20

219 15 20
                                    

Me tranquei ali no escritório e passei o dia inteiro sem sequer sair da sala. Eu chorei. Pensei. Trabalhei para ocupar a cabeça. Então voltei a chorar porque eu não conseguia parar de pensar e quando me dei conta. Já passava das 19:00h. Eu precisava ir para casa, Maia provavelmente queria conversar sobre a escola.

Saí da sala às pressas. As poucas pessoas que haviam no prédio me olhavam com certa pena porque meu rosto denunciava que eu havia chorado o dia todo, no dia seguinte, eu seria o assunto do corredor mas eu pouco me importei.

Saí do prédio e ao colocar a bolsa no banco de trás, eu vi o reflexo de Shawn no vidro e me virei rapidamente

— O que você quer? - Perguntei no mesmo instante.

— Estava chorando? - Ele perguntou fazendo uma análise rápida em mim.

— Isso não é da sua conta, diz logo o que quer. - Cruzei os braços irritada.

— Eu vim te avisar que você não é mais parte da investigação. - Ele disse e eu franzi o cenho intrigada. — Então você conseguiu o que queria, não acha que me deve uma?

— Não, eu não acho. Muito gentil da sua parte vir aqui pessoalmente me dizer isso. O que está aprontando? - Perguntei mantendo o tom sério.

— Bom, você me usou em troca de se livrar da investigação. Agora eu uso você porque eu te livrei mesmo não tendo certeza da sua inocência. Estão me chamando de louco porque tínhamos razões para acreditar que você não é de todo uma vítima, e eu ignorei isso, porque não me convém que você fique aqui por conta dessa merda. Você vai ficar aqui, não pela investigação, mas sim porque se for embora, o Khalil vai ser preso, sua irmã vai perder a licença para atuar como advogada, sua amiga Kendall vai ser presa por usar do cargo do marido dela, seu amigo por sinal, para comandar roubos. E o melhor, eu vou matar o seu maridinho de merda. - Ameaçou com um sorriso vitorioso. — Você pode escolher Hailey, ou você fica e fica comigo, ou você vai embora, e vê todos à sua volta caindo um por um, e pode ter certeza que vão ficar sabendo que você será a responsável. E dê adeus antes à sua mãe, porque eu vou entregar a cabeça dela à maior facção do Brasil.

— Filho da puta. - O empurrei e ele cambaleou mas conseguiu firmar o corpo, então riu. — Eu acabo com você se tocar em um deles. Eu juro pela minha filha que eu destruo qualquer vestígio seu do mapa.

— Você é boa com ameaças, mas me diz uma coisa, quem é você Hailey Baldwin? Você não é nada comparado a mim, então não me ameace, eu não tenho medo de você. Vou te dar um dia para se decidir, é o que falta para sua irmã voltar da viagem dela, certo?

Entrei no carro e bati a porta saindo dali rápido. Como se já não bastasse aquele dia horrível, eu ainda teria que lidar com uma noite insuportável em que aquilo não sairia da minha cabeça.

Dirigi para casa aliviando toda a minha raiva na velocidade. Quando cheguei, me deparei com Justin e Maia na sala. Ela estava com o braço enfaixado.

— O que aconteceu? - Me aproximei rápido e ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Maia caiu de um brinquedo na escola e torceu o braço. - Justin explicou e eu a abracei preocupada.

— Como caiu de um brinquedo? - Perguntei confusa. — Foi isso mesmo Maia?

Ela me olhou e eu já sabia que não era.

— Quem empurrou você? - Perguntei indignada.

— Hailey não foi isso…

— Maia eu quero saber de você o que aconteceu, e por favor, não minta para mim. - Estabeleci um tom sério e ela começou a chorar.

— Eu estava brincando com o Evan, ele desceu para beber água e uma das meninas da aula de matemática me fizeram descer do brinquedo, quando eu estava descendo o Noah me puxou e eu caí. - Contou e eu engoli a seco indignada.

Murder Love (Parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora