ᶜᵃᵖⁱ́ᵗᵘˡᵒ ¹⁰

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   Bufei mais uma vez naquela noite, frustrado, sentado em uma poltrona de couro do quarto que alugamos.
Batia meu pé no chão impaciente, mas não de um jeito estrondoso.

Olhava para janela espaçosa do quarto, e via o céu escuro, apenas sendo iluminado pela luz da lua, mesmo não sendo própria.

Olhava para o relógio antigo que havia no quarto, vendo as horas e minutos.

Queria que amanhecesse rápido, para não ficarmos tanto tempo nesta linha do tempo, e para que eu veja ela de novo o mais rápido possível.

Suspirei derrotado sabendo que quanto mais eu me importasse com isso, mais ainda iria demorar.

Tentei relaxar, me afundei na poltrona de um jeito relaxado, e desfiz todas as minhas expressões relaxando meu rosto.

— Preciso de café. — falei ouvindo minha voz rouca por ficar tempo demais sem falar.

Apenas tenho que esperar mais um pouco, já que as cafeterias ainda não estão abertas, ou estão abrindo.

Aproveitei este tempo limitado para ver se eu cochilava pelo menos um pouco, para ver se eu relaxava um pouco.

Suspiro exausto, e fecho meus olhos, deixando a escuridão tomar conta de minha visão.

    [ . . . ]
                       06:50

Acordei quase em um susto, lembrando de onde eu estava por causa de um pesadelo que tive, devo ter dormido bem pouco.

Levantei da poltrona e olhei para o relógio, que marcava exatamente seis e cinquenta e cinco da manhã.

Fui ao banheiro, e fiz minha higiene pessoal, e logo sai do mesmo. Fui até a porta vendo uma certa claridade vindo da janela onde estava sentado, e olhei para meus irmãos que dormiam preguiçosamente nas camas.

Abria porta do quarto devagar para não fazer barulho. Voltarei antes que eles percebam que eu saí.

Assim que pisei meu pé fora do quarto, deu uma última olhava para trás, segurando a porta para fecha-lá, e olhei meus irmãos, senti uma coisa em meu peito, com se ele estivesse "cheio", ou "quente", mas ignorei, e apenas fechei a porta logo olhando para frente e começando a andar.

                         07:00

Acordei com o meu despertador tocando, e então estiquei meu braço para desliga-lo.

Me sentei na cama e me espreguicei enquanto bocejava.
Passei minhas mãos em meu cabelo o colocando atrás da orelha, e logo decidi levantar.

Abri a porta do quarto e fui até o banheiro me limpar, e fazer minha higiene.

Assim que terminei, sai do banheiro e fui me vestir, estou mais alegre ultimamente, depois que conversei com Shirley, me senti mais liberta, acho muito difícil de explicar, então deixo de lado.
Mas acho que foi como se ela tivesse me libertado, de um aprisionamento que eu mesma inventara em meus pensamentos.

Entrei em meu quarto e fechei a porta, fui direto ao meu guarda-roupa, e logo achei uma roupa ótima para este dia.

Uma blusa branca de gola alta e mangas longas, e o vestido de colocar por cima azul um pouquinho escuro que dava um destaque, com pequenos botões. Sorri ao ver uma roupa que gostaria de usar.

Me vesti, e arrumei meu cabelo, os deixando solto, de um jeito que gosto, e coloquei duas presilhas de cada lado. Me senti uma criança neste momento, e por último, coloquei meu calçado que estava do lado do espelho onde estava me vendo.

Sai do meu quarto, indo até a cozinha. Desci as escadas e percebi que ninguém havia acordado ainda, e fui até a cozinha, e realmente ninguém havia acordado ainda.

Fiquei um pouco aliviada, já que queria ir em uma cafeteria, e desfrutar de meus devaneios.

Peguei um bilhete e deixei escrito as seguintes palavras.

" Querida Sissy, decidi ir em uma cafeteria hoje, mas logo voltarei, apenas tomarei um café e aproveitarei o momento.

Tenha um ótimo dia!

Ass: S/n Johnson"

Grudo na geladeira, e tento deixar o mais visível possível, para ela ver logo de cara, e não ficar preocupada.

Saio da cozinha, e vou até a porta, antes pego um dinheiro que Sissy me dera as vezes. As coisas não são caras nesta cafeteria onde vou, então sei que não irei gastar muito.

                         [ . . . ]

Andei um pouco, e logo parei na frente de uma cafeteria, vendo que algumas pessoas já vieram nela, e logo a adentrei.

Fui em um dos bancos que fica no balcão, e me sentei cansado. Em alguns minutos, vi a atendente um pouco já de idade, que veio com um bloquinho nas mãos para anotar meus pedidos.

— Bom dia rapazinho! Do que gostaria? — ela me perguntou sorrindo.

— Bem, eu gostaria de um café puro, apenas isso. —  falei sorrindo cínico, tentando ser gentil.

— Certo, já volto. — então ela saiu.

Suspirei e olhei para baixo, vendo o balcão de madeira branca, até que ouvi o sininho da porta tocar, mas pouco me importei para quem seria no momento, e continuei do jeito que estava.

Senti uma presença se sentar um pouco perto de mim, mas ignorei de novo, até... ouvir sua voz.

— Com licença. — reconheci a voz, e logo levantei minha cabeça devagar — Olá, bom dia, eu gostaria de um café, e uma rosquinha de chocolate, por favor. — a voz doce que estava procurando está ao meu lado agora.

Virei minha cabeça rapidamente, e logo vi ela, a garota, com um vestido de usar por cima azul. Rapidamente a reconheci, era a S/n, suspirei e dei um leve sorriso.

— Aqui está seu café rapazinho. — olhei com um pequeno susto para a atendente que estava colocando o café na xícara branca.

A atendente logo saiu voltando para a cozinha, e quando olhei para o lado para voltar a olha-la, senti meu coração para por um segundo, e senti meus ombros estremecer.

Vi o seu rosto completamente surpreso, com certo "alívio", seus lábios estavam entre abertos, e seus olhos estavam um pouco arregalados.

Soltei um leve sorriso para ela, que correspondeu ainda surpresa, me levantei do banco, e fiquei em pé a olhando com um sorriso de canto.

Logo ela se levantou, e veio até minha frente, e se aproximou mais um pouco de mim. Senti sua mão direita tocar minha bochecha, e ela me olhar intensamente.

— Cinco... — ela murmurou olhando para cada canto de meu rosto com medo de aquilo não ser real, e logo coloquei minha mão em cima da dela, correspondendo ao seu toque.

❛𝗡𝗢𝗦𝗦𝗔 𝗣𝗥𝗢𝗠𝗘𝗦𝗦𝗔❜ 𝖼𝗂𝗇𝖼𝗈 𝗁𝖺𝗋𝗀𝗋𝖾𝖾𝗏𝖾𝗌Onde histórias criam vida. Descubra agora