Doze • Completamente dela

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Percy Jackson

A cena de Annabeth colando nossos corpos e eu juntando seus lábios nos meus não saia de minha mente, bem como os beijos que trocamos até cairmos no sono. Culpamos a bebida, mesmo que apenas em nossas mentes, mas ambos sabiam que estávamos completamente sóbrios e sãos de nossas ações.

No dia seguinte as coisas entre mim e Annabeth voltaram a ficar confusas.

Depois dos beijos na noite de Natal, trocamos apenas algumas palavras antes de ele sair da minha casa e ir embora com seus pais. E depois disso nada de mensagens ou ligações, apenas um silêncio absoluto. Silêncio que estava me matando. Eu não sabia se ele estava se sentindo culpado ou confuso, mas, por conhecer muito bem Annie, eu sabia que a culpa de ter traído alguém estava explodindo sua cabeça.

Minha mãe havia postado fotos do Natal, bem como fotos do meu aniversário, onde em boa parte Annabeth aparecia e em algumas estávamos juntos. Eu não sei se isso causou algum problema com Senhor "Fique Longe do Percy", e isso era o que mais me atormentava. Será que eles estavam bem ainda?

Era dia trinta de dezembro, faltava um dia para o ano acabar e Annabeth havia prometido para mim que logo depois do Natal terminaria as coisas com Luke, mas havia se passado quase uma semana e ela mal havia dado sinal de vida. Eu me sentia trocado e culpado e, de repente, a dor de não tê-la passou a me atingir novamente.

Suspirei e me obriguei a tirar esses pensamentos da minha cabeça, afinal eu ainda tinha que planejar as minhas próximas aulas e pensar em algum tipo de avaliação para o período.

Quando terminei todo o trabalho eram exatamente oito horas da noite e eu estava morrendo de fome. Antes de levantar para preparar algo para comer olhei novamente meu celular, esperando alguma mensagem ou ligação perdida de Annabeth, mas só havia quatro chamadas e uma mensagem de meu amigo, Jason.

"Você é um péssimo amigo, filho da puta. Estou a caminho da sua casa levando uma pizza"

Não era de todo mal.

Jason era o típico garoto-problema na época da faculdade, o que o fez ser expulso no segundo ano de seu curso. Até sua expulsão, Jason havia arrumado briga com quase todo o campus e acabou sendo pego beijando uma garota enquanto fumava maconha. Na sala de um dos coordenadores.

Era um bom motivo para uma expulsão, afinal, e Jason se orgulhava disso.

Por causa dele, eu passei todos os meus anos da faculdade recebendo alguns olhares tortos, outros temerosos e alguns suspiros de raiva. Eu não os culpava ou odiava por associar Jason à mim, afinal eu era seu amigo e graças a ele eu tive uma reputação por todo o campus. Eu era o mais novo famosinho.

Depois de sua expulsão, ele acabou conseguindo uma vaga em uma revista britânica famosa e passou a rodar o mundo, assim escrevendo a cada duas semanas suas experiências em lugares e culturas totalmente diferentes. Sua família tinha um nome importante no ramo, então não foi difícil um drogado de vinte anos conseguir vaga em uma das revistas mais lidas de toda Inglaterra. Ele escrevia bem, afinal.

Jason havia estado no Brasil por quase dois meses e escreveu três colunas sobre o lugar. Era uma país difícil, ele dizia, em uma região sua cultura poderia se assemelhar à britânica e ao mesmo tempo em outra região a cultura teria um toque africano. Por isso, Jason resolveu esquecer o mundo e apenas focar naquele país enquanto estivesse lá. E isso resultou um Jason desaparecido por semanas, apenas se comunicando pela revista. Então, sim, eu não conversava com ele há dois meses.

Olhei o horário em que a mensagem havia sido enviada e, provavelmente, ele já estaria chegando. Arrumei cuidadosamente todos os papéis espalhados pelo sofá e os levei junto com meu notebook para o quarto, os arrumando organizadamente na escrivaninha.

Invisible String (Percabeth) Onde histórias criam vida. Descubra agora