03

192 59 372
                                    

POV. Benjamin Parker

Sentia meu corpo locomover sobre a maciez da cama. Mãos igualmente confortáveis habitavam meu couro cabeludo, alisando meus fios ao puxá-los entre os dedos. Aconchego mais meu corpo na cama ao situar-se nos lençóis, consequentemente com mais sono.

- Vamos, querido. Já são 17:00PM - a voz suave de mamãe me deu mais sono ainda - Ben! - pousou sua mão quente em meu braço, balançando freneticamente.

Senti suas mãos serem retiradas, mas logo uma delas retornou ao meu corpo. Dessa vez ela não fazia carinho, e sim, beliscava meu bumbum.

- AH! - levantei no susto gritando e pulando para fora da cama. Dei de cara com o carpete que afofou, mesmo que minimamente, minha queda.

Coloquei uma das mãos na bunda, esfregando ela na tentativa de conter a ardência. Mas estava sem sucesso.

Levantei do chão ainda com o ato de fazer a dor passar. Fixei meus olhos nos da loira, que acompanhado das suas íris azuis alegres, existia um sorriso radiante que brincava nos seus lábios.

A mesma estava na beirada da cama com os braços cruzados.

- Por que fez isso? - sentei na beirada contrária a sua na cama, esfregando meus olhos logo em seguida.

Minha visão estava um pouco turva, talvez seja por ter levantado de uma vez ou por ter dado de cara com o carpete. Na verdade, eu acredito fielmente ser os dois.

- Porque vamos sair daqui a pouco - senti a cama ter uma leve flexão, demostrando através das suas vibrações que mamãe havia levantado - e temos que buscar o Charles, querido - senti minha testa ser beijada com ternura, assim que o som dos seus passos cessaram do meu lado - sairemos as 17:45PM, então, sugiro que fique pronto antes disso - falou firmemente.

Retirei minhas mãos dos olhos, vendo-a abaixada na minha frente com o mesmo sorriso quando fez eu cair.

- Certo! - sorri feliz por lembrar para onde iríamos.

Ela levantou e foi se afastando, mas antes que atravessasse a porta já aberta, a chamo:

- Mamãe!

A mulher segurou na maçaneta da porta, girando sobre os calcanhares e olhando-me atentamente.

- Pois não? - juntou suas sobrancelhas em dúvida.

Estiquei meus braços na sua direção, abrindo e fechando minhas mãos freneticamente em consecutivas vezes. Chamando-a para um abraço.

Segundos depois ela veio e induziu-me a levantar. Segurando meus pulsos erguendo meu corpo, fazendo com que ficasse de pé sobre a cama. Para assim, ficarmos da mesma altura.

Rodeei meus braços no pescoço da loira, instalando na sua bochecha um beijo casto. Fazendo ela rir. A mesma passou os braços ao meu redor, me abraçando com força ainda rindo por estar deixando pequenos beijinhos no seu rosto.

- Amo você - falei simplista quando afastei-me dela, desfazendo nosso enlaçamento e pousando minhas mãos na cintura, pendendo um pouco minha cabeça para esquerda, sorrindo.

- Também amo você - afagou meus cabelos, deixando eles mais bagunçados do que ja estavam - posso contar um segredo? - sussurrou com um sorriso meia boca.

- Pode! - concordei balançando minha cabeça curioso.

- Você é a coisinha que mais amo nesse mundo, sabe o por que? - apertou meu nariz fazendo eu rir.

- Não! Por que? - perguntei tirando sua mão do meu nariz.

- Porque você é a nosso melhor parte, minha e do seu pai - sussurrou como se continuasse sendo um segredo. Ampliando mais ainda seu sorriso até mostrar seus perfeitos e alinhados dentes brancos, iluminando o ambiente.

As três ruas do bairro azul - Duologia Anoitecer - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora