Poemas de um Pesadelo

Desesperado

Os raios de sol não atingem a mim
Cinza é a cor do céu
Olho pra essa nova prisão enfim
Nesse novo mausoléu

É o passado que me prende
E me afoga de um jeito diferente
E ironicamente
Seu comportamento era o que eu julgava ser diferente

Era como se fosse um abraço reconfortante
E em você eu achei meu porto seguro
Mas não sei porque me diz a todo instante
E insiste em dizer que não tenho futuro

Eu esperava que você me apoiasse
Quando eu chorasse, de mim cuidasse
Mas é irônico
O quanto
De você eu pude me decepcionar

Eu não sou um prisioneiro
Você não é meu carcereiro
Não precisa me prender
Nem ter um rastreador um tempo inteiro

E o pior
É que eu entro em desespero
Quem eu julgava o vilão
Hoje busca reconciliação

Quem me abandonou
Hoje quer voltar atrás e ter o meu perdão
E quem de mim cuidou
Hoje se afasta e me deixa na solidão

Eu olho pra esse quarto
Com meu irmão dormindo do lado
Me vejo sufocado
Estou me afogando então me deixe respirar

Eu me vejo em minhas crises
Segurando com força pra não chorar
Por favor não me deixe
Você quem me ensinou a te amar

Você é do meu passado
Um passado bobo e infantil
Mas retornou no futuro
E hoje eu a vejo como meu presente

Eu sinto frio
Mas eu gosto da sensação de que o frio me queima
Eu sinto frio
E o mais engraçado
É que meu destino é morrer congelado

Por favor me ajuda
Alguém
Eu sinto alguém do meu lado

Por favor me ajuda
Alguém
Eu sinto como se estivesse sendo esfaqueado

Por favor me ajuda
Alguém
Não me deixa nesse lugar apertado
Não quero estar triste e desolado
Eu me sinto tão
Desesperado