Sophia
—Você é um bebê guloso, sabia?
Eu sorrio, retirando meu peito da boquinha faminta de Alexandre. Ele é um anjinho, com olhos que herdou do pai. Seu rostinho ainda é indefinido, muito pequeno para dizer se puxou mais a mim ou ao pai.
Vicente entra na cozinha com o olhar atento. Aproxima-se com um sorriso, beija minha bochecha e acaricia suavemente a cabeça de Alexandre.
— Como é bom começar o dia com uma visão dessas.
Seu olhar intenso me deixa desconfortável. Eu desvio o olhar, e ele logo percebe, afastando os olhos. Vicente mudou. Não é mais o amigo que eu conhecia; agora ele me observa como um homem que tenta me conquistar, sempre com olhares ou palavras que me deixam sem graça. Apesar de ser encantador, o que muitas mulheres considerariam um sonho, sinto que falta algo. O amigo que eu tinha parece ter sumido.
— Sophia, eu queria te convidar para jantar. O que acha?
Seu olhar se prende ao meu, e eu rapidamente desvio, sentindo o peso da expectativa.
— Desculpa, Vicente. Acho que não é uma boa ideia. Tenho o Alexandre para cuidar...
Vicente sorri de canto, como se já esperasse minha resposta.
— Isso não é um problema, meu anjo. Já organizei tudo. A Vitória disse que adoraria cuidar dele.
Ele parece ansioso, buscando qualquer brecha.
— Vicente, a Vitória tem a Melissa, que acabou de nascer. É difícil cuidar de uma criança, imagina de duas.
Eu minto. Sei bem que essas duas crianças são tranquilas. Na verdade, essa é a terceira vez que ele me faz esse convite, e estou fugindo de algo que não sei se estou pronta para encarar.
Ele suspira, visivelmente triste.
— Tudo bem, então.
Vicente pega as chaves do carro e sai, deixando no ar uma mistura de frustração e expectativa.
Respiro fundo. Sinto que estou apenas prolongando o inevitável quando se trata de Vicente. Eu o deixei acreditar em algo que talvez eu não possa corresponder, e agora me vejo fugindo, o que me faz sentir fraca.
O dia se arrasta devagar. Vou até o quarto de Enrico, e a enfermeira se retira ao me ver, deixando-me sozinha com ele. Desde que tudo aconteceu, sempre há um médico e uma enfermeira à disposição, prontos para agir. Eles têm até um dormitório aqui. Olho para Enrico e, se não fosse pelos aparelhos ao redor, poderia acreditar que ele está apenas dormindo. Está mais magro, e a cabeça raspada revela os dispositivos que monitoram sua atividade cerebral.
Pouco depois, o Dr. Ernandes entra no quarto.
— Boa tarde, senhorita Sophia. Vim checar como ele está.
Ele pega sua prancheta e faz algumas anotações enquanto eu reúno coragem para fazer a pergunta que me atormenta.
— Dr. Ernandes, o senhor acha que ele vai acordar algum dia?
O médico suspira, como quem já ouviu essa pergunta muitas vezes, e me dá um sorriso ameno.
— Em meus quase trinta anos de prática, já vi muitas coisas acontecerem, Sophia. Como médico, baseio-me na ciência, mas sei que às vezes acontecem coisas que não conseguimos explicar. Milagres? Talvez. Já presenciei situações que desafiam a lógica, mas não posso lhe dar certezas.
— Eu tenho tanto medo de que ele nunca acorde...
Minha voz fraqueja.
— Nessa situação, o melhor que posso aconselhar é que você não se concentre demais em esperar. Isso pode se tornar um fardo emocional muito pesado.
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Doce Aluna~Triângulo De Desejos
RomanceATENÇÃO: CONTEUDO ADULTO🔞,LINGUAGEM CHULA,TRISAL. O professor Enrico, de 37 anos, se apaixona por sua nova aluna, Sophia, de 18 anos. Em meio a circunstâncias delicadas, ele consegue seduzir a jovem, e os dois iniciam um relacionamento. No entanto...