capitulo 30

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"O amor é isso . Não prende,não aperta,não sufoca. Porque , quando vira nó, já deixa de ser laço."

Mario Quintana.

Enrico.

Após o almoço, passo a tarde com meu filho, uma criança cheia de energia. Sorrio ao imaginar que, quando ele começar a andar, precisaremos ficar ainda mais atentos a cada passo dele. Mais cedo, ele se sacudiu no carrinho, balançando-se para frente e para trás, e por pouco não caiu. Fui rápido o suficiente para segurá-lo, o coração disparando com a adrenalina do momento.

Ele agora brinca com seu mordedor, concentrado em descobrir o mundo ao seu redor, mas logo seu pequeno corpo se entrega ao sono. Olho para o relógio e percebo que já são cinco horas da tarde. O calor do dia me faz pensar na piscina, que se torna cada vez mais atrativa.

Imaginando como ele se divertirá na água quando crescer, não posso evitar a sensação de antecipação e alegria. A piscina será um lugar de risadas e brincadeiras, onde poderemos criar memórias juntos. Por agora, aproveito a tranquilidade do momento, observando seu rosto sereno enquanto sonho com os dias quentes de verão que ainda virão, cheios de sol e alegria.

O mormaço traz um calor sufocante, tornando o ambiente quase opressivo.

- Vou dar um mergulho. Vem comigo? - chamei Sophia, que estava imersa em um livro, perdida em outra realidade.

Ela levantou os olhos e sorriu, um brilho de expectativa se acendendo em seu olhar.

- Sim, claro! Nunca usei a piscina desde que comprei a casa. Você vem, Vicente? - perguntou, sua curiosidade dançando entre as palavras.

- Vão vocês. Estou terminando um trabalho e depois desço, ok? - Vicente respondeu, mergulhado na tela do notebook, sem perceber o que estava perdendo.

Enquanto Sophia se levantava para ir ao quarto, uma mistura de emoção e preocupação me invadiu. Decidi ir ao meu quarto também. Ao abrir o armário, olhei para minhas opções. Não tinha uma sunga de banho, então optei por uma bermuda preta. Ela era simples, m antes de ir à piscina, passei pelo chuveiro próximo, a água fria caindo sobre mim como uma bênção em meio ao calor. Quando finalmente olhei para Sophia, meu coração disparou. Ela vestia um shortinho branco, fino e um pouco transparente, e uma blusa branca que também deixava transparecer a cor do biquíni por baixo. O contraste da leveza da roupa dela com o calor do dia era palpável.

Nesse momento, um pensamento me atingiu : percebo como suas cicatrizes a deixam insegura em relação ao corpo. Já ouvi os comentários que ela fez sobre sua aparência, como se essas marcas fossem um fardo que a impedisse de se sentir bonita. Ela estava tão preocupada com a opinião dos outros que não percebia a beleza que irradiava. Isso me preocupava, porque ela não deveria sentir vergonha de mim. Não deveria se esconder.

Se eu pudesse, diria a ela que cada cicatriz conta uma história, que elas são parte dela, que a tornam ainda mais forte e única. O que realmente importa é a essência dela, seu sorriso e a luz que traz ao meu dia. Queria que ela se sentisse livre, que mergulhasse na piscina não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, deixando para trás as inseguranças que a prendem. No fundo, sabia que precisaria de tempo e paciência para ajudá-la a entender isso.

Vou até ela e a abraço, sentindo a resistência do seu corpo  contra o meu. Ela protesta, tentando se soltar.

- Você já está todo molhado.  - reclama, a voz uma mistura de protesto e riso.

- E você também vai se molhar.  Respondo com um sorriso travesso, sabendo que não vou deixá-la escapar.

Sophia me olha incrédula, uma mistura de surpresa e desafio em seus olhos.

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora