Minha Redenção | Concluído

Capítulo 61

Não me dou conta do quão cruel eu consigo ser

Pois, às vezes, eu posso tratar as pessoas

Que amo como joias

Não abra os olhos. Não abra os olhos.

Não abra os malditos olhos!

Era tudo o que minha mente gritava quando a consciência retornou ao meu corpo, se eu os abrisse eu daria de cara com os meus pais após um surto patético e meu desmaio mais patético ainda. Merda, eu não deveria ter vindo agora eles devem me odiar ainda mais. Afinal agora além da filha desnaturada sou a filha assassina.

Me manter imóvel fingir dormir e sair no meio da madrugada me parecia uma ideia um tanto atrativa e útil, mas se eu fizesse isso fugiria mais uma maldita vez, agiria como uma covarde novamente e eu não sou a droga de uma covarde. Bom talvez eu seja um pouco e precisarei juntar todos os resquícios de coragem que a Jade fragilizada contém.

Abri meus olhos dando de cara com dois pares de olhos conhecidos, havia algo neles que eu não sabia dizer do que se tratava. Medo, susto, desprezo, nojo, raiva, tudo isso que citei poderia muito bem estar ali presente e meu estômago traidor revirou com medo de que tudo isso fosse direcionado a mim. Me sentei com cautela e percebi que estava em um quarto, meu Quarto. O Quarto no qual habitei desde bebe, no qual eles trocaram o berço por uma cama, trocaram as paredes rosas por lilás quando eu completei dez anos, e mudamos a decoração, depois aos quinze a tonalidade foi para vermelho, as paredes foram preenchidas por prateleiras com livros de todos os tipos, Romances, dramas, investigações, terror e suspense. Era como mergulhar novamente em minha infancia e adolescência e um sentimento gostoso me atingiu.

Estava todo do jeitinho que eu deixei quando parti, eles não mudaram nada, e isso fazia com que meu coração esquentasse e batesse com mais calma e menos desespero. Mas os seus olhares ainda estavam ali. 

— Você teve uma queda de pressão, seu pai me contou da gravidez provavelmente foi um pico de estresse com hormônios de mais - a voz de mamãe soou baixa, cautelosa e eu diria que até mesmo arrependida 

— Ótimo, vou embora - falei me levantando, derrepente mudei de ideia e não ficaria ali para ouvir merda, eu tentei conscertar as coisas e fodi com tudo de vez eu não precisava ficar ali e piorar ainda mais as coisas. Afinal de contas eu pelo menos tentei, eu vim até aqui e tentei mudar toda essa porcaria e não saiu nada como o esperado. 

O destino é a droga de uma cadela desalmada que nunca acha que é certo colaborar com nossos planos e se mete mudando tudo. Papai olhou para mim e para a minha mãe mantendo sua boca fechada, ele nunca foi de falar muito. Eles se entendiam por esses olhares e era exatamente isso que eles estavam fazendo e minha mãe sem mais nem menos desabou em um choro desesperado, doloroso e angustiante. Eu fiquei parada observando tudo aquilo sem entender nada porque diabos ela estava chorando? Ela quer tanto assim que eu suma de uma maldita vez?

— Me desculpe Jade - E ela me abraçou — Me desculpe por ter te julgado, humilhado, chutado e afastado ainda mais por todos esses anos, por não ter sido capaz de te proteger daquele monstro que fez você tomar uma atitude irracional e se afastar da gente, Jade eu teria te ajudado a esconder o corpo se isso signficasse você ficar conosco minha filha. Eu errei como mãe, como pessoa e não mereço que você me intitule como tal, se você ainda quiser ir embora eu não vou te julgar novamente minha filha. Eu fui horrivel - Ela disse entre os soluços e lágrimas que molhavam a minha blusa. 

Ela estava me pedindo desculpas? Meu cerébro parece ter parado de funcionar e tudo que fiz foi ficar estática com lágrimas correndo livremente pelos olhos enquanto ela me emplorava por perdão. Ela não deveria me pedir perdão foi eu quem errei. 

— Nós duas erramos tanto uma com a outra minha filha eu só imploro que você permita que isso mude, que nós voltemos e ser o que eramos antes, que você deixe que eu desempenhe o papel de sua mãe novamente.

Nós duas sabiamos melhor que ninguém, demoraria uma década até que voltassemos a ser como era antes mas eu estava disposta, céus como eu estava disposta a tentar e fazer dar certo, como nunca tentei com nada antes. Finalmente nós estavamos mais perto que nunca de resgatarmos o que tinhamos e eu não desperdiçaria isso.

— me perdoa mãe, me perdoa por ter sido um lixo egoísta e ter causado isso, ter feito vocês sofrerem, por ter fugido e deixado vocês para trás - Falei entre ao choro — Eu não queria ter sido uma covarde

— E você não foi, covardes não teriam coragem de fazer tudo que você fez e se tornar a mulher que nós sabemos que você é hoje Jade -Papai disse e se juntou a nós duas em uma abraço no qual me fazia eu me sentir bem e cuidada. 

Nós passamos o restante das horas assim juntos conversando sobre coisas banais, aleatórias e as coisas importantes. Contei melhor sobre minha carreira, minha casa, meu cachorro, a gravidez, sobre Diego, sobre tudo e deixei que eles contassem sobre eles também. Eu me sentia tão perdidamente bem que nada poderia mudar isso. Bom pelo menos foi o que eu achava até o némero de Suzi brilhar na tela de meu celular :

— Oi Su - perguntei com um sorriso no rosto, e me surpreendi quando uma voz chorosa  prencheu a linha 

— Oi Jade, como estão as coisas ai? - Ela esta me preparando para alguma merda eu consigo sentir isso 

— Tudo ótimo, o que aconteceu? - Ela soluçou, merda das grandes

— É o Diego, ele sofreu um acidente, bateu na traseira de um caminhão e outro caminhão bateu na traseira dele, o carro virou uma lata de sardinha amassada com Perda total. 

E o mundo abriu novamente abaixo de meus pés. 

Oie oie pessoal, mais um capítulo entregue, agora estamos mais que nunca na reta final. Faltam 5 capítulos mais epílogo.

Votem e comentem Muito, o engajamento está baixíssimo e isso interfere na frequência de postagens já que deixa a tia aqui bem desanimada.

Novidade para vocês, estou em parceria com a JKarina_ desenvolvendo um livro incrível então já corram e Sigam ela!

Até mais borboletas 🦋❤