Casa

16 1 6
                                    

[Dez meses depois]

— Mãe, vai ficar tudo bem agora, não vai?

— Claro que vai meu filho, você sempre supera tudo, sempre me deu orgulho. Meu menino de ouro.— Ela acariciou o rosto dele.

— Eu não sei se posso ser assim, seu menino de ouro.

— Claro que consegue. Você ainda tem que ensinar o Freddie a andar de bicicleta e tem que contar histórias de como a vovó Jay fazia os melhores biscoitos do mundo.

— Eu sei disso. Eu vou.— Sorriu fraco.

— Então levanta, vai, você não vai fazer nada disso se ficar sentado aí. Querido, apenas aguente firme.— Sorriu.

— Louis?— Lottie o chamou.— Vem, o funeral já vai começar.

Louis se lembrava do instante em que o hospital ligou dizendo que o pior havia acontecido. Respirou fundo com a memória do momento em que a viu naquela cama, fria como a noite, sem um ar novo em seus pulmões.  O mundo se tornara tão incompleto.

[Flashback on]

Jay estava sentada na cama do hospital enquanto terminava de fazer sapatinhos de croche para Freddie, afinal como ela disse "logo ele faz um ano, precisa de um presente da vovó".

Louis dormia no sofá, o primeiro sono de qualidade que ele tinha a dias. Barba por fazer, algumas olheiras embaixo dos olhos e cabelos bagunçados, essa era a aparência de Louis Tomlinson.

— Bom dia, eu trouxe o café da manhã.— Uma enfermeira entrou com uma bandeja 

— Me dê aqui querida, apenas faça silêncio. É a primeira vez que ele dorme em dias.

— Tarde demais.— Louis disse se sentando.

— Filho, durma um pouco mais, já fazem três dias meu amor.— Pediu enquanto a enfermeira se retirava.

— Pode esquecer, eu não vou deixar você sozinha.

— Tudo bem.— Revirou os olhos.— Já falou com a sua irmã?

— Já, ela quem vai ficar aqui hoje.

— Isso é bom, assim você vai pra casa, toma banho, fala com o Harry...

— Eu já disse que eu e o Hazza não temos mais nada, e que eu não posso porque-

— Por que você tem que "cuidar da mamãe". Eu posso ficar sem cuidado um pouquinho.

— Ai mãe, só você pra pensar nisso mesmo numa cama de hospital.

— Sabe porque eu continuo tentando sobreviver? Mesmo sabendo que sem um transplante impossível eu não saio dessa cama?

— Mãe...

— Por que eu quero ver você se casar, com o Harry... ou não, mas eu prefiro que seja com o Harry.— Ambos riram, mesmo que Louis segurasse as lágrimas.

— Ai mãe, eu te amo tanto.

— Eu te amo mais, meu bebê.

— Sabe que eu tenho vinte e quatro anos, não sabe?

— Continua sendo meu bebê.— Ele se sentou na beira da cama e ela o abraçou.— Agora me ajuda a abrir esse pacotinho de torrada antes que eu jogue ele na sua cara.— Ela lhe entregou o pacote.

— Promete que não vai esquecer o que eu vou te falar?

— Eu prometo.— Louis suspirou.

When I fell asleepOnde histórias criam vida. Descubra agora