1. San Fernando Valley

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[N/A: Bom, quando eu sou atropelada por uma ideia, não tem jeito! Essa história tem como objetivo falar muito a respeito de sentimentos e sensações de pessoas comuns, com acontecimentos que podem acontecer com qualquer pessoa, porque se tem uma coisa que eu amo escrever é VEROSSIMILHANÇA! Dito isso, saibam que a história vai detalhar bem os acontecimentos e tem um desenvolvimento bem slow burn (ao menos para os fãs de certo ship rs). A história é totalmente sobre a jornada e o desenvolvimento dos personagens, então não prevejo plot twists louquíssimos aqui. Espero que curtam! Um beijo da Lisa!]

2006

Era março. A primavera tinha acabado de começar em San Fernando Valley, na Califórnia. Era uma tarde modorrenta e Natasha Romanoff estava sentada em uma das cadeiras de ferro da estação de computadores da Sunny Valley High School. O suor se acumulava na linha do cabelo e a fazia se arrepender de ter escolhido aquela camiseta preta do Naruto. As unhas longas escorregavam por cima dos cubinhos brancos do teclado, terminando finalmente o trabalho de informática cujo objetivo era provar que ela tinha aprendido a usar a maioria das funções inúteis do Word.

Inserindo um disquete no drive, apertou o salvar como e selecionou a unidade. Trabalho de informática - segundo semestre - último ano foi como ela salvou o arquivo. Apertando o botão na CPU que um dia tinha sido branca, o disquete foi ejetado e ela escreveu o nome do lado de fora, utilizando uma caneta de tinta gel com um pompom na ponta. Preto, como a alma dela.

"Já sabem com quem vão ao baile?" a voz baixa do amigo Sam Wilson veio do lado direito dela, que respondeu sem hesitação,

"Scott Lang."

Pela visão periférica, viu Steve Rogers, seu melhor amigo, olhá-la esquisito por trás dos óculos.

"Lang?"

"É sério?" Bucky, que estava do lado esquerdo de Steve, perguntou.

"Qual a surpresa?" ela deu de ombros, sem levantar os olhos do disquete, em cuja etiqueta enfeitava o próprio nome.

"Vocês não têm nada a ver." Sam disse.

"Além do mais, eu achei que ele ia com a Van Dyne?" Steve disse, confuso.

Natasha enfiou a caneta de volta no estojo e o fechou com um ruído, ajeitando os óculos de armação grossa no rosto.

"Não sei sobre a Van Dyne, mas aceitei porque nenhum de vocês otários me chamou."

Ela não tirou os olhos da tela, estourando uma bola de chiclete.

"Normalmente se convida quem se quer beijar." Sam disse, arrancando risadinhas dos outros dois.

"Olhem bem para nós. Somos os nerds do colégio, não seremos beijados, Wilson, eu nem sei por que você tenta." a réplica de Romanoff veio no mesmo instante, sem hesitação.

"Fale por você." Bucky disse, convencido.

Nat se inclinou sobre a mesa para olhar para o amigo.

"Você sabe que um selinho na Darcy Lewis, que é ainda mais esquisita que nós quatro combinados não conta, certo?"

O sorrisinho de James Barnes se desfez e ela se levantou. A franja e as Maria-chiquinhas se movimentavam a cada passo. Chutou o pé da cadeira de Steve com os all stars azuis que já começavam a se abrir nas laterais.

"Terminou? Vai me dar carona para casa?"

"Vamos." ele disse com um leve sobressalto, como se tivesse esquecido o combinado com a garota.

Ele se levantou, fazendo Natasha se sentir uma criança como sempre. O amigo era bem mais alto do que ela, mas não se importava. Tinha menos traquejo social, e olha que isso era muita coisa.

Somebody ElseWhere stories live. Discover now