Capítulo 3

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5 dias depois..

Já arrumei um trampo com um homem aqui perto. Ele tem um jardim no quintal, e não tempo pra cuidar.

Minha mãe me forçou a ir, mesmo eu não sabendo nem cuidar de mim, imagine de plantas.

Vidal : Pô, mãe! Eu não quero ir. - Falei olhando pra janela, vendo os moleques jogarem bola.

Helena : Tu quer passar fome, moleque? - Falou da cozinha e eu neguei. - Então vai!

Vidal : Eu só queria brincar. - Respirei fundo e escutei os passos dela. Senti a mão molhada dela no meu ombro.

Helena : Desculpa a mamãe? - Me abraçou. - Prometo deixar tu brincar quando tu voltar. Vai ser só uma horinha. - Eu resmunguei.

Eu sai na rua, olhando pra trás e vendo os moleques jogar bola.

Porra, tudo que eu queria!

Senti meu rosto arder, percebendo que eu tinha batido sem querer no portão da casa do moço que eu ia trabalhar.

Vi o portão se abrir e um homem alto, moreno e cheio de tatuagem aparecer.

Xxx : Tu que vai cuidar das plantas da minha esposa? - Eu assenti, olhando pra cima feito bocó. - Entra aí, moleque.

Eu entrei, vendo a imensidão da casa dele.

Xxx : Sabe cuidar de planta? - Neguei. - Porra! Tua mãe ta de sacanagem? Ela disse que tu sabia, porra. - Ele gritou, fazendo eu me assustar.

Vidal : Eu posso aprender, tio! Nem demora muito. Eu aprendo rápido, sacou? - Ele assentiu.

Xxx : Essa aqui é especial. - Me mostrou uma planta  longa e magra, com suas grandes e icônicas folhas. - Ela se chama Cannabis, tu conhece? - Eu neguei, olhando tudo atentamente. - Tu tem quantos anos, moleque?

Xxx : Tenho 9, tio. - Ele negou.

Xxx : Cuida direitinho delas! Vou chamar minha mulher pra te dizer como cuidar, demorou?  - Eu assenti.

***

Eu terminei de cuidar das plantas e nem deram muito trabalho. Achei que seria mais difícil.

Ele me pagou na hora, e eu fiquei rindo com a quantidade de dinheiro que ele me deu.

Não sei contar direito, nunca foi pra escola. Mas sei que é muito difícil.

Bati na porta de casa, e entreguei todo o dinheiro pra minha mãe numa felicidade do caralho.

Helena : Porra! Que filha da puta! - Meu sorriso desmanchou, vendo ela contar o dinheiro.

Vidal : Alguma coisa errada, mãe? - Ela virou pra mim, com a mão na cabeça e riu fraca.

Helena : Não, meu amor! Tudo certo! - Eu assenti. - Vai lá brincar, vai. - Eu sorri de novo, por quê eu nunca escutei isso da boca dela.

Eu apareci na porta, vendo eles jogarem peteca.

Olhei pro outro lado da rua, vendo os 4 moleques daquele dia. Meu coração disparou, vendo que eles tavam vindo na minha direção.

Vitti : E aí, pivete! - Encostou na parede, cruzando os braços. - Tu saiu correndo que nem maluco aquele dia. - Eles riram.

Xxx : Foi mal! A gente achou que tu queria assaltar nós. - Tirou as petecas do bolso. - Tu joga? - Eu assenti, pegando as minhas.

Xxx : Fala aí, qual teu nome? Eu sou o Barata. - O que tava falando, foi apresentando. - Esse é o Vitti, o Timberg e o Bexter.

Cada um foi se apresentando e eu fui pegando intimidade com eles, graças ao Vitti.

Eu não sou de falar muito, e ele foi o único que percebeu isso. Então, ele foi me ajudando.

Alma Da Favela. (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora