Missão Fracassada

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"Eu quero fazer seus batimentos cardíacos
Acelerarem como uma montanha-russa"
-Måneskin

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— Quando você vai sair para investigar quem é o homem que Katheryne mencionou? — Lumine acordou de seus pensamentos com a pergunta de Paimon. Era fato que já haviam algumas semanas que prometera à Katheryne que iria atrás do sujeito cujo Paimon se referia para saber o que estava tramando, mas desde que chegou em Inazuma, não teve um minuto de paz. Eram requisições de habitantes que nunca nem haviam perguntado a Lumine como ela estava antes de pedirem por ajuda e também haviam as tarefas da guilda que ocupavam tanto seu tempo que às vezes precisava comer enquanto ia em busca do objetivo. Paimon via o quanto a viajante estava cansada, mas ela mesma não podia fazer muito para reverter a situação considerando que a mora era necessária para pagar a estadia no hotel em Inazuma e os suprimentos que utilizavam durante as missões do dia a dia.

O espaço no qual Thoma havia levado Lumine para se hospedar era bem aconchegante apesar de simples e pequeno. Havia uma janela na parede ao lado da cama de Lumine, um criado mudo com um abajur em cima e um roupeiro mediano de madeira que ficava ao lado da porta do quarto. Paimon ficava no cômodo ao lado, que era para ser uma espécie de sala de estar, já que continha um sofá de dois acentos, um tapete, vasos de flores — entre outros objetos decorativos — e mais janelas. Como a mesma não sentia necessidade de dormir sobre um colchão visto que poderia muito bem descansar flutuando — e até preferia dessa forma —, Lumine não viu necessidade de se preocupar com seu bem-estar. No restante da habitação havia um banheiro e outro cômodo com uma mesa quadrada, quatro cadeiras e um fogão com três prateleiras ao lado abrigando ingredientes e utensílios. Toda a mora que gastavam ali, valia a pena.

Lumine deu um longo suspiro. Estava ficando tarde e se ela não saísse logo da cama, acabaria dormindo e deixando passar mais um dia sem saber se o homem da sua investigação era só um sujeito muito estranho, ou um possível encrenqueiro.

— Você está certa. Se quiser ficar aqui enquanto eu investigo, por mim, tudo bem Paimon. Sei que está tão exausta quanto eu. — A viajante sorriu e levantou do colchão, espreguiçando-se antes de ir até a porta de saída. 

— Ainda bem que você é uma pessoa bondosa e consegue compreender que Paimon não aguenta mais ir para lá e para cá a todo momento. — Lumine franziu o cenho encarando a pequena fada enquanto tentava conter o riso. Não sabia se ela estava sendo irônica ou se genuinamente pensava de tal maneira, mas ao vê-la flutuando para cima do sofá e fechando os olhos como se estivesse esperando por esse momento sua vida inteira, soube que ela não blefava.

— Paimon você não tem concerto, não é? — Lumine disse sabendo que não seria ouvida levando em conta o cair no sono rápido de Paimon. Balançou a cabeça negativamente mantendo uma expressão divertida no rosto, afinal, ela era uma das únicas pessoas capazes de fazê-la rir por motivos bobos como aquele. Talvez fosse o paradoxo entre ser tão adulta e ao mesmo tempo tão infantil que tornasse suas atitudes caoticamente engraçadas.

Após vestir as botas que deixava largadas na saída, Lumine já estava pronta para ir. 

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Caminhou um pouco pelo centro de Inazuma, esperando encontrar o homem suspeito no lugar onde Katheryne disse que ele estaria. As descrições eram de um rapaz alto, jovem, cabelos longos e castanhos e roupas semelhantes às que um samurai usaria. Assim que o enxergou, escondeu-se atrás de uma árvore, esperando que ele se movesse para que pudesse o seguir sem ser vista. O homem parecia sempre muito atento, como se tivesse certeza de que alguém o estivesse vigiando, exatamente como Katheryne relatou.

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