Corte De Fogo E Gelo

CAPÍTULO I - Lucien

Eu não sabia em que parte da minha vida eu tinha me perdido tanto.

Sem um lugar para chamar de lar.
De meu.
Eu vaguei durante meses entre corte Noturna e Primaveril.

Tento lembrar as vezes, de algum momento em que fui feliz.
Alguns me vem a mente.

Mas são poucos.

Meu curto periodo de tempo vivendo com jasminda... alguns momentos na corte Primaveril com Tamlin ou feyre... e quando finalmente descobri meu elo de parceria com elain naquele maldito momento, no castelo de Hybern.

Eu me senti culpado naquele momento, quando ela fora cuspida para fora do Caldeirão, do que em qualquer outro momento da minha vida.

Mesmo quando desejava a morte de Beron.

Mas ao mesmo tempo,
Feliz. 

Quando eu a vi pela primeira vez, aqueles lindos olhos castanhos, me encarando de volta, com medo, súplica, angústia, eu senti.
Senti o fio nos ligava, sendo puxado em sua direção e se instalando em mim.

Aquilo foi um choque.
Dizer que eu fiquei sem reação é um eufemismo.

Não consigo descrever a forma que me senti.
Mas por um momento, tive esperança.
Acreditei que finalmente, algo em minha vida teria um sentindo, finalmente eu encontraria a felicidade.

Afinal de contas.
Ali na minha frente, estava minha parceira.

A parceira linda, e doce, que o Caldeirão havia escolhido para mim.
Eu acreditava que havia sido digno de tal escolha da Mãe.

Não poderia estar mais enganado.

Nos dias que se seguiram a sua partida para corte noturna, eu sentia sua angustia. Seu medo e sua tristeza. Aquilo me quebrava a todo instante.
E minha vida não tinha mais sentindo.

Vagava pela corte de tamlin como uma sombra do que eu era. Creio que Tam tambem percebeu meu desleixo. Não conseguia focar em nada.

Não com ela tão longe de mim.

Quando decidi largar tudo, e ir com feyre atrás de minha parceira, e sua irmã, eu tinha esperanças que ela me aceitasse.
E que pudessemos ficar juntos.
Ou ao menos tentar.

Mas Elain me rejeitou desde o primeiro momento.

E ve-la secumbir a sua tristeza daquela forma, sem me deixar chegar proximo, sem poder acalenta-la, ou ao menos ficar perto... me matava mais ainda.

Eu tinha esperanças.
Sim. Muitas esperanças.
De que ela pudesse me ver como alguém que a amaria.
Que a faria feliz.
Eu viveria para isso.
Para faze-la feliz.
Era o meu desejo.

Uma chance, em algum momento eu teria.

E mais uma vez, eu estava mais do que enganado.

A irônia do destino, as vezes me irrita.

E eu percebi que nunca teria seu coração.
Tive convicção disso no momento em que a vi entregue ao braços de Azriel na sala da casa de Feyre após o jantar de solstício. 

Ela estava tão entregue, tão absorta no momento, certa de que o queria, que aquilo me atingiu como um soco no estômago.

Eu pude sentir tudo.

Ver Azriel com as mãos em seu corpo... o cheiro de desejo e excitação enchendo o ar... pior do que isso, era sentir o cheiro dela. Do desejo e da excitação de
Saber que ela tambem o desejava.

Elain nunca nem se dedicava a me olhar com mais compaixão. Mas ali estava ela. Pronta para ser possuida pelo llyriano.

Foi preciso todo meu alto controle.
Toda minha força de vontade para não fazer uma desgraça ali, naquele momento.