PROLOGUE ࣪ ׅ 𝆯

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PARA QUÊ PREOCUPARMO-NOS COM A MORTE? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro

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PARA QUÊ PREOCUPARMO-NOS COM A MORTE? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro. Confúcio disse isso em algum momento importante da história, suas palavras eram sábias e Rosalie Grimes sabia disso. Ela não se preocupava com a morte e se esforçava para não ser responsabilizada por isso. Estudava, lia livros e mais livros, apenas para estar preparada e conseguir fazer um bom procedimento cirúrgico. Em seus poucos anos como interna, ela não havia deixado nenhum paciente morrer em suas mãos, mas já dizia aquele ditado. Há sempre uma primeira vez para tudo.

Diferente de outras vezes, estar em seu lugar favorito não lhe causava nenhum efeito. A sala de cirurgia estava barulhenta, maquinas apitavam e o barulho das pinças lhe incomodavam. Ela não sabia dizer o quê estava acontecendo, talvez tenha sido por causa da sua cafeteira ter queimado pela manhã ou ela não ter achado seu sutiã; não sabia explicar. Mas tinha também o mal pressentimentos que rondava sua cabeça durante dias, algo estava para acontecer e ela não sabia o que.

- Vocês ouviram falar o quê está acontecendo na França? - ela ouviu Alvin, seu colega interno perguntar.

Sentada em uma rodinha de internos na biblioteca infantil, que estava desativada por causa da proliferação inicial de mofo. Rose estava calada, comia um saco da batatinhas fritas e relia seu livro de plantas medicinais. Já era a segunda vez que estava lendo aquele livro naquela semana, tentava ocupar sua cabeça com algo útil e tentar esquecer as ligações de seu irmão mais novo para contar da situação conturbada de seus pais.

- Não estava na Noruega? - Erika perguntou, revirando sua salada de frutas.

- Portanto, que não chegue por aqui, está ótimo. - respondeu Logan, em seguida cutucando a Grimes. - O quê você acha disso?

- Hum? - perguntou ao ser tirada do transe, pegou sua latinha de refrigerante e levou até os lábios. - Eu não sei, a internet lá de casa foi cortada. Não estou acompanhando as notícias.

- Seu amigo japonês não pagou a conta? - Erika perguntou, fazendo careta por conta da alimentação da colega. - Céus, você é médica! Não poderia comer algo mais saudável?

- Glenn é coreano. Era minha vez de pagar e eu esqueci. - forçou uma risada sem graça e deu de ombros, pegando outra batatinha. - Não há nada de errado com a minha alimentação! - sua voz saiu em tom indignado, fazendo seus colegas rirem.

- Está em todos os jornais, estão dizendo que um vírus está se espalhando rapidamente. - Logan contou fazendo gestos exagerados e alterando o tom de voz, como se estivesse contando uma história de terror. - O vírus e transmitido por mordidas ou arranhões da pessoa infectada. A febre te faz ter alucinações e BAM! A morte de encontra e minutos depois a pessoa volta a vida como canibal.

- Você está dizendo que estamos vivendo em A Madruga dos Mortos? - Erika questionou, fazendo uma careta. - Isso é loucura, tenho certeza que em breve irão desenvolver uma vacina e controlar a situação.

- O que você tem, Doutora Grimes? - Alvin perguntou preocupado, temendo ter feito algo para a mulher. Eles haviam se relacionado há algumas semanas, mas resolveram que seriam apenas amigos, mesmo ele sendo apaixonado por ela.

Rose ergueu seus olhos na direção de Alvin, enfiando um punhado de batatas na boca para não ter que responder. Ela mastigou vagarosamente e quando não teve mais escolha, engoliu. Havia dias que ela já não se sentia bem na presença de Alvin e mesmo que os demais não notassem, ele não a deixava em paz e estava sempre a assediando.

Antes que pudesse responder, sentiu uma fisgada no peito que a fez derrubar o livro em seu colo. Sua respiração ficou acelerada e antes que pudesse reagir, o toque de seu celular ecoou por toda sala. Sweet Child O' Mine tocava, enquanto Rose encarava a foto de sua mãe no ícone de chamada, seu coração acelerou mais ainda. Quando a chamada estava prestes a cair, a morena deslizou seu dedo pela tela do aparelho e atendeu a chamada.


- Oi, mamãe. - respondeu baixo, fechando seus olhos.

- Filha? - Rose conseguiu notar o tom de choro em sua voz, mesmo que a mais velha se esforçasse para esconder.

- Mãe, o quê aconteceu? Por que está chorando? - Rose perguntou tudo de uma vez, sem nem sequer fazer uma pausa para respirar. - Charles e Carl estão bem? Cadê o papai? Tudo bem com a senhora?

- Ah, minha filha... - Lori fungou alto e fez uma longa pausa, a morena sentiu seu coração errar uma batida e o ar faltar.

- Mamãe, você está me assustando!

- Seu pai sofreu um acidente no trabalho, ele foi baleado e entrou em coma indeterminado.

- Seu pai sofreu um acidente no trabalho, ele foi baleado e entrou em coma indeterminado

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OBSCURE, daryl dixonWhere stories live. Discover now