Crazy In Love II

Você não vai se segurar em mim, se segure em mim?

Em mais um farol vermelho, peguei a minha bolsa e tentei checar tudo o que tinha, meus documentos e carteira, só alguns cartões aqui e o que eu precisava mesmo era de dinheiro. Eu tentaria falar com a pediatra da Amara pra perguntar sobre um possível voo, ela já tomou suas primeiras vacinas, mas preciso checar se é realmente seguro, compraria qualquer passagem e simplesmente iria atrás da Melanie, mas preciso fazer tudo isso antes de anoitecer. Dirigi até um dos nossos bancos, eu sabia que provavelmente o Michael seria notificado, mas eu não poderia arriscar tirar dinheiro em outro país.

O que eu fiz de errado? Como tudo poderia desmoronar em segundos? Eu sei, eu sei que nem tudo seria só flores, mas uma traição? Uma aproximação com a Tessa? Ele poderia ter me ferido de diversas formas, menos desse jeito. Os nossos castelos nunca deixaram de ser apenas castelos de areia, sempre levados pelos mesmos erros. Eu não aguento mais. Estacionei na frente do banco, peguei a minha bolsa, desci do carro e contornei, peguei a Amara e ajeitei ela cuidadosamente no meu colo, pelo menos só esse caminho no carro fez com que ela entrasse em um sono um pouco mais profundo. Entrei no banco, indo direto em um dos caixas rápidos, eu só precisava sacar de forma prática todo o limite que eu conseguiria de uma só vez. Coloquei meu cartão, confirmei meus dados, olhei para o limite e tentei raciocinar uma quantia para uma viagem, somente consegui retirar 10 mil dólares.

- Normani. - Escutei uma voz atrás de mim, o que me assustou e assim que me virei, terminando de colocar o dinheiro na minha bolsa e puxando o meu cartão de volta aflita, dei de cara com Sterling. - Calma. Está tudo bem? - Ele tocou no meu ombro, segurando justamente o braço que eu segurava a Amara, me olhou preocupado e eu engoli em seco, tentando engolir meu próprio choro. - Por que você está tão desesperada?

Eu simplesmente chorei. E Sterling segurou a minha bolsa, tentando me puxar para perto e quando eu senti seus braços em mim, eu acabei chorando ainda mais. Nunca me senti tão perdida e sozinha.

- O que aconteceu? - Ele perguntou preocupado, tentando olhar pra mim, mas eu apenas me encolhi. - Eu posso ajudar você?

Balancei a cabeça negando, mas mesmo assim ele tentou me levar junto com ele, me afastando dos outros caixas e principalmente dos olhares alheios, eu nem tive forças. Sterling até tentou me levar para outra direção dentro do seu banco, mas eu segurei fortemente a sua camisa tentar recuar, o que fez ele seguir ao menos para fora do banco comigo e eu tentei conter as minhas lágrimas, ou ao menos todo meu choro.

- O que aconteceu com você, Normani? - Sterling insistiu assim que saímos do banco, completamente paralisados na calçada. - Eu posso te ajudar, eu posso ligar para alguém.

- Tá tudo bem. - Respondi baixo, balancei a cabeça negando novamente ao tentar secar as minhas lágrimas. - Eu só preciso ir embora. Eu já estava indo embora, Sterling.

Tentei pegar minha bolsa de volta, pronta para ir até o meu carro, mas Sterling segurou firmemente o meu braço e eu olhei para ele assustada novamente, eu nem conseguia entender o que estava passando na minha cabeça, mas a última coisa que eu precisava era estar aqui, ou engolindo qualquer besteira dele. Eu não tinha mais forças para discutir com ninguém.

- Você não pode entrar no carro nesse estado, você nem deveria estar dirigindo. - Sterling disse mais baixo e bem mais sério ao tentar me impedir, me olhando mais preocupado. - Eu não sei o que aconteceu, mas você não parece bem e vou me sentir culpado se eu permitir que você saía daqui desse jeito. - Ele completou e respirou fundo. - A minha casa é praticamente aqui do lado, em três quarteirões. Eu não sei para onde você está indo, mas deveria parar, só por um segundo. - Balancei a cabeça negando novamente. - Confie em mim, Normani. Eu nunca te faria mal. Você é a minha filha, é uma parte de mim.