Capítulo Nove: Não Me Proteja

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Ando lentamente até a mulher, que segura Lavigne com firmeza.
_Solta ela! – Falo, convicta.
_Vai garota! – A mulher fala e eu a encaro.
_Sophia não! – Escuto Thiago falar e em seguida ela aponta a arma para ele.
Empurro o braço da mesma, fazendo o tiro pegar na parede, próxima de onde Thiago estava, entro em uma pequena luta corporal com a mulher, tentando me livrar da arma que ela segura. Chuto seu joelho, ela balança para trás, seguro seu pulso com força, enquanto ela tenta desesperadamente virar a arma na minha direção, dou uma cotovelada na sua cabeça, em seguida, com dificuldade dou outra cotovelada no seu nariz, que começa a sangrar na hora, coloco meus dedos nos olhos dela, fazendo ela enfraquecer a mão e ela larga a arma, me afasto, atirando na perna da mesma, para que ela não possa fugir com tanta facilidade.
_Levem ela! – Thiago ordena e Nickolas pega a mulher, a tirando do local.
Me viro para ele, desviando o olhar, olhando diretamente para Lavigne, que está ajoelhada ao lado de Eliot, chorando.
_Chamem o helicóptero! – Falo, assim que me abaixo para verificar o pulso dele, que apesar de fraco, ainda existia.
_Está chegando! – Verônia fala.
_Ele bateu a cabeça, Lavigne? – Pergunto.
_Sim! Sophia, ajuda ele, por favor! – Lavigne implora.
_Me da uma lanterna, rápido! – Falo e ela corre pegar um celular, o qual tem lanterna.
Ligo a lanterna rapidamente e checo as pupilas de Eliot, que apesar de lentas, respondem a luz, suspiro, aliviada, ouvindo o barulho do helicóptero se aproximar.
_O que aconteceu? – A médica pergunta se aproximando de Eliot, me levanto, dando espaço para ela.
_Tivemos um problema técnico e ele bateu a cabeça na mesa! – Thiago responde, antes que eu formulasse uma resposta.
Não poderíamos falar a verdade para a médica, já que o hospital que Mikhail comandava e agora está sob o comando do conselho, não contrata pessoas membros da máfia a não ser que sejam realmente muito bons.
_Vamos estabilizar no helicóptero! – A médica fala, colocando o colar cervical em Eliot e em seguida, com a ajuda dos enfermeiros, o coloca na maca.
_Um de vocês pode ir com ele! – O enfermeiro fala e imediatamente, Thiago começa a andar.
_Lavigne, vem comigo! – Falo, segurando a mão dela, que treme.
_Quem era aquela mulher? – Lavigne pergunta, enquanto dessemos as escadas.
_Não importa! – Falo.
_Ela queria matar você! Ela pode ter matado o Eliot, Sophia, me conta! – Lavigne fala e eu abro a porta do carro preto que foi deixado na entrada do prédio.
_A gangue que queria roubar o equipamento de nanotecnologia contratou ela para me matar! – Falo, ligando o carro que anteriormente Nickolas dirigia.
_Que porra! Era ela que eu estava rastreando, não é? – Lavigne pergunta.
_Sim. Era ela! – Falo, acelerando o mais rápido que eu posso.
_Eliot vai morrer? – Lavigne pergunta, começando a chorar.
_Não, ele não vai morrer! – Falo, talvez, mentindo para ela e para mim.
_E se ele morrer? – Lavigne pergunta.
_Ele não vai morrer! – Falo, olhando para ela, que chora.
_Eu não quero que ele morra Sophia! – Lavigne fala e eu sinto o medo dominando ela.
_Escuta, respira fundo e pensa no Eliot te irritando! Ele vai fazer isso por muitos anos ainda, mas, agora, você precisa ficar calma! – Falo e Lavigne respira fundo.
_Chegamos! – Lavigne fala, assim que estaciono o carro, em frente a porta do hospital.
Saio do carro rapidamente, assim como Lavigne, que praticamente saiu correndo em direção a porta do hospital. Passo pela recepção rapidamente, vendo Thiago no fim do corredor.
_Senhora, você não pode entrar assim! – Escuto alguém falar e me segurar pelo braço. Me viro para a pessoa, olhando para ela, que no mesmo instante solta o meu braço.
_Desculpe! – A recepcionista exclama e eu continuo andando.
_Como ele está? – Lavigne pergunta para Thiago.
_Os médicos estão cuidando dele! Ele está na sala de cirurgia! – Thiago fala e Lavigne suspira.
