juntos.

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Jungkook anda calmamente através das árvores mortas secas, sem vida, caçando qualquer coisa, qualquer animal.

Um barulho de passos é ouvido, Jungkook se esconde atrás de uma árvore seca, respiração ofegante e gemidos de dor são ouvidos.

O que?

Jungkook espia vendo um garoto loiro com cabelos longos, e pele pálida. Rosnados baixos ameaçadores são ouvidos.

-Park Jimin, você está preso por roubar água não catalogada.

A voz grossa de uma alfa é ouvida, Jungkook vê o loirinho tirar duas espadas curtas do bolso e ficar em posição de ataque.

-O mataremos se resistir.

Jungkook respira fundo, Não pode se meter nisso, se não seu pescoço pode ir pra prêmio.

-Pode tentar cadela.

O garoto, denominado Park diz com um sorriso sádico no rosto, o ar quente fica gelado, indicando uma alcateia de lobos gigantes, lobos esses que sobreviveram a destruição do mundo e evoluíram para que pudessem viver num mundo como o de hoje.

-Porra...

Jungkook recua pisando num galho em falso chamando atenção, essa pequena distração, o loiro sai correndo rapidamente para dentro de um matagal seco, o mato alto não é uma boa ideia já que sempre há animais carnívoros escondidos só prontos para atacar.

Jungkook rosna irritado temendo ter que seguir aquele ser inconsequente de cabelos longos. Corre atrás dele sentindo o perfume da essência do ômega  pela trilha.

Sente as pernas falar e desliza caindo na lama sentindo sua cabeça bater em algo bem duro.

Antes que desmaiasse sente mãos pequenininhas agarrando seus tornozelos.

(...) Jungkook pov.

Acordo em um local macio e quente. Abro um dos olhos para perceber que estou no interior de uma casa em cima de um colchão.

Coloco a mão na cabeça sentindo uma faixa enrolada em volta da mesma e minhas roupas tinham sumido. Eu estou só de cueca?

Antes que eu me levante ouvi barulhos, volto a fecha os olhos e controlo minha respiração.

- Que merda! Esse cara continua dormindo.

Ouvi uma voz baixa murmurar perto, logo o barulho de espadas sendo afiada.

Abro os olhos vendo o garoto loiro de costas afiando suas espadas, respiro fundo e dou um pulo da onde estou e agarro o cabelo logo de "Jimin" o puxando para trás.

O mesmo assustado vira rapidamente cravando sua espada em minha costela me fazendo gritar e o soltar pela dor.

-Ta maluco? Eu te salvei!

Ele disse irritado passando sua mão livre por seu cabelo. Me sento desnorteado pegando uma almofada por perto pressionando sob o machucado recém feito.

-Voce é maluco? Por sua culpa eu quase morri.

Digo irritado. Ele revira seus olhos e se aproxima de mim segurando meu punho e afasta do meu machucado, olho para a sala onde estamos, as coisas estão destruídas e tem só uma fogueira no centro.

Jimin faz um curativo meio por cima e se distancia de mim abrindo uma bolsa e me joga roupas limpas.

-Eu não tenho culpa de ser perseguido, você me salvou também... por isso não te deixei lá pra morrer seu idiota!

Ele disse bufando e se levanta pegando suas espadas colocando cada uma de um lado em seus devidos apoios. O observo pegar uma mochila pequena e colocar nas costas.

-Você vai embora? Depois de me esfaquear?

Pergunto me vestindo, o loiro me encara confuso.

-Te livrei de morrer. De nada!

Ele disse abrindo a porta, o sol quente ilumina a sala, vou até ele agarrando seu braço e o jogo contra a porta.

-Eu perdi minhas coisas, você ao menos tem que ter a consideração de me dar uma arma.

Digo irritado, ele bufa e empurra meu peito.

-Gato. Eu não sou baba de macho alfa bombado não.

Ele disse sarcástico, dou um sorrisinho de lado e agarro os fios da nuca dele o fazendo me encarar nos olhos.

-Acho bom ser gentil comigo.

Começo, ele morde o lábio inferior e passa sua mão por meu braço.

-Se não?

Puxo mais sua cabeça para trás cheirando seu pescoço.

-Eu vou te matar seu omegazinho nojento.

O mesmo me empurra para trás e bufa irritado.

-Ok, Você pode vir comigo, mas não seja um peso morto ou eu mesmo te faço de cadáver.

Jimin disse de forma ameaçadora, ignoro e o segui andando pela rua. Observo as construções que antes eram casas, agora estão quase todas aos pedaços, judiadas pelo tempo.

Vejo o loiro ler um mapa distraído, me aproximo olhando por cima de seu ombro vendo que é um mapa feito a mão, onde há uma área pintada de giz vermelho e outra com giz azul. Além de alguns símbolos.

-São áreas que você explorou?

Pergunto percebendo seu olhar para mim.

-Algumas sim.

Disse ele parando de andar assim que  chegamos a um parque aberto, é fim de tarde então o céu não tá escuro porém ainda não está tão claro.

-O que houve?

-Vamos passar a noite por aqui?

Ele fala pegando uma das suas espadas e caminha pela grama morta, vejo uma casinha pequena, parece um jazigo de tão pequena.

-Aqui?

Pergunto confuso ao ver ele abrir o cadeado enferrujado com facilidade.

-Sim, as paredes tem forro e guardo alguns cobertores então... Não precisaremos fazer fogo para não chamar atenção.

Ele explica, entro na casinha vendo o chão tamanho do lugar, 4×4 no máximo. No canto algumas cobertas dobradas e um colchão grosso em um dos catos.

Parece que ele pernoita aqui por um bom tempo.

-Voce terá que se encolher no colchão comigo mas nada que incomode.

Ele fala sorrindo e joga sua bolsa no chão, fecha as portinhas daquela casinha e passa um cadeado novo trancando.

-Amanha iremos atrás de comida... eu não tive tempo de conseguir hoje e também... o horário agora é de caça então é perigoso.

Me sento no colchão sentindo a maciez,

-Porque não ficamos naquela casa?

Jimin começa a rir como se eu tivesse contado uma piada, mas logo para me encarando.

-Grupos maiores podem ver a fogueira ou entrar para se instalar. Voce... já esteve em um grupo grande ou já foi pego por um?

Penso por um instante, eu já estive em um grupo, com amigos mas todos já haviam falecido.

Pessoas ricas não tem o instinto de sobrevivência muito bom, eu tive que aprender na marra.

-Pelo que vejo não, as pessoas te roubam, abusam ou... bom... comem literalmente.

Ele conclui e desamarra duas cordinhas, uma de cada lado das portas de vidro e as cortinas improvisadas se abrem fazendo com que fiquemos no breu.

Sinto um cobertor ser jogado por cima da minha cabeça, puxo para me ajeitar e deito. Sinto o peso ao meu lado e uma respiração fraca em meu braço.

Demoro a pegar no sono.

Terra pós apocalíptica.Where stories live. Discover now