Capítulo 2

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Afasto os cabelos do rosto e quando meu olhar alcança o rapaz à minha frente me sinto desconfortável.
Ele me olha meio aborrecido, com cara de poucos amigos mesmo e não pronuncia uma palavra.
Seu jeito é nada convencional!
Ele possui olhos penetrantes que não param de me encarar e tenho a estranha impressão de que ele está se esforçando pra controlar uma inquietação interior.
Engulo à seco sem reação diante de alguém tão enigmático quanto pertubador.
Enigmático porque é tão bonito que parece não ser de verdade, estatura alta e atlética, dá pra vêr o delinear de seus músculos sob a blusa.
Ele é tipo galã de novela mas algo me diz que esse daí está mais pra vilão do que pra mocinho.
Definitivamente esse cara não é daqueles que passam desapercebido e isso não é só devido sua beleza mas também por ele ser muito intimidante.
Até arrisco dizer que sua aura é um tanto opressiva e que ele está aborrecido.
Será comigo?
Mas não pode ser, eu acabei de chegar!
É melhor eu me apresentar, ele pode estar esperando isso afinal foi eu quem bateu à sua porta.
Limpo a garganta e falo...

__Olá! Eu sou a Aurora Sanders, fui contratada pelo Sr.Bartholy para ser a babá da filha dele. Eu avisei que chegaria hoje e também avisei que seria no início da noite e...

Sou interrompida.

__Você pode parar de falar agora?!

Hã...???
Quanta grosseria!
Mas se ele queria que eu me calasse ele conseguiu, fico sem reação e tensa,  o que faz minhas mãos começarem a suar...
Percebo que estou fazendo papel de boba, não posso deixar que alguém que eu nunca vi na vida me trate dessa forma, eu não fiz nada pra justificar tal atitude!

__Eu quero falar com o Sr.Bartholy, ele está?

Sou firme e faço cara de pouco caso, também sei ser desagradável quando quero.
Mas ele não diz nada, continua com seu ar superior, me olhando de forma estranha como se tivesse algo de errado comigo.
Isso tá ficando chato...
Respiro fundo e penso que pode ter uma explicação racional para esse tratamento.

__Aqui não é a casa da família Bartholy, é isso?

Pode ser que eu tenha batido na casa errada e então explicaria tamanha falta de educação, eu estaria pertubando-o.
Mas o cara à minha frente não responde, ele me ignora como se eu não existisse.
Eu só queria saber porque então seu olhar continua em mim com uma perturbadora insistência?
Apesar de eu sempre ser educada minha paciência esgotou...

__Qual é o seu problema? Nunca viu uma garota antes?

Obtive uma reação!
Ele sorriu, com sarcasmo mas sorriu.
E quando acho que terei alguma resposta ou informação eu me engano.
O estranho bonitão simplesmente se vira e sai andando pra dentro de casa ignorando completamente minha presença.
Que situação complicada...
Bom, mas ele deixou a porta aberta, entro ou não entro?
Uma nova rajada de vento surge e acaba me ajudando a entrar.
Às coisas estão ficando cada vez mais esquesistas por aqui...
Eu fui meio que arrastada pelo vento pra dentro dessa casa!
Já do lado de dentro vejo o loiro encostado contra um pilar de mármore.
Dou uma olhada ao meu redor e fico impressionada com a casa.
É coisa de magnata! 
A família dele provavelmente é daquelas que tem tanto dinheiro que ninguém precisaria trabalhar até a décima quarta geração.
Isso talvez explique sua babaquice, tem gente que se tem dinheiro demais fica esnobe e pensa que tem o rei na barriga.
Ajo de forma indiferente assim como ele, não é porque ele é rico que pode me tratar mal.
Mas seu olhar se cerra em minha direção e um arrepio na espinha me desestabiliza completamente.
Gente, o quê foi isso?
Sinto um calor repentino e tiro o lenço que envolvia meu pescoço pra me sentir menos quente.
Os olhos do homem que me encara brilham como se fossem duas pedras de citrino lapidadas.
Que coisa mais entranha... meu Deus, onde eu vim parar?
Respiro fundo e tento
dialogar novamente...

Drogo Bartholy - Um amor impossívelWhere stories live. Discover now