"Por que Ele Age Assim?"

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          — P-por que você age assim? — deixa escapar. Ho-seok sentia um calafrio percorrer sua espinha, apenas pelo olhar do garoto.

          Jung-kook apenas se aproximou dele, com aquele olhar raivoso, parecendo que queria bater no garoto. Ho-seok, permanecia olhando em seus olhos, mas tinha medo do que ele ia fazer.

          — Continue me olhando assim, e eu vou fazer você se arrepender. — diz secamente.

          Jung-kook, então, passa por Ho-seok, saindo pela porta. O garoto permanece paralisado, tentando processar o que aconteceu. De repente, ele ouve o toque de seu celular.

          Ho-seok vê que quem estava ligando, era seu melhor amigo Ji-min. Ele, então, atende, já abrindo um leve sorriso.

          — Oi? — ele parecia sorrir com palavras, apenas pela audição de Ho-seok.

          — Oi, Jimmy. — Abre um sorriso maior, mesmo sabendo que ele não estava vendo.

          — Como está por aí? — pergunta, se demonstrando preocupado.

          — Assim... minha mãe parece se dar bem com a sua nova chefe e meu quarto é bem legal... — ele tenta ver o lado bom da situação, como costumava fazer.

          — Eu te conheço, Hobi. O que há de errado? Sou seu melhor amigo, pode confiar em mim sempre. — como sempre, Ji-min estava se preocupando em tentar confortar Ho-seok.

          — Não é nada... é só que... o filho dos donos, ele não parece gostar nada de mim. — faz uma pausa, soltando um longo suspiro. — E eu vou ter que dividir meu quarto com ele. Eu só queria saber... por que ele age assim? — finaliza, desabafando.

          — Não ligue para ele! Deve ser apenas mais um idiota. — fala, já tendo um pouco de raiva do garoto. — Você é um garoto incrível, Hobi. Não se esqueça disso.

          — Obrigada, Ji-min. Você sabe como fazer eu me sentir especial. — Sorri novamente. — Tenho que desligar, quero organizar minhas coisas antes que ele chegue aqui. — Suspira novamente.

           — Tudo bem. Nos falamos depois, Hobi?

           — Claro, eu te ligo. Tchau, Jimmy. — Sorri.

          — Tchau, Hobi. — Ho-seok não podia ver, mas tinha certeza que Ji-min também estava sorrindo. O sorriso que confortava muita coisa.

          Ao desligar o telefone, ele balança a cabeça, guardando-o, de volta, em seu bolso.

          Ele acaba se lembrando que teve que sair de Busan por causa de seu pai descontrolado. Sua mãe, então, lutou muito para conseguir aquele emprego, ao se mudar para Seul. Mas, infelizmente, Ho-seok teve que deixar seu amigo mais querido lá. Ele se lembra dos outros... grandes acidentes que ninguém entende. Para afastar os pensamentos ruins, ele balança, novamente, a cabeça. Ele não gostava de pensar no que acontecera com seus melhores amigos. Ele dava graças à Deus por ter Ji-min, que era um amigo muito especial.

          O Sol estava se pondo e Ho-seok ainda estava arrumando seu quarto. Ao terminar, ele se senta na cama, ligando seu celular, por tédio. Então, ele se depara com uma mensagem de sua mãe.

          — Querido, a senhora Yoo pediu para eu ficar uma noite com ela e seu marido em um hotel, para negócios, já que ela prefere uma empregada particular do que serviços do hotel. Pediu para ficar de olho em Jung-kook, pois disse que ele não tem muita responsabilidade. Fique com Deus. Te amo.

          Ho-seok sorriu e preparou seu celular para responder.

          — Tudo bem, mamãe. Também te amo.

          E desligou o celular. Ele não fazia ideia de como "ficaria de olho" em Jung-kook, mas iria tentar.

          De repente, ele ouve uma música alta vindo do primeiro andar, parecia até que ele sabia que Ho-seok estava encarregado de "cuidar" dele. Ele vai até a porta, tentando entender o que estava acontecendo. Nessa tentativa falha, ele vai se aproximando da escada, vendo umas luzes verdes e roxas piscando. Ho-seok já imaginava o que estava acontecendo, mas tentava não pensar nisso, com medo de ser verdade. Mas, ao chegar na sacada, ele vê o que temia: uma grande festa.

          Ele desce as escadas correndo, procurando pelo rosto de Jung-kook. Ele o xingava em pensamento, mas estava tão apressado que nem notou que fazia isso. Ao chegar no bar, ele vê Jung-kook, acompanhado por dois garotos.

          — Meu Deus, meu Deus, meu Deus... — repetia.

          Ao chegar perto de Jung-kook, ele vira sua cadeira rapidamente. Mas, infelizmente, o garoto estava bêbado, ou melhor, trêbado.

          — Por favor, me diz que você não está bêbado. — diz, se sentindo ferrado.

          — Por que se refere à mim assim? Eu sou praticamente seu chefe, garoto. Me trate como tal. — Se levanta, pegando a garrafa e enchendo o copo, que chegou até a transbordar e entornar no pé do mais novo.

          — O que eu vou falar para a sua mãe? — ele pergunta, mas, na verdade, estava perguntando para si mesmo.

          — Você é o quê? Minha babá? — Ri, e se vira para ele, caminhando até o mais velho. — Não, você não é. Você é só um idiota. — Empurra Ho-seok, pronto para entrar numa briga.

          As pessoas, ao redor, começam a olhá-lo, torcendo para uma briga, já que é o que fazem em festas. Mas, pela sorte dele, os dois garotos que acompanhavam o garoto, e pareciam ainda sóbrios, se levantam, puxando Jung-kook, para evitar que acontecesse o que todos esperavam.

          — Não me impeçam. — ele diz, relutando para se soltar dos braços de ambos. — Eu estou querendo dar um murro nesse idiota, desde que o vi pela primeira vez.

          — Por favor, Jung-kook. Ele tem razão. — o mais alto se manifesta, ainda impedindo Jung-kook.

           Jung-kook, então, para de fazer força com os garotos e se solta, se virando de costas.

           — Tanto faz, você não vai ser protegido a todo tempo. — murmura, mas Ho-seok ainda consegue ouvir.

          Mas, para a surpresa de todos que acompanhavam aquilo, Jung-kook estava a colocar mais bebida em seu copo, quando cai no chão, desacordado.

           — Meu Deus do céu, Jung-kook! — um dos garotos grita, se ajoelhando no chão e tomando o mais novo nos braços.

          — Eu disse à ele para não beber tanto. Merda, Jeon... — o mais alto diz.

          — Vamos, Nam-joon! — fala alto, em tom preocupado. — Diga que a festa acabou. Precisamos cuidar dele. — Com o instinto protetor, ele toma o mais novo nos braços. — Vem comigo, garoto! — fala com Ho-seok.

ㅤ♥︎. 𝗢 𝗙𝗶𝗹𝗵𝗼 𝗱𝗮 𝗘𝗺𝗽𝗿𝗲𝗴𝗮𝗱𝗮 .★Where stories live. Discover now