Níveis Ordinários de Magia - NOM

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Na abafada noite de domingo, durante o jantar, as portas de carvalho do saguão de entrada se abriram e um pequeno grupo de bruxos e bruxas de aparência idosa entrou. Todos os alunos pararam de comer e todas as cabeças se viraram para os recém chegados. Umbridge os cumprimentou nervosamente e fez um gesto abrangendo todo o recinto.

– Pela espada de Gryffindor! – Henry exclamou, puxando a manga da camisa de John – São eles! Os examinadores!

John se limitou a assentir depois de perder de vez o apetite. Estava extremamente nauseado enquanto via a diretora falar um pouco alto com uma bruxa miúda de rosto tão enrugado que parecia coberto de teias de aranhas. Sentia que iria passar mal a qualquer momento e não estranharia se tivesse que ir pra enfermaria, como acontecera no começo do ano letivo.

– Aquela é a professora Marchbanks – falava Janine, que estava sentada na frente deles, apontando para a bruxa que conversava com Umbridge. – Foi minha avaliadora de Feitiços e Herbologia ano passado. Ela é tão surda quanto severa.

– Eles não podem ser piores que o Snape. – disse Sally, insegura. Sua pele assumira um tom amarelo, como se ela estivesse doente. – Alguém aceita revisar Feitiços só mais um pouco?

– Eu to fora – John se encolheu desconfortavelmente. – Estudar muito antes da prova só dá a sensação de que eu não sei nada. É tipo assistir a um filme de terror antes de dormir.

– Fiu o que?!

– Filme. É tipo um... ah... teatro, mas sem plateia. A encenação é gravada para assistirmos em casa ou no cinema.

– Acho que já ouvi falar de cinema. – disse Henry, pensativo. – Quando eu era criança... – seu semblante foi minguando – acho que meu pai tinha me levado.

O Watson consolou o amigo em silêncio.

Depois do jantar, todos os alunos se recolheram aos seus respectivos salões comunais, e a torre da Grifinória ficou bastante conturbada. Os quintanistas e os setimanistas tentavam fazer alguma revisão de última hora para a prova de Feitiços no dia seguinte, mas ninguém parecia estar conseguindo.

Diante de tanta tensão, John resolveu se recolher mais cedo ao dormitório, mas demorou a dormir. Rolava de um lado para o outro, atordoado com mil pensamentos, e, o pior, nem todos eles tinham a ver com os N.O.M's. A medida que as horas em claro passavam, ele ficava mais desesperado. E se não conseguisse dormir? E se ficasse tão cansado que não conseguiria fazer a prova? Por que não conseguia usar o feitiço para dormir em si mesmo? Lamentou por não poder usar seu celular para ouvir música até pegar no sono. Em regra, eletricidade e magia não eram compatíveis, fazendo com que os aparelhos trouxas pifassem quando usados dentro de lugares mágicos ("Ótimo, se cair uma questão sobre isso na prova, vou acertar", pensou), então se tentasse ligar o seu aparelho, provavelmente seus pais teriam que comprar outro.

Fechou os olhos, tentando relaxar, mas demorou bastante a dormir.

~O~

Quatro torradas e meio copo de suco foi tudo o que John conseguira comer naquela manhã. Depois, ele e todos os alunos do quinto e sétimo ano tiveram que esperar no saguão de entrada. Mycroft ficou sentado na escadaria conversando com Anthea, que estava absorta no livro (embora não parecesse minimamente nervosa), Lestrade andava de um lado para o outro, como se estivesse perdido, Molly estava sentada no chão, lendo suas anotações com Violet Smith, e Sherlock lia o Profeta Diário.

John estava tão ansioso que não falara com ninguém, nem estava com vontade de falar agora. Na verdade, ele sequer conseguia abrir a boca para formar uma frase coerente. Manteve-se de pé, perto do armário de vassouras, encostado na parede, segurando os cotovelos e com a ponta do pé direito batendo freneticamente no chão.

Potterlock - A Ordem da FênixWhere stories live. Discover now