Embora eu prometi que não poderia ficar, nem toda promessa funciona assim

539 39 44
                                    

Com a Amara completando mais um mês, era mais uma semana de mudanças. Tivemos mais algumas idas ao médico, mais vacinas e com a certeza que a minha bebê estava crescendo perfeitamente saudável, eu já estava ansiosa. A sensação era que tudo estava acontecendo de maneira rápida e todas as vezes que eu olhava para os olhinhos da minha menininha, por mais que seja dificilmente cansativo eu não queria perder nenhum detalhe. Entre os banhos, as fraldas, as roupinhas que ela já estava perdendo e especialmente com a amamentação, eu queria congelar alguma das nossas noites para sempre. Só que eu mal posso esperar para te ver crescer, pode trançar o seu cabelo e fazer castelos de areia. O mundo lá fora pode ser bem complicado, mas eu prometo te lembrar do seu lugar, minha menina.

Quando consegui acalmar as mãozinhas e os pés da Amara, ela cochilou. Sua soneca entre o único horário que eu conseguia almoçar era perfeita. Deixei seu quarto com cuidado e silêncio, indo direto ao meu com a babá eletrônica nas mãos. Abri a porta do quarto e entrei, silencioso como todas as vezes. Quase, não totalmente, olhei em direção ao closet conseguindo escutar uma pequena movimentação e deveria ser o Michael pegando qualquer roupa. Deixei a babá eletrônica na cômoda ao lado da cama e entre o abajur estava o meu celular, mas também estava a minha aliança ao lado do anel de diamante, aquele anel que ele me pediu em casamento e que eu não via à semanas. Olhei para trás novamente, mas não conseguindo ainda ver o Michael. Quando ele colocou isso aqui? Franzi o cenho, pegando apenas o meu celular, minha última mensagem foi para o Sterling com o endereço do apartamento e ele deve chegar em qualquer momento.

Coloquei o celular novamente na cômoda, olhando para o meu lado da cama completamente bagunçado e o lado do Michael que seguia intacto. Era mais difícil de seguir, quando não estávamos tentando encontrar graça nas nossas próprias provocações. Eu estava com saudade, mas ainda ferida demais para admitir. Eu nem mesmo consigo lembrar das promessas que eu tentei fazer para mim mesma, sem ter que me lembrar dos motivos e sentimentos que me trouxeram de volta até você. Peguei a aliança, olhando para ela na palma da minha mão e respirei fundo. O que me prende à você, Michael? Estremeci no mesmo segundo que senti a sua aproximação, fechei a minha mão em punho com a aliança, escutando a sua respiração junto ao seu corpo atrás de mim e sua mão tocou o meu braço, descendo devagar até a mesma mão e apertando por cima da minha, suspirei pesadamente ao fechar os meus olhos.

- De todas as escolhas que eu fiz, essa deve ser a pior. - Sussurrei a única coisa que se passava na minha cabeça e com a outra mão ele tocou a minha cintura, praticamente me abraçando por trás. - Mas não lamento por ainda continuar apaixonada por você.

- Por mais que eu tenha cometido muitos erros na minha vida. - Michael respondeu baixo, soltando a minha mão e subindo pelo meu braço novamente, afastou o meu cabelo do meu pescoço e beijou a minha pele. - Estar com você não é um deles.

E eu queria acreditar, como eu ainda acredito no potencial desse amor. Em como eu ainda encontro os seus olhos, ou escuto a sua risada mesmo que seja baixa e de forma involuntária, ou da maneira que ele tenta me ganhar em qualquer coisa e em detalhes. Eu sei o que ele está fazendo e sei da maneira como ele ainda continua cuidando de mim, seja ainda deixando o meu café pronto, ou me acompanhando nas noites de cólicas da Amara. Ele ainda quer ser meu companheiro, meu parceiro. Como eu sempre quis que nós fôssemos. Pela primeira vez em semanas, eu não me afastei dele. Senti seus beijos na curva do meu pescoço, suas mãos tocando na minha cintura, a forma que ele ainda procurava pelo meu cheiro ao passar a mão pelo meu cabelo e eu só conseguia me sentir ainda mais fraca. Por ele, mas principalmente por esse amor.

Como superar o insuperável? Eu abri meus olhos e me virei para ele, ainda não era a minha intenção se afastar e nem mesmo sei se conseguiria agora, abri a mão somente para deixar que a aliança caísse de volta à cômoda. Michael olhou nos meus olhos, perdido e esperançoso, esse era seu olhar de sempre e por mais que ainda houvesse lágrimas para serem derramadas, eu toquei nos seus ombros ao respirar fundo e puxando ele para mim, com o máximo que eu conseguiria abraçar e ele fez o mesmo. Michael me rodeou com os seus braços, apertando o meu corpo junto ao seu e afundando ainda mais o seu rosto na curva do meu pescoço, enquanto eu sentia o seu cheiro e tocava na sua nuca. Eu sentia cada batida desesperadora do meu coração.

Crazy In Love IIWhere stories live. Discover now