94. Miosótis

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Camila Cabello  |  Point of View




A Lauren tem se esforçado muito para que tudo fique bem. Estou começando a tratar ela de forma mais delicada. Esses dois dias eu fui uma Camila insuportável, testei todos os limites dela e ela aguentou firme. Então, acho que já chega de castigo, porque não aguento muito sem minha branquela. Na saída do escritório, passei em uma floricultura e comprei um buquê de Miosótis, que segundo a atendente, significava amor sincero. Quando cheguei em casa, Greg brotou não sei de onde, pulando em mim. Quase caí.

— Oi meu príncipe! Como foi seu dia?

— Foi legal. Não pude te ligar porque tia Dinah me levou para o centro hoje.

— Tudo bem! Você se divertiu?

— Sim! Muito! Agora eu tenho que arrumar água para o America.

— E sua mãe?

— Está na cozinha. Vai para lá?

— Vou.

— Então... Vou no seu colo. – Sorri beijando sua bochecha. Entrei na cozinha, Lauren estava com o cenho franzido e lendo um livro de receitas.

— Achei que tínhamos conversado sobre você cozinhar. – Falei com o buquê atrás das costas. Ela abriu um sorriso gigante quando ouviu minha voz e caminhou em minha direção. Larguei o Greg que correu para pegar a água para o America.

— Estava com saudade! – Falou envolvendo meu pescoço com um abraço. Abracei com o braço livre e depois de um longo tempo nos separamos.

— Acho... Estou com alergia das... – Falei em tom brincalhão, enquanto entendia as flores para ela. — O que? Flores? – Ela sorria abobada.

— Camz! São lindas!

— Não chegam nem aos pés da minha princesa, mas como não existem flores para igualar a sua beleza, temos que nos contentar com essas mesmo.

— Camz... – Ela fechou os olhos e colou nossas testas. — Você não existe!

— Amo você, princesa! – Falei dando vários selinhos nela.

— Também te amo, Camz! Que flores são essas? – Falou se afastando enquanto pegava um vaso no armário.

— São miosótis. É esquisito o nome, mas a vendedora disse que elas significam amor sincero. Nada mais perfeito.

— Nada mais perfeito. Está quase pronto!

— Tudo bem! Vou tomar um banho e já desço. – Ela assentiu e eu fui para o nosso quarto. Tinha uma roupa minha sobre a cama. Tomei meu banho e a vesti. Quando desci, Lauren estava decorando uma torta. — Era para vestir essa? – Ela me olhou, sorriu e assentiu. — Posso saber por quê?

— Eu gosto de te ver com ela. – Não sei como, mas eu corei com esse comentário.

— Posso colocar a mesa?

— Seria perfeito! – Greg entrou voando pela cozinha, com o América correndo e latindo atras dele. Arrumei a mesa e jantamos conversando sobre o dia. Colocamos o Greg para dormir e nos deitamos. Quando no meio da noite... — Camz!

— O que foi? – Falei sonolenta. Ela deu um grito, me despertando por completo.

— Acho que está na hora. – Foi então que percebi que a cama estava molhada.

— Meu Deus! O que eu faço? – Falei pulando da cama. — Cadê a bolsa? Cadê o Greg?

— Cabello! Eu vou surtar e você tem que ficar calma. – Ela gemeu de dor mais uma vez. — Estão diminuindo os espaços entre as contrações, sério está na hora. – Ela gritava muito e me deixa mais nervosa.

— Ok. Vou levar a bolsa para o carro e já volto para te pegar. – Assim o fiz e aproveitei para chamar o Greg no caminho. — Voltei, vem aqui! – Ela estava pesada, mas eu estava tão nervosa que nem sei como consegui levar ela no colo até o carro. — Senta aqui com sua mãe filho. Entrei no carro e o liguei.

— Papa, você vai assim?

— Assim como?

— De cueca?

— Ai cacete! Que merda! – Praguejei indo colocar uma calça. Quando voltei, Lauren gritava muito e Greg estava com os olhos arregalados no canto. — Vai ficar tudo bem amor! Eu disse pra você fazer cesárea.

— Estou arrependida de não ter te escutado. – Liguei para Vero, que por obra do destino estava viajando.

— Vero está viajando. O que fazemos agora?

— Liga para a Arizona! – Falou me alcançando o celular dela. Falei com ela.

— Ela está nos esperando. – Já aproveitei para chamar toda família. Quando chegamos, Arizona esperava com uma cadeira de rodas.

— Camila! Preencha a ficha da paciente e vá para a sala 4. Uma enfermeira vai te ajudar a se vestir. – Assenti e beijei o topo da cabeça de Lauren.

— Está doendo muito, amor!

— Já vou ficar com você e você pode apertar minha mão. – Arizona empurrou a cadeira e fiquei preenchendo a ficha. Meus pais chegaram e ficaram com Greg. Fui para a sala 4 e me vesti. Lauren estava deitada e com todo aquele aparato em sua volta. Fiquei ao seu lado e ela apertou minha mão. Não era bom vê-la sofrer daquele jeito. Cada carinha de dor que ela fazia, meu coração se apertava e doía.

— Muito bem, Lauren! Agora é com você! Vamos contar até 3 e você faz toda a força que conseguir. Ok? – Ela assentiu. — Vero já te ensinou a respiração e agora depois de cada vez que você fizer força, use ela, ok? – Ela assentiu. — 1...2...3! – Lauren fez o processo. Gritando de dor e apertando minha mão. — De novo 1...2...3! – E assim ela fez esse processo várias vezes. — Isso, Laur. Está quase! Mais uma vez! 1...2...3! – E depois dessa, Lo pareceu relaxar e uma enfermeira levou minha pequena para uma balança. Lauren me puxou e colou nossos lábios.

— Você foi incrível amor!

— Se tivermos outro filho, você vai ficar grávida. – Gargalhei e todos me olharam. Não deviam saber da minha condição e não entenderam a piada. Arizona trouxe uma trouxinha e entregou para Lauren. Ela era linda e eu estava chorando como criança só de ver minha princesinha. Perfeita!

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