Medo

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— Puta merda, como foi acontecer?— Louis disse pegando um copo d'água da mão de Luke.

— Então... Quando um homem e uma mulher...— Começou Harry.

— Eu sei como aconteceu! Só não acredito.

— Parece que eu não vou ser o único trocando fraldas nas festas.

— Não 'tá ajudando Harry.

— Louis querido, vai ficar tudo bem.— Luke disse o abraçando de lado.

— O que vai ficar bem?— Perguntou Eliza irritada.— Escuta Louis, ter um filho é uma coisa linda. Uma dádiva, e tudo bem ficar nervoso. Mas qual de vocês tem útero? Essa mulher vai ficar enorme num ponto que vai andar igual uma pata choca. Ela vai fazer xixi do nada porque o bebê vai empurrar a bexiga dela. Ela vai chorar e brigar do nada, porque vai estar com os hormônios á flor da pele. Vai ficar enjoada e vai querer comer coisas estranhas. Vai ficar com os pés inchados e vai ficar muito triste quando as roupas que ela usa não servirem mais, considerando o vestido que ela estava usando na festa. E além de tudo isso tem o dia do parto, que vai doer pra caralho. Já passaram uma melancia por um buraco que só passa um limão? A questão é que essa mulher precisa de você agora, mais do que nunca.

— Mas como eu vou cuidar de um bebê? Eu não cuido nem de mim. Pra isso eu tenho o Luke.

— Foda-se o Luke. Sem ofensa.— Desculpou-se.— Você vai ter um filho Louis. Passou da hora de amadurecer. Anda, levanta.— Louis a observou estranhando.

— Eliza, eu não acho que-— Harry tentou defender Louis.

— Anda, levanta!— Louis se levantou rapidamente.— Agora você vai até ela, em casa, hotel, sei-lá, e vai dizer que vai estar com ela e não se discute mais isso.

— Tudo bem.— Suspirou nervoso.

— Lou, eu sei que é assustador, foi assim quando caiu a ficha pra mim, mas é sério, vai ficar tudo bem. Você vai ver ela e vai perceber que no fim vai ficar tudo bem.— Harry o abraçou.

Louis entrou no carro junto aos três e dirigiu até o hotel, com as mãos um pouco trêmulas.

— O que que eu vou falar pra ela? Como eu fui parar nessa situação?

— Eu avisei quando te parei, mas você me ouviu? Não.— Eliza comentou.

— Qual é garota? Dá um um tempo. Não 'tá vendo que ele 'tá nervoso?— Disse Luke para a garota no banco de trás.

— Você não fala assim com ela seu projeto de sei lá o que. E você não precisa esfregar na cara dele, precisa da agressividade?— Harry repreendeu os dois.

— Eu posso até estar sendo agressiva, mas sabe o que eu não estou? Grávida.

— Você não vai fazer nada?— Perguntou Luke para Louis.

— Quer que eu diga o que? Ele 'tá certo.

— Mas eu sou seu namorado, não deveria me defender ou algo do tipo?

— E você não deveria tratar as pessoas com gentileza?

— Eu sabia, você ainda gosta dele.

— O que?— Harry perguntou surpreso e desacreditado.

— Cala a boca cabelo oleoso.

— Cala a boca você Luke, e não fala assim com o Harry.— Louis defendeu.

— Viu? Você ainda defende ele.

— Para com esse ciúmes idiota. Você foi gratuito duas vezes, ele só defendeu a amiga. Eu não estou sendo nada mais do que justo.

— Mas era pra você ficar do meu lado.

— Ok Luke, não dá pra perceber que eu 'tô com um probleminha um pouco maior?

— Não diz que o bebê é um problema, o universo percebe.— Eliza alertou.

— Não é o bebê que é o problema. O problema é: Como eu vou fazer parte da vida dele se eu quase nunca paro no mesmo país?

— Vai dar tudo certo Lou, eu sei que vai.— Harry tocou seu ombro e Luke revirou os olhos.

— Eu só não quero parecer o meu pai, sabe? Largar ela com um bebê.

— Para com isso Bluie, você nunca faria uma coisa dessas.— Luke o confortou.

— "Bluie"?— Perguntou confuso.

— É um apelido, não gostou?

— Gostei. É legal. Eu acho.— Sorriu fraco sem desviar o olhar da estrada.

Louis estacionou o carro na frente do hotel e respirou fundo passando as mãos pelo volante. Saiu do carro e deixou os três sozinhos.

O dos olhos azuis foi liberado na recepção como Briana já havia solicitado. Bateu na porta do apartamento e a mulher o atendeu com os olhos inchados de tanto chorar. Ele a abraçou.

— Vai ficar tudo bem. eu 'tô aqui.

— O que eu faço, Lou?

— O que você decidir eu vou te apoiar, eu prometo.

— Eu não quero abortar Lou, mas como a gente vai fazer isso? Você tem uma vida louca e não para em um só lugar. Eu quero que esse bebê tenha uma infância normal, mas não quero que ele cresça sem o pai por perto.

— Eu te contei que o meu pai deixou a mim e a minha mãe quando eu era pequeno?

— Não.— Ela disse o soltando.

— Eu sei como é se sentir abandonado.— Ele colocou sua mão sobre a barriga de Briana.— Eu não vou deixar que esse bebê sinta isso, muito menos você, Bri.— Louis secou as lágrimas dela e se ajoelhou.— Ouviu isso garotão? Ou garotona? Não sei. Seu pai te ama muito e a sua mãe também, e tenho certeza que o resto da família também te ama demais.

When I fell asleepOnde histórias criam vida. Descubra agora