𝘃𝗶𝗻𝘁𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲

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ִ ۫ ּ ˖ ۫𓏲 Maratona (6/10)

SINA DEINERT


Depois de três dias com a notícia pedi pra Earn guardar segredo e tentei continuar minha vida normal, até eu ser chamada com o resultado da minha prova, não havia conseguido o emprego por aqui e acabei ficando decepcionada.  

— Sina Deinert?  

Ergui o olhar vendo o diretor, dei um passo pra trás no susto e sorri tentando não aparentar isso.    

— Ouvi falar da senhorita. 

— Espero que coisas boas.  

— Mantemos o olho nos bolsistas, precisamos investir nas pessoas certas e você se destacou na criatividade.  

— Então... Qual o problema?  

— Nenhum, na realidade acabei conseguindo uma proposta de trabalho pra você em Oxford, lá tem mais oportunidades que em Londres pra calouros.  

— Eu não sei se quero sair de Londres.  

— Pense sobre, jovens como você tem que aproveitar todas as oportunidades que tem.  

Quando fui embora continuei com suas palavras na minha mente, queria ficar aqui com Noah, mas também queria essa oportunidade, parar de depender de todo mundo, porque agora eu teria uma pessoa dependendo de mim.  

*   

No apartamento guardei as provas e decidi que contaria para o Noah, mas ao descer e vê-lo treinando quase como incansavelmente perdi as palavras.  

— Acho melhor me deixar sozinho, não estou no meu melhor dia.  

— Aconteceu alguma cois...  

Tentei tocá-lo mas ele segurou minha mão, parando de treinar pra ficar de frente pra mim.  

— A droga do seu pai só sabe falar que eu não sou o suficiente! EU SOU O SUFICIENTE E SOU MUITO MELHOR QUE ELE!  

Me afastei e havia odiado como queria defender o Simon, mesmo depois de tudo, mas escolhi ficar calada, porque o principal aqui era que Noah estava completamente descontrolado e isso havia me assustado.  

— O que aconteceu com você?  

— Quando ele falava um monte de merda pra mim, só fica pensando em como você confiou nele pra expor algo que deveria ser nosso!  

Pousei as mãos em seus ombros e me aproximei, queria beijá-lo pedindo pra que acalmasse, mas então pensei se tivéssemos um filho e ele visse esse ataque, o que ele pensaria do Noah depois? Ele teria medo da pessoa que deveria protegê-lo? 

— Sina? Está sentindo alguma coisa?  

— Sim, medo.  

Pude ver seu mundo parar por alguns segundos, acho que é uma das piores coisas que poderia ter dito, mas é a verdade, tinha medo do futuro que teríamos, se seriamos uma decepção futura. 

— Eu... Não queria... Sina, não fala sobre ter medo de mim, nunca mais.  

— Como você quer isso quando decide me culpar pelos erros do meu pai? Acho... que eu deveria voltar pra casa da Sabina.  

— Não— Tocou meu rosto— por favor.  

— Noah, não posso cuidar de todo mundo! Tem como pensar em algo que vai muito além de nós dois? 

Era um silêncio terrível entre nós dois, estávamos uma pilha de nervos. 

— Desculpa, eu preciso aprender a me controlar e...  

— Não quero desculpas— O interrompi— não me venha com suas frases feitas, se quer mudar, então mude!  

Antes que eu saísse da sala de treinamentos, fui segurada pra que permanecesse ali encarando seus olhos, depois de um bom momento pensativo, ele finalmente soltou um suspiro começando a falar.  

— Estou tentando e é uma merda não conseguir, mas vou continuar tentando porque eu quero que você fique, Sina e eu vou dizer isso quantas vezes forem preciso.  

— Mais uma chance.  

Aos poucos Noah voltou a sorrir e me trouxe pra mais perto quando o deixei que me beijasse assim ele fez.  

Era difícil de imaginar, mas eu parecia estar cada vez mais me preparando pra ir embora, mesmo sabendo que isso o destruiria.

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𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 𝐰𝐡𝐚𝐭 𝐢𝐭 𝐰𝐚𝐧𝐭𝐬 |𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭Where stories live. Discover now