❀ Capítulo 24

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Em todo o mundo estima-se que a cada segundo pelo menos três bebês nascem, ou, cento e oitenta  por minuto, então quantos bebês não estão nascendo neste exato segundo que você levou para ler isso?

É um fato quase que inegável de o quão grandioso e belo é testemunhar o nascimento de uma nova vida. É ainda mais belo ser aquele que pode gerar uma vida. Ensinar as cores, ver andar, ouvir as primeiras palavras, enxugar as primeiras lágrimas. É um sentimento tão terno, tão bonito, tão grandiosamente amado.

Embora é claro, que isso não é sempre sobre belezas e encantos, pois tudo que é belo e bom, tende a ser feio e ruim, e isso não seria diferente para com o nascimento. Para a vida.

Dizem por aí que a mãe não cria um filho para si, e sim para o mundo.  Ela os ensina o certo e o errado, os ensina a levantar e a estender a mão para quem precisa, ela os ensina a encarar de frente a escuridão e a devastação que é o mundo, que é o outro ser humano.

As mães estão sempre a postos para amparar um filho independente da sua idade; Sempre que você precisar dela, ela estará lá por você, isto está escrito na descrição do cargo delas.

Elas até possuem um dia só para elas, embora todos os outros trezentos e sessenta e quatro dias também sejam para ela. Afinal, não é para qualquer um conseguir lidar com a energia infinita de uma criança, das burocracias de uma vida adulta, do estresse que tudo isso trás ao passar do dia. Então, para aqueles que dizem não existir super-heróis por aí, é só porque não sabe procurar, porque eles muitas vezes vivem junto com uma Super Mulher, a mais forte de todas, com uma paciência que até Buda invejaria, a única no mundo que você sabe que pode sempre retornar após partir, que ela ainda estará te esperando com os braços abertos, e muito provavelmente, um chinelo em mãos.

E em como todos os contos heróicos, além de existir o herói sempre haverá o vilão, aquele que aparece apenas para mostrar o quanto o herói e forte e blá blá blá, mas obviamente isso é tudo uma questão de perspectivas e sonhos, tudo isso, todos esses parágrafos acima. Claro, eles obviamente possuem um fundo verdadeiro, como as primeiras linhas, é uma estimativa da própria ONU.

E é com perspectivas...

Sim, podemos usar tanto a perspectiva que aprendemos nas aulas de artes, aquela técnica que nos possibilita a ilusão de espessuras e profundidades das figuras; Como também podemos usar a perspectiva do português, aquela em que temos um ponto de vista, uma concepção, um entendimento ou visão sobre alguma coisa.

Então, na perspectiva geral daquele outono de 1995 em Pequim, onde os moradores estavam agitados, eufóricos e cativados pelos eventos que a estação traria, junto com as eleições que já estavam batendo na porta e o precioso bebê que estava a caminho.

Para sermos mais específicos ainda, era outono de 1995, outono de 3 de Outubro de 1995, e Wang Carman se encontrava na sala de parto, com um obstetra no meio de suas pernas e enfermeiras estabanadas que não diziam nada com nada.

Wang Carman suava, gritava, e apertava a mão de alguém, ela fazia força mas aquela gravidez já vinha mostrando problemas desde o seu descobrimento, ela havia sido um desconforto do início ao fim, os nove meses completos.

E agora que ela fora informada que com a posição que o bebê se encontrava, o parto normal seria impossível e de grande risco, eles teriam que recorrer a cesária, o que ela achou um absurdo, ela era uma mulher jovem, bonita, ela não podia ter uma cicatriz tão grotesca em seu corpo.

Então veio o choro, o sopro para a vida, e com ele a nova adição da família Wang. Wang Yibo.

Isso era incrível. Digno de festa. Era um motivo para se comemorar.

ғɪʟᴏғᴏʙɪᴀ ❦Onde histórias criam vida. Descubra agora