ten - you're shine

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Você está brilhando

Alguns dias tinham se passado desde o Calanmai e no dia seguinte a ele, quando Feyre apareceu no almoço com um hematoma no pescoço e alegou que Tamlin havia o feito, agarrei-me a todo senso e controle que tinha para não atacá-lo ali mesmo. Minha irmã havia percebido o lampejo de ódio no meu olhar, porque depois veio me contar o que aconteceu: Tamlin a encontrou no corredor e a prendeu contra a parede, mordeu seu pescoço e beijou o mesmo lugar. No final de tudo, ela havia gostado

No jantar, esperei Feyre e Lucien saírem para contornar a cadeira e parar atrás do Grão-Senhor. Não o prendi, ao menos fiz menção de chamar a água ou a neve; apenas sussurrei, a voz fria como a morte.

Morte. Era isso que eu prometia. 

— É melhor ter herdeiros. E rápido.

Sai da sala sem deixar espaço para ele retrucar. A ameaça pairando entre nós. Era um jogo, extremamente perigoso – e eu tinha certeza de que poderia morrer no final –, mas ele já havia me tirando da minha família.

Feyre entrando rapidamente no meu quarto, claramente assustada, me fez parar de reviver aquela noite. 

— Em que momento essa casa esteve tão lotada? — ela praticamente gritou, e eu franzi o cenho.

— Essa casa sempre esteve lotada, Fey.

— Não, não, não. Isso não é possível. 

Ela correu até onde eu estava, segurou minha mão e saiu me puxando dali. Só paramos quando estávamos na sala de jantar, de frente a Tamlin e Lucien.

O loiro estava jogando na cadeira de sempre, mas esticou o corpo quando viu nós duas na porta; Lucien levantou o olhar de uma das suas adagas que limpava. 

— O que foi? — a voz de Tamlin aparentava real preocupação. Voltei meu olhar a Feyre e esperei que ela me explicasse também. 

— Tem... muita gente... feéricos... por aqui. Quando eles chegaram? — seu olhar parou na janela, acompanhei para ver o que ela tinha visto. Feéricos com máscara de insetos. 

Os dois feéricos a nossa frente tentavam conter a risada. 

— Estavam aqui o tempo todo.

— Mas... mas eu não ouvi nada.

— É claro que não — disse Lucien, girando uma das adagas. — Nós nos certificamos de que vocês não pudessem ver ou ouvir ninguém, além daqueles necessários. Funcionou com você. Sua irmã, por outro lado, tem a mente forte de mais para um glamour.

— Mas aquela vez no jardim... no dia que você passou mal. Você também não viu.

— Não era magia desses dois. 

Feyre passou o resto do dia um pouco assustada, como se toda aquela multidão fosse muito para ela suportar. Evitava olhar por mais de dois segundos para qualquer feérico, eles estavam acostumados com ela ignorando-os que, quando encarava-os, os próprios feéricos se assustavam com a atenção.

Estava conversando com Lene sobre o Solstício de Verão, que estava chegando, até minha irmã entrar no quarto e levar mais um susto naquele dia. 

— Por que todos são tão diferentes? — Feyre choramingou, se aproximando da cama. 

— Glamour faz isso com as pessoas. — Lene fez menção de sair, mas a parei com um dedo e apontei para cama. — Fique. 

— Poderia ter me contado, hein? — Feyre se jogou na cama, a cabeça apoiada na minha perna. Comecei um carinho no seu cabelo e dei de ombros. — Do que estavam conversando? 

Corte de Amores e Segredos - Versão AntigaWhere stories live. Discover now