O vilarejo

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"Distrair a mente está sendo o melhor remédio para a minha vida". — Isabelle González

Só sei que agora não quero encontrar nenhum espelho ou qualquer outra coisa que possa refletir, porque tenho medo de ver como está o meu estado após esta corrida divertida que tivemos. Tenho quase certeza que o meu cabelo está horrível ao ponto que assustaria até mesmo a pessoa mais corajosa deste lugar, até eu me assustaria se pudesse me ver agora. 

Fui obrigada a sair de mais um de meus devaneios que com certeza entrará na coleção, quando senti alguém me pegar no colo na intenção de colocar no chão. Apenas olhei para o nobre que fazia o possível para não olhar diretamente aos meus olhos, fiquei sem entender o motivo, mas resolvi não questioná-lo.

Até porque estava querendo saber o motivo de ter me tirado de cima da égua desse jeito, sendo que poderia ter avisado que tinha que descer e faria isso por conta própria perfeitamente:

— O que você está fazendo? Eu consigo descer sozinha, sabia? — O indaguei no tanto confusa. 

— Podes até saberes, mas serás que sabe ser agradecida? — Lançou uma pergunta que soou no tanto uma reclamação e que acabou me deixando bastante constrangida. 

— O-Obrigada, Isaac... — O agradeci, mas sem conseguir encará-lo. 

Nunca me senti tão envergonhada em como estou neste exato momento. Ele acabou me tratando que nem uma criança malcriada, sendo que temos quase a mesma idade. Isso é ridículo. Mas colocarei este assunto como encerrado, pois, não quero que este passeio acabe por causa de mais um drama que estou lutando para não começar. 

Apenas respirei fundo e o encarei com um leve sorriso em meu rosto, como uma tentativa falha de dizer que estava tudo bem. Mesmo achando isso, um verdadeiro exagero de minha parte. E quando estava tentando pensar em algo para mudar este clima estranho entre nós, ele fez menção de que queria falar algo:

— Desculpe-me, acho que exagereis um pouco agora. E principalmente, transpareci o meu lado que não gosto que as pessoas o conheçam... O meu lado grosseiro. Juro que farei o possível para que isso não se repitas mais, tudo bem? — Pediu, mas os teus olhos estavam focados em algum lugar atrás de mim, como se não tivesse coragem de me olhar diretamente. 

— Relaxe. Nem percebi que tinha sido grosso comigo. Então, por onde tu quer me levar para conhecer primeiro? — O perguntei, enquanto esticava os braços como uma forma de tirar toda a tensão em meus ombros e de relaxar um pouco. 

— Tens certeza? — Insistiu mais uma vez. 

— Sim, senhor. Só relaxe, hoje é dia de diversão e não, um dia de drama. Então, qual lugar que serve a melhor comida em tua opinião? — O perguntei, na tentativa de mudar o assunto novamente. 

— Bom... Temos uma taverna, mas tu não podes entrar. Mas irei comprar dois pedaços de Sambocade, depois iremos para um canto não muito movimentado para podermos comer tranquilamente. E tenho quase certeza de que irás apreciar este bolo da mesma forma que apreciei na primeira vez que o provei. — Sugeriu no tanto pensativo, mas finalizou a frase com um sorriso como se tivesse passado uma lembrança diante de teus olhos. 

— Nem vou tentar pronunciar este bolo. Mas ele é feito de que? — O indaguei e soltei uma risada, assim que percebi que o nome deste doce se parece com a palavra "sabão".

— És de queijo feito com sabugueiro. Mas também, posso comprar dois pratos de pêras cozidas em vinho que também são deliciosos. — Explicou e poderia jurar que vi os olhos dele brilharem mais ainda, como se tivesse encontrado mais uma lembrança. 

— Parecem ser muito bons mesmo, apesar de que não sou muito fã de queijo. Mas farei um esforço para dar a chance para este bolo. E tenho quase certeza de que irei amar mesmo a das pêras com vinho. — Comentei, um pouco insegura se realmente iria gostar mesmo. 

The Best Of Both WorldsWhere stories live. Discover now