gritavam pelo "herói".

Bufei.

- Sabe... Eu preferia quando você era só mais uma pária para a sociedade.

- Nossa! isso magoa. - Ele fez uma careta e colocou a mão sobre o peito. Eu ri mais. - Não deveria ofender quem vai te abrigar, sabia?.

- Como Hinata aguenta esse falatório todo? Ela é tão tímida. - Perguntei me lembrando da minha querida amiga e noiva de Naruto.

Eles eram tão opostos.

- Acho que ela só se acostumou. - Ele respondeu coçando a cabeça levemente envergonhado.

Conversamos mais algumas amenidades, e fiquei surpresa o caminho inteiro com o quanto tudo estava evoluído por aqui.

- Hã... Sakura-chan, eu só queria avisar que um amigo também está hospedado em minha casa. - Ele falou me olhando de canto de olho. Senti o meu estômago gelar.

- Não é... ? - Não consegui falar o nome.

- O quê? Não! Pode ficar tranquila. O baka tem a casa dele. É outra pessoa. - Ele respondeu e me senti relaxar ao mesmo tempo.

- Ahhh... Menos mau! - Respondi colocando a mão no peito, tentando acalmar as batidas frenéticas do meu coração.

- Você ainda... Está mexida, não está?. - O tom de voz temeroso me fez sentir um pequeno remorço.

- Estou bem melhor, Naruto. Não se preocupe com isso, ok?. - Perguntei apertando gentilmente seu braço.

Andamos mais um pouco até pararmos em frente a um portão marrom de uma casa amarela de esquina.

- Eu mudei, sabe como é... Agora com a Hinata-chan, eu precisava de um lugar maior. - Ele falou sorrindo e fiquei ainda mais feliz com mais uma de suas conquistas.

- É incrível... Espero que você não esteja se afundando na própria sujeira. - Provoquei.

- Para a sua sorte, não, não estou. - Naruto retrucou abrindo a porta e me deixando entrar na frente.

Era bem simples, mas não pude deixar de notar que era confortável.

- Vêm, vou te levar até o seu quarto. - Passamos pela sala e ele me guiou até o pequeno corredor. - Aqui... - Ouvimos um barulho alto vindo dos fundos. Naruto deixou a minha mala perto da porta. - Espera, eu já volto.

Antes que eu pudesse responder, ele correu. Com um suspiro, eu puxei a minha mala para dentro do quarto. O amigo que o Naruto falou que estava hospedado aqui, tinha deixado algumas peças de roupa em cima da cama.

O cheiro de perfume masculino me atingiu em cheio e não pude resistir quando peguei a camisa azul que estava ali e cheirei.

Espera!

O que eu estava fazendo? Cheirando a roupa de um estranho?!

Ouvi um leve barulho na porta, e já me preparei para inventar uma desculpa por ter sido pega cheirando a roupa de um homem desconhecido.

Me virei encontrando os olhos de um enorme cachorro marrom me encarando.

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KIBASAKU | uma chance para nós doisحيث تعيش القصص. اكتشف الآن