19

132 16 5
                                    

Sentado sobre o banco da praça, olhando as luzes da rua e o movimento de fim do dia. Era bonita a vista, se você não tivesse um dia cansativo e uma mentalidade radical sobre a vida do trabalhador dentro de uma sociedade, porque era irônico um parque ter tantos comércios ao mesmo tempo.

Renjun estava irritado e pensativo. Tentando forçadamente ver uma nova perspectiva daquela situação toda e uma nova maneira de tentar perdoar Jaemin, porque afinal, ele não queria que ele simplesmente sumisse da sua vida assim — Huang Renjun é um grande otário as vezes.

— Droga... eu queria conseguir te superar logo... — disse em tom de sussurro para si mesmo, tirando o celular do bolso, olhando para a tela de bloqueio e o horário ainda distante do que teria avisado ir embora.

Ele poderia muito bem ter ido para casa naquele mesmo instante que o coreano teria dado meia volta e ido para sua casa, mas por outro lado, Renjun não queria chegar em seu lar e ouvir suas mães  perguntando loucamente sobre Jaemin e sobre o "encontro" dos dois.

Aquilo não precisa ser daquele jeito. Jaemin não precisava ter mentido. Era irritante a situação em que estava.

Ele desbloqueou o telefone e abriu as conversas de seu celular. Esperando algo acontecer, como de costume quando estivesse triste. Esperava que Jeno aparecesse e lhe entretesse com alguma conversa nova ou assunto importante.

Ele pensava muito em Jeno, principalmente qundo seu coração estava dolorido por causa de Jaemin. Isso era patético.

— Você não vai para casa? — um jovem se sentou ao seu lado, sem Renjun perceber repentinamente a figura pela distração no aparelho celular, mas claro, ele reconheceu Jaemin pela voz.

— Vai se foder... — suspirou fundo, entristecido e distante com os olhos sobre os pés — Você destruiu o meu dia, me deixe largado aqui no parque, pelo menos isso.

— Quanto drama, Renjun. — retrucou o garoto de volta, imitando a atitude de Huang com olhos nos pés.

Ele fechou o cenho ouvindo mais uma vez a voz do rapaz, sentindo uma mensurável raiva e indignação pela situação em que estivesse passando: sentado num banco qualquer com o garoto que tivesse acabado de discutir.

— Vá pra sua casa logo, você não iria fazer isso mesmo? Por que continua aqui? — questionou furioso, olhando sério e fixo para o rosto daquele rapaz.

— Eu não posso ir para casa agora. Não me lembrei disso quando me virei de costas para você. — afirmou, virando os olhos sem sentimentos para o chinês.

Olhando para aqueles olhos, tentava não chorar. Era triste e ao mesmo tempo incomoda a sensação de ser tão desprezado e sem nenhuma razão pelo seu grande amor.

Renjun segurava firme sua respiração, se houvesse algum desequilíbrio naquele instante, ele iria ser fraco e choraria na frente de Jaemin. Ele não era fraco. Ele não iria ser tão fraco a esse ponto.

— Eu te odeio. Eu te odeio de muitas formas possíveis. Você não tem noção do quanto eu te detesto, Jaemin. Você é um cretino. — mencionou forte e certo do que dizia, mesmo que no fundo, houvesse mentido em cada segundo.

— Você não é o único. — ele sorriu fraco com os lábios e revirou os olhos — Você não tem noção de quantas pessoas me odeiam depois de tantas coisas...

— Você é algum tipo de mentiroso compulsivo, não é? Veja bem o que está falando... todo mundo te ama. — ele riu irônico, tentando acreditar no que dizia.

— Eu não estou mentindo. Você só vê as coisas pelo lado que te beneficia em algo, Renjun. — ele franziu o cenho, encarando mais seriamente aquele garoto — Você não percebe, na realidade, nem conhece as pessoas direito.

pink letter | renminWhere stories live. Discover now