Acordando em Outro Mundo

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Está quente, sufocante

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Está quente, sufocante... Eu sinto meu corpo em chamas. Uma dor dilacerante em minha garganta me tirava o ar. Vozes estranhas ecoam distantes de mim, em um idioma que não faço ideia de qual se trata. A escuridão me envolvia. Tento gritar, me mover, mas não consigo. Sinto como se estivesse prestes a ser engolida pelo fogo e pela dor.

Meus olhos não abrem. Meu corpo não responde aos meus comandos. Os gritos se tornam mais próximos de mim. Sinto fortes apertos em meus braços, como se tentassem controlar meus movimentos. A dor se torna ainda mais intensa. As lágrimas descem pelo meu rosto. Eu queria implorar para que aquele tormento tivesse fim, mas eu não conseguia.

Em seguida a tosse se faz presente. Sinto meus pulmões queimarem. Consigo abrir meus olhos no mesmo instante em que cuspo uma quantidade exorbitante de sangue. Arfo em busca de ar, mas tudo era desesperador demais, doloroso demais, quente demais. As pessoas ao meu redor continuam a gritar palavras que não faziam sentido algum para mim.

Um líquido espesso e quente escorre pelo meu pescoço. Doía. Ardia. Sufocava. Minha cabeça latejava. E é então que uma Luz dourada me envolve. A dor passa a diminuir, mas ainda me fazia querer gritar. Lágrimas descem sem controle pelo meu rosto. Uma mulher de cabelos longos castanhos, usando elegantes roupas de época - que eu havia visto apenas em filmes -, me abraça e chora em desespero. Eu não entendia o que ela dizia e era ainda mais doloroso ser apertada por ela, mas seu abraço era caloroso e acolhedor.

Um homem de cabelos grisalhos e tapa olho também parecia em pânico, enquanto segurava as lágrimas. Ele apertava a minha mão e dizia palavras que não faziam sentido. Observo que assim como a mulher, ele usava roupas de época, como se pertencesse a Idade Média. A Luz dourada continuava a melhorar um pouco as dores, mas ainda era difícil respirar e raciocinar com a torturante sensação de ter a pele do meu pescoço se derretendo.

Aos poucos, a razão retorna a minha mente e eu me dou conta de que nada daquilo fazia sentido. A última lembrança que eu tinha era da explosão do laboratório, mas e então? O que aconteceu em seguida? Quem são essas pessoas? Onde eu estou? Por que todos estão falando em um idioma tão estranho? O que eles estavam dizendo?

Debato-me, tentando me soltar da mulher e entender o que acontecia. Eu estava com medo. Não fazia ideia de quem eram aquelas pessoas e nem o que estava acontecendo. E o que era aquela Luz dourada que me envolvia? Por que um homem, que parecia ser um padre, estava com os olhos brilhando em um tom dourado?

As pessoas continuavam a falar em uma língua que eu não entendia e eu sentia que minha cabeça ia explodir. Minha garganta doía e mesmo que aquela Luz assustadora dourada amenizasse, ainda sentia que respirar era um tipo de tortura. Eu também estava com medo do que aquelas pessoas fariam comigo.

Eu queria ir embora. Queria entender o que estava acontecendo. Como eu consegui sobreviver àquela explosão? O que aconteceu com Piper? Eu não deveria estar morta? E por que essas pessoas me trouxeram até aqui? Quem são essas pessoas? Por que me olhavam com tanto desespero e pareciam tão preocupados?

Fortune LoverWhere stories live. Discover now