Pakun

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Estou encostada na varanda de meu quarto, sentindo o ar gélido do vento passando pelo meu rosto, ouvindo os pássaros assobiando...Hunf isso me lembra até de quando morava com Tina, a diferença é que aqui a mais pássaros que lá.

O tempo está tão gostoso para se pensar! Já se passou metade do mês, e tudo está tão calmo, pergunto me o que darei à Thomas de presente?! Ele pode ter tudo, e ao mesmo tempo quase nada, pois Enzo o está criando como o próximo sucessor da empresa, ele não tem o mesmo tempo livre para brincar como outras crianças, ele mais estuda do que brinca, isso as vezes pode ser tedioso e chato.

Fafi e Thiago já se mudaram também, eles estão ficando numa casa a dois quarteirões daqui, facilitando nossos encontros.
Mesmo assim, confesso que já estava me acostumando com Thomas é Thiago gritando pela casa!

Já que Thomas está na escola, Enzo está trancado em seu escritório trabalhando e eu estou sem nada para fazer, coloco uma legging preta, e um top, também de cor preta, coloco um tênis esportivo pego meus fones e vou correr um pouco.

Entro numa pequena rua da qual acredito que nunca havia explorado, havia um carro, e perto dele dois homens, eles pareciam preocupados e irritados ao mesmo tempo, eles me vêem, entram no carro e vão embora discutindo.

Escuto um barulho atrás da lata de lixo, olho rapidamente para trás, não vejo nada e ninguém, mas assim que olho atentamente a uma sombra perto da lata de lixo, parece ser um gatinho.

- Porque você está se escondendo? - Digo tentando ver claramente o pequeno gatinho.

- Vem cá, não vou te machucar prometo. - Digo tentando o fazer sair de trás da lixeira.

- Vocês animais realmente nos entendem? acho que se alguém me ver tentando falar com você irão me chamar de louca.

- Vem cá. - Assim que ele sai dali de trás pego ele em meu colo e o levo para casa, para lhe dar um banho.

Ele estava cheio de lama, pedaços de comida em seu corpo, tinha até sangue mas não achei machucados nele.

- O que é isso? - Pergunta Enzo vendo eu secando o gatinho.

- É um gatinho que achei, agora ele é meu olha que lindo! - Levanto o animalzinho para ele ver.

- Rafa...isso é...um tigre!

- Sério?! nem tinha me dado conta, mas de qualquer jeito não deixa de ser um felino!

- É porém esse felino é carnívoro!

- Os outros gatos também, mas a carne que eles comem não é humana! - Digo ainda secando meu doce gatinho.

- Nós não podemos ficar com ele Rafa, e se ele machucar Thomas?!

- Ele não irá! além do mais ele já tem um nome. - Digo emburrada.

- Minha nossa. - Ele afunda sua cara em suas mãos. - Tô vendo que não vou te convencer do contrário! qual será o nome dele?!

- Pakun.

- "Pakun"?! parece legal.

Enzo não se esforça nem um pouco para fingir gostar de Pakun, e pelo jeito que Pakun olha para ele o sentimento é recíproco!

- Mamãe cheguei! - Diz Thomas vindo correndo até mim. - Uau um gatinho! - Diz dando carinho em Pakun.

- Thomas isso é um tigre! - Corrige Enzo.

- Bem, tigre faz parte dos felinos então ele também é um tipo de gato! - Diz Thomas pensativo.

Assim que escuto isso, não consigo controlar minha risada, Enzo acaba de receber uma pequena aula de seu filho de 4 anos, parece que quando Thomi crescer, será difícil para Enzo o convencer das coisas!

- Então era você que aqueles homens estavam procurando, eles fazem contrabando de animais?! Não é comum ter um tigre andando pela cidade. - Digo fazendo carinho em Pakun, que está deitado ao meu lado na cama.

- Ele vai dormir com a gente também?!

- Sim. Ele é filhotinho, olha que fofo!

- Thomas também é filhote e fofo, nem por isso dorme semore com a gente.

- Está com ciúmes?!

- Quem tem ciúmes? Eu só acho que você está dando muita atenção a este bicho, e depois ele ficará metido. - Diz fazendo beicinho.

- Ok, Pakun, este é nosso lado da cama e aquele é só meu e de Enzo ok!?

- Entendeu Pakun?! este é meu lado e da Rafa se eu ver um pelo seu deste lado, eu faço um pequeno tapete com você.

- Enzo ele é só um filhote, para de ser ciumento!

- Afinal, você não me disse como o encontrou.

Conto para Enzo como achei Pakun, a história foi curta, até porque não havia muito o que contar, pois achei Pakun por acaso!

Pakun se aconchega em mim e dorme rapidamente, eu sinto uma pequena conexão com ele, ou me vejo nele...Ele mesmo sendo apenas uma filhote tão pequeno, foi afastado de seus pais, levado embora a força...

Na manhã seguinte quando acordo, Pakun se acorda, Enzo já havia saído para correr, faço um carinho em Pakun e vou tomar meu banho e trocar de roupa, quando vou até a porta, Pakun se levanta da cama e fica do meu lado, andando lado a lado comigo até a cozinha.

- Senhora, o que deveremos dar a ele? - Pergunta a nova serviçal contratada por tia Zoe.

- Um pedaço de bife de boi, pode ser só metade ja que as carnes são grandes!

- Sim Senhora.

Assim que ela volta com um pote, que está praticamente transbordando de tão grande que é o pedaço da carne, Pakun fica com seus pequenos olhinhos de tigre brilhando, ele olha para mim e depois vai até o pote comer.

- Lilla, mais tarde diga a tua Zoe, para pedir que alguém vá comprar potes de comida é brinquedos para Pakun.

- Pode deixar senhora!

- Mamãe posso brincar com ele depois? - Pergunta Thomas o observando.

- Sim, mas com cuidado, ele é só um filhote pode se assustar e te machucar!

- Pode deixar.

Enzo chega e olha Pakun, mesmo de longe vejo seu pequeno sorriso de canto, ele fingi não gostar, mas todos já percebemos que Enzo gosta de Pakun, mas é orgulhoso demais para admitir.

- Tem que comprar um pote adequado de comida para ele, vamos chamar um especialista em animais selvagens, para nós dizer como deveremos cuidar dele. - Diz Enzo lendo seu jornal.

- Já pedi para mandarem alguém comprar coisas para ele, chamar um especialista será ótimo.

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