Fecho os olhos com força, assim que escuto a voz de Thiago, que para qualquer outra pessoa pareceria normal, mas, eu o conheço bem o suficiente para saber que ele está furioso.
_Podemos conversar? – Thiago pergunta, enquanto sinto minha cabeça doer cada vez mais.
_Agora não, Thiago. – Falo e vejo ele respirar fundo.
Ando até Lavigne e abraço a mesma, sentindo o corpo dela tremer contra o meu, por medo. Fechei os olhos e respirei fundo, sabendo o trauma que Lavigne irá carregar a partir de agora.
Quando Mikhail me levou para conhecer a escola de tecnologia eu achei uma ideia extremamente brilhante, afinal, era a oportunidade que os jovens brilhantes de todos os lugares do mundo precisavam, entretanto, acabo de presenciar tudo desmoronar.
Todas as guerras começam de alguma forma, por algum motivo e as pessoas no meio dela, na maioria das vezes nem sabem porque estão ali, apenas estão, bem no meio dela e por algum motivo, não sabem como parar ela, entretanto, se sabe exatamente como continuar ela.
Esperamos por horas, enquanto eu tentava convencer Lavigne a tomar um calmante, para que ela parasse de tremer, entretanto, ela não quis. Observei Thiago andar de um lado para o outro, enquanto falava no telefone.
_Senhor! – O medico chama Thiago.
_Sim! – Thiago fala, se aproximando do médico.
O médico conversou com Thiago por alguns minutos, então, voltou para a sala onde Eliot estava.
_O que ele falou? – Pergunto para Thiago, que volta o olhar para mim e Lavigne, que limpa as lagrimas do rosto, esperançosa.
_Eliot vai ficar bem! Em algumas horas ele vai sair do CTI! – Thiago fala e eu suspiro.
_Ainda bem! – Lavigne fala e esboça um breve sorriso.
Olho para Thiago, cerrando os olhos, ele entende o recado.
_Lavigne, vou pedir para alguém vir ficar com você. Preciso ir resolver algumas coisas! – Falo e Lavigne concorda com a cabeça.
Ando até a recepção do hospital.
_Lavigne vai ficar aqui para esperar Eliot ir para o quarto! Quaisquer coisas me liguem! – Falo para o recepcionista que confirma atentamente.
_Sim senhora! – Ele fala, brevemente.
Entro no carro, onde Thiago já estava me esperando, com o mesmo ligado, ele suspira.
_Eu sei o que você vai falar! – Falo e ele não me olha.
_Eu não te conto tudo o que acontece na mafia Sophia, tem muito mais gente por trás disso! Mikhail começou uma guerra quando me colocou aqui, algumas pessoas dariam a vida por mim, mas muitas delas querem a minha cabeça, tudo aqui tem consequências! – Thiago fala, com o olhar perdido.
_Porque tentaram roubar a carga? – Pergunto e ele nega com a cabeça.
_Alguém quer medir forças! – Thiago fala e da um pequeno riso, irónico e sem animo.
_Vamos acabar com isso! – Falo, assim que ele estaciona o carro na lateral do galpão.
Apesar de não admitir em voz alta, eu sei que Thiago está certo. A mafia não aceita pessoas que não nasceram dentro dela, como líderes, pelo menos, não aceitava, até Mikhail travar uma guerra silenciosa dentro e fora da mafia.
Entro no galpão e encaro a mulher amarrada na cadeira de metal presa a parede, onde os seguranças prenderam a mesma, olho para a perna dela, que está sangrando, em seguida, volto meu olhar para ela.
_Me solta! – A mulher a minha frente fala e eu a encaro.
_Quero o nome do seu chefe! – Falo e ela sorri.
_Você vai morrer! – A mulher fala e eu reviro os olhos.
_Isso poderia ter sido da maneira fácil! – Falo, negando com a cabeça.
Chuto a perna que está ferida com toda a força que consigo, a fazendo morder o próprio lábio por conta da dor, ando até a mesa que fica quase ao lado da porta, observo Thiago, que está sentado em uma cadeira, observando tudo.
Respiro fundo, pegando um martelo de ferro, seguro ele com força, enquanto ando até a mulher que me olha com os olhos arregalados. Bato com o martelo bem em cima do joelho dela, que grita, se debatendo na cadeira, agora, já gritando de dor.
Tiro o canivete que estava no meu bolso e gravo o mesmo na sua mão, sinto minha mão tremer, a medida que a mulher se debate na cadeira.
_гребаная Сука* - A mulher a minha frente exclama, me xingando.
