Julgado

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Preso sentado
No banco observando o julgamento
Saído do meu entendimento
Ilusão de liberdade é sofrimento

Irritado
Com o fato de ser um experimento
Nada além de um passatempo
Para aqueles que, no banco, de juiz vão brincar

Não foi isso que eu quis
Eu juro que tentei ajudar
Não, eu não quis te machucar
Não é isso que você diz para o juíz

Eu sei que seus problemas atrapalham mas
Eu não sou bandido que saiu de Alcatraz
Com algo atrás de mim

Como uma tropa, uma multidão enfurecida
Pessoas querendo tomar a minha vida
Não é como se eu fosse te trazer a ruína
Somente posso te dar o que tenho

Mesmo que pouco é o que faço pra ti
Mesmo eu querendo te fazer sorrir
Já que você decidiu partir
Eu vou sair

E sentado, julgado
O juiz me olha e vê minha alma
Pelas lágrimas delas me julga culpado
Condenado a ser enganado
Condenado a nunca ser amado
A ser usado

Morto por dentro aceito a sentença
As asas cortadas para não voar
Talvez dessa vez eu me cure da doença
Essa doença chamada "amar"

Navegou e foi
Partindo pelos sete mares e além
Enquanto ela dirige a Lambo de alguém
E eu fico olhando a tela

E na cela, mostro meu verdadeiro eu
Um eu que se perdeu
Aquele eu morreu e eu achei seu corpo
Serei o segundo a tomar esporro
Poxa meu eu, eu falhei de novo
Desculpa por vir pra prisão

Fui condenado a sofrer
Condenado a maldição
A nunca ninguém entender
Essa foi a minha punição

Por algo que eu fiz de coração
Tô pagando
Fui deixado de lado
E tô andando
Mudei de direção e com navio
Navegando... Naufragando

Poemas de um PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora