Capítulo 36

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- Noah Urrea -

- ótimo gente, por hoje é só - Josh liberou as crianças e me deitei no chão da sala.

- cara, tá tudo bem? - sentou ao meu lado.

- sei lá - disse colocando o antebraço sobre os olhos.

- quer conversar? - indagou e me sentei.

- acho que a Any não me ama mais. Depois que completamos 2 anos de namoro está dando tudo errado - falei por fim e ele soltou uma gargalhada exagerada.

- que? Tá usando drogas? - perguntou estarrecido.

- não otário, é sério. Ela tá me evitando, tá distante, passa noites na delegacia. E tem 3 meses que estamos assim - passei as mãos pelos cabelos.

- bom... Isso é complicado, mas já tentou conversar com ela? Dizer o que tá sentido? - perguntou e neguei.

- não dá, ela foge do assunto, na verdade ela foge de mim como o capeta foge da cruz - explico.

- prepare algo para vocês dois, um jantar seria legal, aí aproveita e conversa sobre isso - informou Josh e sorri animado com a ideia.

- todos precisam de um amigo como Beauchamp - falei e ele sorriu convencido.

- eu sou incrível, pode falar - se gabou e revirei os olhos.

O dia em geral foi bem cansativo, continuo dando aulas de dança na escola de Any. Além disso tinha ensaio com a banda e eu já estava morto.

- lar doce lar - respirei fundo assim que cheguei em casa.

Liguei para nosso restaurante favorito, arrumei a mesa do jantar, nosso quarto. Tomei banho, me arrumei da melhor maneira e fiquei esperando Any.

Já eram 22:00 da noite e nossa casa estava com a maioria das luzes apagadas, e confesso estou animado para ver a reação dela.

- não, não tem problema. Eu só vou pegar algumas pastas aqui e já tô voltando para delegacia, isso não pode esperar - Any dizia entrando em casa com Sabina.

Ela vai trabalhar essa noite? De novo? É sério isso?

Logo ela acendeu a luz e me viu.

- oi amor - falei e as duas me olharam - oi Saby cumprimentei a mexicana.

- oi - sorriu sem mostrar os dentes e saiu apressada - preciso pegar umas coisas que deixei aqui e vou voltar para o trabalho - informou indo para o quarto.

Ela nem olhou para o jantar que preparei, também nem ligou pra minha presença.

- achei que iria ficar hoje - a segui.

- não dá, tenho muita coisa pra fazer - explicou eufórica.

- outra vez? - indaguei incrédulo.

- sim Noah - falou com se fosse óbvio ainda mechendo em umas gavetas

- algum problema? - me olhou.

- ainda pergunta? Óbvio que tem um problema Any, você não tá vendo? - falei áspero.

- é... Acho que vou indo, se não puder ir hoje, não tem problema larina, aproveita pelo menos a noite da sua folga já trabalhou muito no dia que deveria descansar - disse Saby inocentemente.

- desculpa Saby, por um momento esqueci que estava aqui. Não quero atrapalhar.... Espera aí, você disse folga? - balancei a cabeça e Any fuzilou Saby com os olhos.

- e.... E-eu vou indo, tchau maninho - beijou minha testa.

- desculpa - bateu a boca e saiu como foguete.

- folga, Any? Você estava de folga? - falei tentando não gritar.

- estava, porque? Não gostou de saber que passei minha folga no trabalho? - falou grosseira.

- não, eu não gostei. Qual é a sua? - cruzei os braços.

- não sei se você esqueceu, mas tenho compromisso com meu trabalho! - aumentou o tom de voz.

- eu não sei se você esqueceu, mas namoramos. E moramos na mesma casa, casa essa que você só aparece pra dormir e quando vem - me alterei.

- você vive no trabalho, me evita, de todas as formas possíveis. Eu não posso te tocar que você se esquiva - falei indignado.

- eu tô com saudades de você, do seu sorriso, do seu beijo, das nossas conversas e dos pequenos momentos divertido que temos - falei cansado.

- eu não tenho tempo, Noah - suspirou fundo.

- eu queria minha Any de volta - me aproximei para tocar seu rosto e ela se afastou seu olhar transmitia medo.

- isso vai dar certo, não tá dando pra ficar assim - faço uma massagem em minhas têmporas e me afasto.

- eu acho que é melhor pararmos por aqui - falou e arregalei os olhos.

- pera aí, quê? - indaguei implorando mentalmente para que ela retirasse o que disse.

- acho que seremos melhores com amigos, ou irmão. Como antigamente, sabe? - falou sem me olhar.
 
- não, eu não sei - minha voz saiu num fiapo e senti meus olhos arderem.

- aproveita o jantar, é sua comida favorita - peguei meu celular, carteira e chave do carro.

- pra onde vai? - indagou com a voz embargada.

- embora, não dá pra eu simplesmente pegar tudo que vivemos, enfiar no meu cu. E voltar a ser seu irmão, como se eu não te amasse como mulher - informei simples.

- boa noite, Gabrielly - sai do quarto.

Doeu, doeu muito e nada melhor para curar feridas do que cachaça. Entrei em meu carro e dirigi até a casa noturna que Sav ainda trabalha, porém como gerente agora.

- vou querer mais um - disse já na minha terceira dose de conhaque.

- ok, dia difícil? - indagou Krys, o barman, sempre conversamos quando venho aqui. Tempo uma amizade.

- vida difícil - murmurei - sabe é muito difícil amar alguém, amar pra caralho e ela dizer, que não dá mais. E que você deveriam voltar a se tratar como irmão - falei meio arrastado por conta das lágrimas que aglomeravam em meus olhos.

- eu sou um fudido, pode dizer - funguei.

- uau, era sua ficante? - indagou.

- minha namorada, morávamos juntos. Fizemos dois anos de namoro e hoje eu pediria ela em casamento - virei a quinta dose e mostrei a caixinha com as alianças.

- não vai insistir, já que a ama? - indagou na esperança que eu desse uma resposta positiva.

- eu não posso amar por dois - dei de ombros abaixando a cabeça e me debrucei chorando sobre o balcão.

- Nota da autora: gente, um desabafo rapidão. Tô indignada, minha namorada postou foto com o namorado dela....

 Tô indignada, minha namorada postou foto com o namorado dela

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MEU SURTO FOI INCONTROLÁVEL. Olha a carinha feliz dela, que neném 🥺❤️

Querida irmã|| NoanyWhere stories live. Discover now