Tiro a faca que estava gravada na sua mão e a gravo no seu ombro, fazendo ela começar a chorar de dor, o que me causa um arrepio de agonia, por conta dos seus gritos.
_Qual é o nome? – Pergunto novamente.
_Eu não vou falar! Cyka²! – A mulher fala e eu soco seu rosto, com força, quebrando seu nariz.
_Verônia, pegue a água! – ordeno e a mulher amarrada a minha frente me olha, já tomada pelo desespero
Verônia sorri, indo até um dos baldes de água gelada, pegando o mesmo e trazendo para perto de mim, enquanto puxa o cabo de eletricidade para perto de mim.
_Fala! – Grito com a mulher, jogando a água nela.
_Derek! Derek Hunter! Ele quer tomar o lugar do bastardo! – A mulher fala, olhando para Thiago.
_Eu termino! – Thiago fala, já com a pistola na mão, fecho os olhos e viro em direção a porta de saída.
_Não! – A mulher grita.
Os disparos, ainda que silenciados, já que Thiago sempre usa silenciador na arma, ecoaram pelos meus ouvidos. Segundos depois, ouvi Thiago falando para limparem o local.
Entrei no carro sentindo minha mão tremer cada vez mais. Eu sei que o que acabei de fazer foi errado, mas, às vezes, precisamos fazer coisas ruins com pessoas mais ruins ainda. Não quero justificar todos os corpos que ficaram no meu histórico até hoje, entretanto, por mais que eu precise fazer isso, ferir pessoas e tentar não sentir remorso, ainda me afeta.
Penso em Eliot caído no chão, quase sem vida, penso também na ameaça que a mulher havia feito contra Thiago, falando que mataria o mesmo, depois da morte de Samuel, então, justifico para mim mesma que era isso, ou, a vida de uma criança inocente e a do meu marido.
Thiago acelera o carro e rapidamente chegamos em casa, assim que ele pousa seu olhar em mim.
_Vem! – Thiago fala, enquanto tento respirar para que eu consiga me acalmar.
_Eu estou bem! – Falo e Thiago me olha, revirando os olhos.
_Eu estou tentando evitar uma briga, Sophia! – Thiago fala, bufando.
_Você sabe que eu ia conseguir resolver! – Falo e ele vira para mim, com a respiração acelerada.
_Você se arrisca Sophia! Isso me deixa puto da vida! – Thiago fala e eu respiro fundo, levantando da cama.
_Não era arriscado! Lavigne estava com uma arma na cabeça! Queria que eu deixasse uma criança morrer? – Pergunto e Thiago revira os olhos.
_Você sabe que esse não é o ponto! E se aquele tiro pegasse em você? – Thiago pergunta e eu respiro fundo.
_Não pegou! – Falo e ele ri, nervoso.
_Mas poderia Sophia! – Thiago fala, encarando a janela, de costas para mim, que levanto da cama onde estava sentada.
_O tiro não era para mim, Thiago. Era para você! Queria que eu tivesse deixado? Verônia me treinou para isso! – Falo apertando minha mão.
_Antes pegasse em mim, Sophia. Você tem noção do que eu pensei no momento em que te vi lá? – Thiago fala, visivelmente irritado.
_Eu fiz o que você faria no meu lugar! – Falo e ele olha para mim, respirando fundo, enquanto se aproxima.
_Eu não me importaria de morrer, Sophia, não se fosse por você! – Thiago fala e eu sinto o peso das suas palavras.
_Porque você esta falando isso? – Pergunto, olhando para ele, que segura meu rosto com as duas mãos.
_Porque quando eu vi aquela cena eu imaginei você morrendo e não tem uma realidade onde eu sobreviva sem você! – Thiago fala, com os olhos cheios de lagrimas.
_Eu escolhi estar aqui, Thiago! Me deixa fazer o que for preciso! – Falo e Thiago nega com a cabeça.
_E você acha que eu viveria sem você? Nem sei porque estamos brigando! – Continuo a falar, Thiago suspira.
_Estamos brigando porque, eu te amo e cada vez que penso em perder você eu entro em pânico! Essa porra. Toda essa guerra silenciosa que eu assumi, é uma merda! – Thiago exclama.
_Você sabe que isso vai piorar, mas, estaremos juntos, no fim de tudo! – Falo, abraçando ele.
_Eu só quero te proteger! – Thiago fala e eu sorrio.
_Quiseram me proteger a vida toda e olha onde eu vim parar! – Falo, em tom de brincadeira, fazendo Thiago rir.




Tradução:

гребаная Сука*
Puxa do caralho

Cyka*
Vadia/puta

A Mulher Do Boss - Livro 2 - Where stories live. Discover now