Capítulo 8 - When I Look At You

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When I Look At You - Miley Cyrus


Lisa's point of view

Flashback On:

Meu deus, a Kyle me beijou, ela me beijou! E eu a beijei! Não apenas uma vez. Eu posso dizer que foi o álcool, estávamos bêbadas, também havíamos dado cambalhotas que se colocar na balança também é tão insano quanto o beijo. Bom, não vou dizer que nunca pensei nisso, Kyle despertava algo desconhecido em mim a muito tempo, algumas vezes já havia me imaginando beijando-a, mas só de imaginar já parecia errado demais, e agora que aconteceu eu estou ferrada, pois foi melhor do que eu jamais poderia imaginar. Tinha que ter sido ruim assim apagava de uma vez tudo que Kyle me fazia sentir além da amizade. No entanto, acabou despertando em mim tudo que eu tentava reprimir por ela. O beijo dela era diferente de todos os outros. Não que eu já tenha beijado muito na minha vida, até porque me casei muito cedo, mas o beijo de Kyle fazia meu coração acelerar, minhas mãos suarem e meu corpo esquentar, parecia me tirar de órbita e nada fazia mais sentido que estar fazendo aquilo.

Me sentia culpada, promíscua, adúltera, hipócrita, a pior das pessoas, e ainda assim, eu me sentia bem. Me sentia viva. Mesmo com todos os contras daquela situação, ainda sim tudo em mim gritava para agarrá-la novamente e sentir toda aquela explosão de sentimentos que só ela me causava. Durante o caminho até minha casa da volta do Ojaild, já sozinha na limusine, sem perceber me pegava tocando meus lábios com os dedos e sorrindo boba lembrando da noite anterior, e depois revirando os olhos para aquela situação ridícula que eu me encontrava.

Quanto mais o carro se aproximava de minha casa mais a culpa me consumia, não sabia como olhar Ken depois do que havia acontecido. Ken era o marido perfeito, milhares de mulheres se matariam para ter um homem como ele e eu estava jogando fora por um momento de muito álcool envolvido. Me apaixonei por Ken no momento que o vi, ele era um lindo loiro alto e galanteador, conseguia todas as mulheres com seu papo e aproveitava disso, mas no momento que nos vimos sabíamos que era pra ser. E foi, por 30 anos, foi tudo aquilo que eu esperava. No entanto, até mesmo quando nos conhecemos, eu não senti o que senti com Kyle. Foi especial, lindo, mas não tão intenso. Não sei explicar, é apenas... Diferente. Pode ser apenas a crise dos 7 anos só que 23 anos depois. Depois de 30 anos nada é o mesmo, a gente muda, amadurece, perde desejo, tudo se torna muito cômodo, cair na rotina é inevitável.

- Chegamos. - Sou despertada pela voz do motorista. Não havia nem percebido o momento que passamos pelos portões da Villa Rosa. Meu coração se apertou assim que avistei Ken do lado de fora do carro me esperando com Giggy no colo. A culpa me corroía como um ácido potente que em segundos pode te sufocar.

- Bem vinda de volta, querida. - Diz antes de me dar um breve selinho assim que desço do carro.

- Sobreviveu sem mim? - Pergunto em tom jocoso, mas sentia minha voz falhar, nunca consegui mentira pro Ken, ele sabia me ler como ninguém. Além de meu marido ele era meu melhor amigo e não precisava de muito para que ele percebesse que algo estava errado.

***

Depois que cheguei, subi para tomar um banho e adiar ao máximo sentar com Ken para conversar sobre como havia sido o fim de semana. Querendo ou não a hora sempre chega, por mais que a gente adie. Ken entra no quarto com uma bandeja de prata com alguns sanduichinhos naturais e um bule de chá.

- Quer me contar como foi o fim de semana? - Pergunta colocando a bandeja em cima da mesa de centro em frente ao sofá que havia no quarto.

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