Tudo Por você
Capitilo 101
- Eu cheguei ao fundo do poço Julia acredite, pra mim já não tinha mais solução, eu não tinha mais vontade de fazer nada na minha vida alem de usar droga, não me alimentava, não dormia, eu vivia parecendo um zumbi, mas um dia uma coisa aconteceu e eu resolvi mudar... - Felipe suspirou - Todos os dias aqui na cracolândia a gente vê esses grupos que oferecem ajuda, normalmente são grupos religiosos que vem entregar comida e ja oferecem ajuda, você ja deve ter visto né? - Julia fez que sim com a cebeça - Eles sempre me ofereciam ajuda, clinica, internação, e eu sempre ignorei, mas nesse dia eu mesmo fui atras deles. - Enquanto Felipe falava ele e Julia iam caminhando - e essa foi a melhor decisão da minha vida. No começo é bem dificil, eu chorava, fiquei agressivo, mas ao mesmo tempo eu me lembrava de duas coisas: onde eu estava antes de estar ali e o que me levou a estar ali, e então eu me esforçava lutava contra mim mesmo e as minhas vontades.
- E como você soube que eu estava presa?
- Foi uma coincidência, na verdade eu acredito que nem tenha sido, quando sai da clinica, voltei aqui com o grupo de apoio pra tentar resgatar as pessoas, lá funciona assim, quem vai se recuperando, vem pras ruas pra ajudar. Quando cheguei aqui vi uma movimentação estranha e quando cheguei perto quase não consegui acreditar, era você sendo colocada na viatura. - Julia corou - Expliquei a situação pro rapaz do grupo de ajuda que estava comigo, mas ele disse que nesses casos que envolvem a policia eles preferiam não intervir, passei o dia aqui mas a minha cabeça estava em você, ao mesmo tempo no fundo eu não acreditava que você estava na situação, da ultima vez que eu tinha te visto, você parecia tão bem. - Felipe suspirou como se estivesse lembrabdo da ultima vez que havia visto Julia - No fim do dia na hora de voltar pra clinica, meio que fugi e fui procurar a Renata, eu não tinha ideia de onde ela estava, mas parece que meus pensamentos me guiaram e eu a encontrei, depois da emoção dela me ver bem, expliquei pra ela a situação, a sua situação, ela também não acreditou, mas resolveu me acompanhar ate a delegacia, fomos em algumas ate que te encontramos.
Julia ouviu todo relato de Felipe com lagrimas nos olhos, o mais dolorido foi que ele não desistiu dela assim como ela fez com ele. Finalmente pararam de caminhar, ja proximos ao centro da cracolândia.
- Julia, eu queria muito que você fosse lá pra clinica onde eu estava, lá as pessoas te tratam bem, cuidam de você te ensinam muita coisa, na verdade te reencinam a viver
- Eu não quero ir, não preciso de clinica, eu só preciso que você me ajude, se eu puder tomar um banho, comer alguma coisa, eu vou ligar pra minha irmã pedir ajuda ela vai me acolher, se não ela vai me emprestar um dinheiro e eu vou alugar uma casa e as coisas vão melhorar
Felipe sacudiu a cabeça
- Julia, você sabe que as coisas não são assim, pelo pouco que você me falou da sua irma ela não te ajudaria, não por ela, mas pelo seu cunhado, ainda mais agora. E sozinha você não consegue
- Você não pode então me emprestar um dinheiro pra eu poder me erguer
- Eu não estou trabalhando, esse trabalho que fazemos é voluntario, e ... mesmo que eu tivesse eu não poderia te emprestar, você sabe que o dinheiro não seria pra você se erguer e sim pra você queimar no cachimbo, eu ja vivi isso, eu sei como funciona. Por favor me deixa te ajudar - Felipe segurou no braço de Julia
- Eu não vou pra canto algum me solta - ela começou a gritar - você não deveria me negar nada, se eu for fazer as contas de tudo o que você me deve da uma boa grana - Felipe se assustou com o qe JUlia disse, mas ela não parou - Você me deixou sozinha, eu confiei em você, e você me roubou, e foi embora por causa de droga e agora ta me dizendo que eu quem vou pegar dinheiro pra usar - Julia estava transtornada - Eu ja vim aqui te buscar, e você não deu valor, eu te amei e fiz de tudo por você e você agora vem me falar que quer que eu vá pra clinica? Passar o dia inteiro ouvindo musica de igreja, orando, lendo a biblia... ah Felipe faz favor. Quer saber? Eu não acredito na sua mudança, você deve estar fazendo com eles igual você fez comigo, ganhando tempo pra depois sumir.
Enquanto Julia disparava sua metralhadora de ira em cima de Felipe, ele cuidadosamente foi pedindo pra que outros homens se aproximassem, antes de Julia terminasse de falar, dois homens a seguraram enquanto um outro assim, como os demais vestido de branco aplicou no braço dela um injeção
- O que é isso ? Me solta, me solta, Felipe o que é isso? Socorro, socorro eles estão me sequestrando, me solta - Julia se esperneava enquanto os homens a levavam para uma ambulância - Vocês não podem fazer isso comigo socorro, alguem chama a policia - A voz de Julia foi ficando mais longe e mais fraca, até que parou. Felipe se aproximou da ambulância chorando e recebeu um abraço apertado de um dos homens que estavam lá
- Calma meu filho é melhor assim, você sabe que é
Felipe concordou com a cabeça e ficou ali parado vendo a ambulância sair em disparada com as sirenes ligadas