A ponta do Iceberg

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PROJETO PHOENIX

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PROJETO PHOENIX

  V - A ponta do Iceberg 

Centro de Controle de Doenças (CDC) 

Já faziam duas semanas desde que tivera o último contato com a Sentinela Primordial, vulgo Hinata. Toda a euforia com a nova descoberta tinha que ser mantida em sigilo pois ainda não sabiam quais os efeitos que a notícia poderia causar. Pelo que se lembrava, Hinata era alguém extremamente instável, variando da calmaria ao ódio em segundos, parecida com um certo alguém.

Sakura repousava na cadeira branca, admirando a vista do nascer do sol e tinha em uma das mãos uma xícara de café para se manter desperta. 

Ela habitava um conglomerado na costa Oeste do que havia sobrado de Los Angeles. Muros extensos protegiam a cidade do exterior. Incrivelmente a construção havia durado quase dez anos, o que às vezes a fazia se questionar se o incidente de dois anos atrás fora realmente um infeliz acontecimento ou realmente tudo foi premeditado. 

Alguém bateu na porta, interrompendo sua linha de pensamento. A rosada gritou um sonoro "pode entrar". 

— Já está acordada ou ainda nem foi dormir? — Orochimaru estava parado no umbral e, diferente dos outros dias, aparentava estar mais tranquilo. Sakura riu e o convidou para se juntar à ela. 

— Digamos que a lua é encantadora demais para não ser apreciada —  respondeu gentilmente, colocando o café na mesa e se levantando. O outro balançou a cabeça em concordância. — Alguma novidade? 

— O mesmo de sempre. Toda vez que tento sequenciar o genoma do vírus, mas sempre dá no mesmo, ele não muda — confidenciou sério. Ela levou as mãos ao queixo, e pensou em alternativas. — O intrigante é que o vírus ZONA aplicado nos sentinelas, sofreu fortes mutações. — De repente a garota adquiriu um ar sombrio em sua face quando o mirou. — E se sabotaram o Projeto Phoenix? Claro! Isso explicaria muita co... — Ele a interrompeu.

— Sakura, essa ideia já foi descartada por nós há um tempo atrás. Não há como isso ter acontecido.

— Mas… 

— Por favor, não insista. — Ele levou a mão até o seu ombro e apertou, sorriu gentilmente e disse: — Você deve ir descansar agora, já fez mais que o suficiente. — Um pouco contrariada, a rosada assentiu, respirando fundo e se retirando da sala. — Não precisa voltar ao trabalho por hoje, tire o dia para si. Deixe que eu cuido de tudo por aqui.
 
— Sim, senhor. 

Fechou a porta da sala e se dirigiu até o térreo. A cientista não descansaria até encontrar as respostas que procurava. Ela estava certa de que havia alguém que andava tramando pelas costas de todos, visando à ruína total da humanidade.  E, embora até mesmo Orochimaru se recusasse a acreditar na ideia, Sakura sabia que ele não havia a descartado de um todo. 

Por hora, manteria os olhos e ouvidos bem abertos. 


•••

N

ão sabia ao certo por quanto tempo havia estado ali, inerte, somente ouvindo a melodia nostálgica que o holograma 3D reproduzia. Uma tempestade de lembranças enevoaram sua mente. Anotando algumas fórmulas no papel, ele cantou: 

 Someday I'll wish upon a star



(Um dia eu farei um pedido a uma estrela)



Wake up where the clouds are far behind me



(Acordar em um lugar onde as nuvens estão bem atrás de mim)



Where trouble melts like lemon drops



(Onde problemas derretem como balas de limão)



High above the chimney top that's where 



(Bem acima do topo de uma chaminé)



you'll find me, oh



(É lá que você me encontrará, oh)

— Já acabou o show? — Uma voz conhecida invadiu seus tímpanos. Curioso, Orochimaru se virou, dando de cara com Shikamaru, o Capitão do Comando Militar. Ele tinha os braços cruzados na altura do peito e o olhar entediado. 

— Não, e quero meu cachê — comentou polidamente. O outro ergueu a sobrancelha  como se o analisasse. Incomodado, o cientista retrucou: — O que foi, vai me desenhar? — Shikamaru suavizou sua expressão se afastando da parede em que apoiava suas costas. Caminhou até onde estava o outro para falar.

— Por que você não me disse que havia um Sentinela ainda em funcionamento? — Foi direto. Orochimaru desfez o sorriso, tornando a encarar o homem com uma expressão vazia. 

— Como soube disso? — Baixou consideravelmente seu tom de voz após trancar a porta. Não havia comentado com mais ninguém a não ser Sakura sobre a reativação do Módulo I. A teoria imposta pela rosada sobre haver impostores começou a fazer sentido. Ele olhou para os lados, tentando disfarçar o nervosismo. 

— Como eu soube disso? — repetiu com um sorriso sarcástico que logo se desfez. — Orochimaru, você sabe o que se passa lá fora? — bradou, irritado. — O comandante do distrito de Irkalla ordenou uma caçada ao sentinela que ainda resta. 

— O quê?! Mas por quê? — perguntou estupefado.

 — A carcaça — respondeu o capitão. — Eles querem o metal valioso que compõe ela. — não havia dúvidas, a situação era mais séria do que ele previa. Shikamaru se virou pronto para ir embora, no entanto, o aperto no ombro fez com que parasse.

— Precisamos... — Deu ênfase, como se sua vida dependesse disso. — Achá-la antes que ponham a mão nela. 

— De que adiantaria? — suspirou. — O Projeto Phoenix fracassou, ninguém é imune ao ZONA, está tudo perdido — desabafou desesperançoso.— Recuperar um Sentinela não faria muita diferença, sua imortalidade é inútil agora. 

— Nem tudo está perdido... — Segredou o cientista. Shikamaru o olhou com desdém. 

— Me dê apenas um motivo para, talvez, eu mudar de ideia. 

— O Sentinela sobrevivente é o Primordial... — O moreno o encarou chocado e Orochimaru tornou a repetir: — O Sentinela que precisamos encontrar é a Major Hinata… a minha filha. 

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